Neste sábado foi mais um dia daqueles que nos deixam cansados e com vontade que chegue a hora de ir embora dali.
Uma senhora só com um artigo, pede a vez, é lhe concedida. Mas a senhora esta com uma máscara no queixo e outra na mão. Tive de lhe pedir para colocar devidamente a máscara, tive de lhe pedir para esperar no sitio certo.
Atendi um jovem casal que me faziam perguntas. Perguntaram se não tinha álcool gel no fundo da caixa para as pessoas desinfetarem as mãos. Respondi que havia na entrada e na saída da loja, mas ela insistiu que tinha de ter ali no fundo da caixa. Eu tento sempre higienizar o tapete de saída, quando a pessoa está a pagar com multibanco, mas como a cliente anterior tinha lá a mala não consegui limpar em todo o lado, e este casal questionou logo se eu não limpava aquilo. Depois falavam entre eles, e apontavam defeitos. Deviam de ser da ASAE!
Uma senhora ia começar a colocar as coisas no tapete quando já lá tinha uma pessoa para atender, peço-lhe para aguardar, e ela, não gostou. Depois quando o cliente que estava a atender saiu e o que tinha os artigos no tapete passou para o outro lado, disse para ela por os artigos, respondeu "agora também não ponho, só ponho quando esse senhor sair"! Birras de adultos, não tenho paciência!
Outro casal, este de mais idade, a senhora passou para o outro lado, quando o cliente que estava a atender, ainda lá tinha os artigos e nem tinha ainda pago. Encostou-se no tapete quando havia lá gente. Depois começou a chamar o marido para vir. Foi aí que me passei e disse "desculpe a senhora tem de esperar, a senhora nem podia ter passado para aqui, quando ainda aqui está uma pessoa. Tem de ter calma e esperar um pouco"!
Depois foi a repetida e velhinha história das caixas de cervejaque mesmo com aqueles de centímetros de acrílico, insistem em entregar em mão. Até para os clientes é mais fácil deixar no tapete e esperar que o tapete traga a caixa até nós. Devia de haver um cartaz a informar que os artigos para colocar no tapete e na zona verde! Mas será que ninguém repara na sinalética do tapete, nem no acrescento do acrílico!?A caixa em que eu estive já tem o acrílico todo riscado da avareza dos clientes.
Um casal de clientes que deviam de embalar as compras no topo da caixa, o senhor vai mesmo para o meu lado. Aproximava-se cada vez mais tive de lhe dizer para ir para o topo!
Já aqui vos falei de uma janela de pagamento, uma abertura no acrílico, para as transações.
Passo o dia todo a pedir ao cliente para pagar por ali. Alguns aceitam e fazem, mas outros, ou gozam, ou dizem disparates.
Depois acontece que peço ao cliente o cartão continente por ali, ele da-me o cartão e vai para o topo, para me dar o dinheiro. Digo que o dinheiro também é por ali. Ele volta lá e dá-me o dinheiro. Quando dou conta já fugiu outra vez, lá o chamo de novo para entregar os talões.
É o dia todo nisto! Cansa, satura. Como é que não percebe que tem de ser toda a transação por ali. Sim o "buraco" é pequeno, apertado, pode não concordar, mas pelo menos podia aceitar e cumprir!
Uma cliente, queria que eu visse o preço de um creme facial, e como tinha o acrílico à frente, teve a ideia de se colocar em bicos de pés e atirar o creme pela frente. Depois de perceber o meu olhar e recuo, percebeu que tinha feito asneira, e pediu desculpa!
Esta situação até se pode considerar uma distração, um desconhecimento, mas ao mesmo tempo demonstrou uma falta de noção, uma certa falta de civismo...
Muitas pessoas já me disseram que "o continente, tem boas medidas, melhor que muitos outros, assim sim, sentimo-nos seguros para vir ás compras!"
Verdade, concordo plenamente. Mas, não é fácil. É preciso estar sempre a lembrar as regras a alguns clientes. Porque existem aqueles que fazem tudo conforme as regras, ou porque já conhecem e é habitual irem ali, ou porque estão de acordo e compreendem, mas existem outros que nos dificultam a vida, que são do contra, que acham algumas medidas exageradas.
Desta vez queria me focar na colocação dos artigos no tapete. É que agora, se é que já repararam, há uma zona verde, outra amarela e outra vermelha. Funciona mais ou menos como nos semáforos, onde o verde é para colocarem os artigos, no amarelo já não é boa ideia e no vermelho é mesmo para não colocarem os produtos. Se forem colocando na zona verde, o tapete vai rolando e os artigos chegam até à operadora ou operador.
Aquele velho e mau hábito de darem produtos à mão da operadora acabou, é zona vermelha! Nada de dizerem que ali dá mais jeito para depois ir logo no fundo do carrinho. Além de não estarem as cumprir as regras do afastamento, também estão a obrigar o colaborador a fazer um esforço físico desnecessário e prejudicial à sua saúde, porque para um cliente, pode ser só uma caixa de cervejas, para o colaborador durante um turno já são umas 20 e ao fim do dia está de rastos, e não é obrigado a isso! A empresa vela pela saúde e segurança do trabalhador!
Desculpem se fui um pouco dura neste assunto, mas teve de ser, não sou só eu, há muitos colegas a se debaterem com isto todos os dias. Tenham paciência e aceitem as regras que são para a segurança de todos!
Estava a atender uma cliente que cismava em entregar artigos em mão, porque lhe dava mais jeito. Obrigava-me a fazer um grande esforço físico e a aproximar-me demasiado. Disse-lhe que visse as cores no tapete, para que ela colocasse os artigos na zona verde, seguindo as normas da empresa.
Pergunta-me se sigo sempre as normas da empresa. Disse-lhe que uma vez que a empresa está a fazer um tão grande investimento, em regras, para nossa segurança, só tinha era que respeitar. Até seria uma grande falta da minha parte, ignorar as normas da empresa!
Quando fizeram esta sinalética, disseram-me como eu tinha de fazer, e além de ter concordado porque fazia sentido, era mais correto, também era mais seguro, pensei, se eu não cumprir e tiver algum azar, a culpa será minha. Por exemplo, dizem para não aceitar artigos em mão, e eu vou aceitar uma caixa de cervejas pesada como é, dou um jeito ás costas, lesiono-me, vou ter de ir para o seguro. Mas eu é que não usei as normas de segurança impostas pela empresa, como fica a situação!? E quantas caixas destas passam-me pelas mãos durante o dia!? O tapete rolante existe para facilitar a vida, porque rola!
«O objetivo deste dia é chamar a atenção das empresas e dos trabalhadores para a importância de tomar medidas preventivas que garantam a segurança no trabalho.
Prevenir acidentes de trabalho é uma responsabilidade de todos, assim como a prevenção é um direito transversal a todos os trabalhadores.
A prevenção de riscos profissionais é uma preocupação a consolidar pelas empresas que exige também o esforço dos trabalhadores, dos cidadãos em geral, dos inspetores e das instituições de autoridade. »
Por tudo isto eu me esforço para fazer a minha parte!
Mais um ponto positivo do acrílico nas caixas: agora os clientes que tinham o hábito de nos dar pela frente caixas das cervejas (ou outros artigos pesados) , já não o podem fazer!
Pessoas com problemas de coluna, era um constante desafio, e quem não os tinha, com este exercício, certamente, ficaria. Posso dizer que cheguei a andar dois meses com um problema num ombro devido a esta brincadeira.
Agora existe um motivo para recusar, porque antes, tinha de aguentar, e pronto! Mesmo assim, com o acrílico há clientes a darem lá cabeçadas e encontrões. As pessoas não entendiam, que o tapete rolante servia justamente para que as pessoas não tivessem de fazer aquele esforço, para que poupássemos o nosso corpo, para facilitar a vida às pessoas, porque também não somos máquinas.
Se fosse um maço de rolos de papel higiénico, apesar de volumoso é leve, não se compara a produtos pesados que puxavam pelo físico!