Estava a atender um casal já na terceira idade, que estavam só às turras, discutiam, pelo que tinham comprado, pelo que faltava , e disputavam quem era o mais guloso, entre coisas do género.
Cumprimentei-os, só um respondeu. Continuei, o registo, e a zaragata continuava também. Até que o velho manda um berro à velha, que me faz assustar e digo "ai" (é certo que eu também me assusto facilmente).
Nada os fez parar, mesmo depois de saírem dali, ainda iam zangados.
Uma cliente chega à minha caixa com um ar bastante zangado. Começa a colocar os artigos na passadeira rolante com bastante agressividade, se tivesse algo que se partisse teria partido com certeza! E eu a pensar: "Digo alguma coisa ou não digo!" Pensei em não dizer nada e fingir que estava tudo normal. Uma coisa que aprendi nas primeiras formações que tive, foi de nunca perguntar ao cliente se ele tem algum problema. Então perguntei se precisava de alguma coisa. Nessa altura, a cliente disse-me que estava enervadíssima pelo tempo que esteve na peixaria.
Enfim, eu até compreendo, mas era preciso ir descarregar o stresse na caixa? Imaginem eu estar aborrecida por alguma razão e fazer cara feia ao cliente só porque estou chateada, ou registar os artigos e atirar com eles para o outros lado?! Já sei, já sei, os clientes podem estar bem ou mal dispostos, mas nós não!