É para mim, um certo stresse, estar a chegar à caixa, ter o posto para organizar, as moedas por abrir, e precisar ter a certeza que está tudo nos conformes para chamar os clientes, e as pessoas começarem logo a perguntar: "vai abrir, vai abrir"!?
Imaginem que eu digo, "podem ir pondo os produtos" e depois haver uma avaria na impressora ou no sistema e as pessoas terem de retirar os produtos!? Além disso, as pessoas têm que vir por ordem de fila, não é haver pessoas já nas filas e alguém acabado de chegar, ser logo atendido, não pode ser, há regras!
Houve recentemente, um dia, que uma pessoa fez a pergunta e eu disse que ia atender por ordem de fila. Assim sendo, chamei e vieram clientes que estavam nas filas de outras caixas.
Essa pessoa voltou lá e confrontou-me com a situação dizendo "daquela vez, as pessoas estavam lá paro o fundo, podia me ter atendido, que nem davam conta!" Respondi: "Ah mas eu gosto de cumprir as regras." Ainda procurei a câmara, a ver se era para os apanhados!
Estou a atender uma casal, ambos simpáticos e alegres.
A dado momento dizem-me ser pais de um colega. Quando me dizem o nome, olho para a senhora e vejo logo traços desse colega, então digo "ah e ele parecido consigo!" O senhor olha para mim e responde: "então e não é também parecido comigo?" Ups, fico ali por breves momentos em silencio, até que a senhora me diz, que ele também gosta de ouvir, que o filho é parecido com ele!
E foi mais um momento de boa disposição, com clientes divertidos!
As crianças são mesmo especiais. E com a sua pureza e doçura, são capazes de transformar os nossos dias!
Estava a atender uma senhora com a sua filha que devia de ter uns 4 ou 5 anos. A menina apresenta-se dizendo o seu nome! Eu disse-lhe que ela tinha um nome muito bonito e que também ela era linda e simpática! Então ela perguntou-me como eu me chamava. Respondi.
Diz-me ela: "És parecida com a Elsa"! Ao que eu pergunto: "Que Elsa?"
Ela diz : "Da Frozen!"
Talvez porque eu estava a usar uma trança! Para mim foi um elogio! Deixou-me emocionada! E despediu-se de mim calorosamente!
Aos domingos , tenho muitas vezes, o gosto de atender três manas (na casa dos 50 anos, idades próximas) que vão juntas ás compras. Já percebi que combinam o encontro no supermercado. Cada uma tem a sua vida, a sua casa, mas aquele encontro habitual é no supermercado ao domingo de manhã!
São todas muito simpáticas, mas há uma que conversa sempre mais um bocadinho comigo. Por vezes, uma está na caixa a falar com a outra que já está despachada, ou ainda a outra que não terminou a recolha dos produtos!
Todo aquele ambiente familiar, toda aquela irmandade e cumplicidade é tão linda e inspiradora! Dera a muitos de nós podermos ter estes momentos!
O produto que agora mais se comenta o seu excessivo aumento é o azeite, daí a expressão " o azeite está ao preço do ouro"! No continente, ainda se consegue comprar um frasco de 750 ml ligeiramente inferior a 6€. Mas, não está fácil! É um produto considerado bem essencial, e as pessoas não compreendem este aumento! Já me perguntaram se eu tinha conhecimento do motivo, visto que há muitas oliveiras em Portugal! Não soube dar resposta!
Certa vez, estava a atender uma jovem mulher, percebi que ela não me entendia, julguei que fosse estrangeira.
Falei mais devagar e palavras simples, mas a situação, não se alterou.
Entretanto, chegou outra pessoa que a acompanhava e comunicou com ela por gestos, linguagem gestual. A pessoa que acompanhava esta jovem mulher era portuguesa.
Pensei para comigo, “se sei as palavras básicas em francês e inglês ou até espanhol”, porque nunca tentei aprender o básico da linguagem gestual, assim pessoas como esta cliente, poderiam ser compreendidas e melhor ajudadas!
Quando chego, já havia filas nas outras caixas, por isso peço para passarem para a minha caixa, pela mesma ordem.
Um senhor "fura" descaradamente a fila, quase derrubando as outras pessoas. Então eu digo que tem de esperar, porque há pessoas à frente. Vai, ele responde, com altivez : "Pois, mas eu tenho prioridade, algum problema!?"
Não percebi a razão de ter prioridade, pois se o senhor tinha algum problema, não era visível!
Ninguém reclamou. Se alguém tivesse dito alguma coisa eu teria de perguntar, porque há casos em que a pessoa prioritária tem de ter um documento.
Aqui há uns anos, quando perguntei a um senhor o porquê da prioridade, ele levantou a camisola e havia tubos no corpo dele, quase caio pro lado, (acho que já mencionei esta situação no blogue) por isso tento sempre compreender, antes de perguntar!
Também gostaria de sugerir que o cliente prioritário dissesse, caso não seja visível, o motivo da sua prioridade ou então mostrasse algum documento, não pela operadora de caixa, mas por consideração aos outros clientes que estão há algum tempo na fila e merecem esse cuidado!
Estou a atender uma simpático e bem disposto velhote, que vai arrumando os seus artigos diretamente no carrinho, porque tinha deixado os sacos na viatura!
A dada altura começa a olhar preocupado para o ecrã, e diz: "Ai, valha-me Deus, que não chega"! Nesse momento, fico na dúvida se continuo a registar ou se pergunto ao senhor alguma coisa. Também fiquei preocupada.
Quando termino o registo, peço o cartão continente, pergunto se tem algum cupão e se quer número de contribuinte na fatura.
O senhor disse-me que não sabia se tinha dinheiro que chegasse, e eu disse, "então vamos lá contar". Contei todas as notas, moedinhas...Faltava pouco, cerca de quase dois euros, e como o senhor tinha várias latas de atum de primeira marca, apenas anulei uma. Pediu desculpa, e eu disse-lhe que não havia problema. O senhor foi de uma simpatia, que eu retribui.
Mas custa-me imenso estas situações! Infelizmente não se pode ajudar muito mais...
- Uma placa com o aviso "saída sem compras", porque a tendência das pessoas é sair pela linha de caixas, onde vão empurrar pessoas que lá estão com os carrinhos. A saída no continente é por onde se entra, onde há mais espaço. Deveria ser assim em todos os supermercados!
- Há pessoas, que entram de mochila às costas, com sacos. Podiam deixar no balcão mas na maioria das vezes não deixam. Havendo um lugar próprio, não era preciso estarmos a pedir para ver mochilas e nos olharem com cara de revolta!
- Existem pessoas que ao invés de usarem carrinhos da loja, usam os próprios trolleys e lá temos de pedir para ver o fundo. Um lugar nem que fossem para dois trolleys já ajudava!
- Não têm conta as vezes que os clientes empatam a fila por estarem a falar ao telemóvel, e a maior parte das vezes conversas banais. um simples pedido para que evite a situação, poderia ajudar!
- As pessoas vão sempre ao supermercado com pressa. Não são capazes de respeitar o espaço de quem está a ser atendido, nem para que a pessoas tenha privacidade a arrumar as compras, nem a pagar, principalmente a por o código do multibanco. passamos o dia a pedir à pessoa que se afaste!
Perguntam imensas vezes. E nós respondemos, eu pelo menos faço-o diversas vezes, que os cupões não são iguais para todos os clientes. Porque é mesmo assim, há clientes que recebem cupões consoante os artigos, há clientes que recebem 10% no total, outros €5 em compras de €20 ou até outros. Não sei qual o critério de quem faz os cupões, apenas sei, e muitos clientes também sabem, que é assim que funciona. Já funciona assim, há anos!
Cada cliente, tem de tomar conta dos seus cupões, dos seus descontos, das suas contas. É tudo uma questão de se organizarem.
A operadora de caixa não tem como adivinhar os cupões que receberam pelo correio ou na aplicação.
Ou então ao entrarem vejam no dispensador se têm cupões, ou mesmo no telemóvel, para quem tem a app do continente!
Imaginem uma cliente dizer" ó menina os cupões que lá tenho em casa, dão para esta semana" Resposta: "Mas eu frequento a sua casa!? Como quer que eu saiba"!? Ou então: "Se a senhora não sabe o que tem em casa, como é que eu hei-de saber"!
Ou então a operadora de caixa pergunta se tem cupões e a resposta do cliente : "Ah, não sei, devia de ter?" Ora dá vontade de responder: "Eu sei lá, você é que tem de saber. Pode não ter, pode já ter usado!"
Ou então faço a pergunta e a cliente desata a correr direito ao dispensador, deixando a fila parada!
A intenção da pergunta, é lembrar ao cliente, que se tiver cupões, pode entregar!
É que o continente tem tudo tão bem programado, ou seja, envia cupões pelo correio, tem um dispensador para imprimirem uma segunda via, tem a aplicação, ainda envia SMS. Será que cada pessoazinha não pode só fazer a sua parte!?