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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Tudo ao molho e fé na sorte

Estava eu a falar do Banco Alimentar a um casal de clientes, estava focada neles, não dei conta do aumento da fila, quando olho para o lado da fila, estava um monte de gente todos em cima uns dos outros, ainda perguntei se estavam todos juntos (apesar de se pedir para não virem em família, está sempre a acontecer), mas não,  estavam ali num empurra-empurra, para decidir quem tinha lá chegado primeiro. Pareciam uns miúdos da escola primária.

Um membro do  outro casal até disse em voz bem alta "não respeitam nada"! Ao que respondi : " infelizmente é o prato dia"! Ao ouvirem isto, lá dispersaram.

Quando esta pandemia começou, e vi as pessoas contidas a cumprirem, até pensei que, pelo menos, a pandemia, ia tornar as pessoas mais civilizadas, porque mesmo sem pandemia, as pessoas sempre gostaram de invadir o espaço do outro, inclusive no momento de marcar o código do multibanco. Mas foi sol de pouca dura, e quando a pandemia acabar, vão voltar a andar de novo todos a se encostarem uns nos outros. Parece que gostam!

Nessa altura, já não vou poder dizer, nem fazer  nada! Enfim... é triste que não se mude de hábitos nem com esta ameaça!

É frustrante, estar dia após dia,  sempre a bater nesta tecla, porque assim que apanham uma brecha, chegam-se logo. (Sim , há exceções)

Por vezes dá vontade de os deixar todos ao molho, se eles não se preocupam, se não querem saber, se só o fazem  porque está alguém a impor, é porque não se preocupam com a saúde deles, nem com a nossa, nem com a das pessoas com quem vivem!

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