Olá a todos! Peço desculpa por esta ausência, não por falta de situações para contar, mas por falta de tempo!
A situação continua a não estar fácil. Com o passar do tempo , cada vez mais, as pessoas querem deixar as regras, tapam os olhos à sinalética que continua lá exposta. O pessoal acha que isto já passou, e que agora é hora de voltar ao antigo normal! Que pena, estas regras ficavam tão bem se ficassem para sempre, desde que não fosse preciso a nossa intervenção e insistência constante!
É cansativo estar constantemente a pedir por favor para que façam distanciamento, quando as pessoas querem, na sua maioria, estar encostadas, bem juntinhas, umas das outras. Quererem entregar artigos pesados em mão, não respeitando o acrílico, o semafro, nem a nossa saúde física.
Tento limpar o mais possível o tapete a cada cliente, mas a maioria quer despacho e não se importa com a limpeza. Tanto que uma pessoa corre de panos e spray nas mãos!
Já estava tão cansada de repetir e pedir pelo distanciamento que deixei que uma senhora me implorasse para eu pedir aos outros que não se colassem a ela, parecia que estava até a sentir-se mal, pois já se abanava. Senti-me culpada porque falhei ali, naquela situação!
Os clientes sem compras, continuam a passar pela linha de caixas, roçando nas pessoas que estão a ser atendidas, ou chocando nos carrinhos, quando têm um local próprio para sair. É uma falta de civismo e de bom senso!
Mesmo com tanto tempo de pandemia, não foi possível civilizar as massas!
Passamos tantos anos a vivenciar as mesmas as mesmas experiências que julgamos já estar vacinados e que certas atitudes já não nos afetam. No entanto, fico sempre afetada quando os clientes começam nas filas a discutir, a falar alto, a reclamar, quer seja porque querem mais caixas abertas ou mesmo a discutir uns com os outros, nomeadamente pelo lugar na fila . Chegam a ser ofensivos !
Sei que a maioria das pessoas vai ao supermercado sempre com pressa, sendo essa pressa mais acentuada no momento das filas. Faz falta um pouco mais de paciência, nem sempre é possível resolver logo a situação.
Podem não acreditar, mas por vezes parece que os clientes combinam de aparecer todos à mesma hora, porque há momentos em que há mais operadores de caixa do que clientes, nessa altura, pode acontecer os operadores irem fazer outra coisa qualquer, e no momento, começarem a chegar ás caixas aglomerados de clientes!
De uma coisa podem ter a certeza, um dos focos da empresa é não fazer o cliente esperar muito tempo!
Um senhor está ao telemóvel, e vai colocando as compras com uma mão e segurando o aparelho com a outra, levando mais tempo, além de não me responder se quer saco, e, aparentemente não tendo onde colocar as compras. Já estão outras pessoas na fila.
Prossigo e pergunto se tem cartão continente. O senhor tapa o som do telemóvel, pisca-me o olho e diz "espere terminar só esta chamada porque o cartão continente está na aplicação!"
Em tempos de pandemia, desta vez o banco alimentar não conta com os voluntários á porta dos supermercados. Existem nas caixas, uns vales, com artigos de bens essenciais para que os clientes possam ajudar. Somos nós que perguntamos aos clientes se querem contribuir.
A adesão, no meu ponto de vista, não tem sido muita, mas há sempre quem queira ajudar.
Por vezes, os clientes dão respostas tortas, o que era desnecessário, bastava apenas responder sim ou não! Ninguém é obrigado, apenas é sugerido.
Por isso deixo aqui a informação e o apelo. Há a produtos de apenas 0,48€.
Obrigada a todos os que entendem, contribuem e não dão respostas tortas!
Ontem, logo pela manhã atendi um casal, bastante jovem até, que me deixou logo aborrecida.
Quando nós pedimos alguma coisa ou chamamos atenção por alguma coisa, não é vontade nossa, mas sim normas da empresa, ou seja, ordens que temos. Pedi apenas que colocassem todos os artigos em cima do tapete incluindo os sacos vazios, pedi com educação, porque isso faço sempre, até posso falhar em alguma coisa, mas não é na educação. Ficaram chateados, e começaram a atirar as coisas à bruta, a implicar com tudo, a mostrar insatisfação e a descarregar a sua frustração. Não perdi a compostura e respondi sempre amavelmente.
Felizmente a seguir vieram pessoas bem educadas e civilizadas que aceitaram e entenderam os meus pedidos em nome da empresa, e acabei por desvalorizar aquelas pessoas mal formadas e ressabiadas!
Estava ainda a atender uma pessoa, quando chamo a cliente seguinte. È um procedimento normal e habitual, nesta altura.
A senhora avança, mas como tinha poucas coisas resolve, ela mesma, chamar a pessoa que está a seguir. Situação que não dá para fazer, porque iam estar uns em cima dos outros.
Ao ver isto, fico tão surpreendida que digo à senhora "Olhe desculpe, a senhora trabalha aqui!? " E a senhora fica a olhar, e eu continuo "é que sou eu quem chama as pessoas, e na devida altura. Há que respeitar o distanciamento!"
A senhora ainda diz qualquer coisa que cabiam bem, ou sei lá, falou baixinho.
Tenho a agradecer ás pessoas que estão connosco nas medidas, que as respeitam, e que até agradecem a nossa postura, e elogiam as normas da empresa que as fazem sentir seguras.
Mas é cansativo este continuar de atitudes. Recordo-me de em março estar confiante e positiva, achar que isto só ia custar no inicio porque depois as pessoas iam entrar no ritmo e até iam ter comportamentos mais corretos.
Como já aqui disse, acrescentaram do lado da entrada uns centímetros de acrílico, para nossa proteção, havendo assim mais distanciamento do cliente. Mas também temos acrílico atrás, e até lateralmente. Praticamente só no topo não há acrílico, a ver se as pessoas entendem que é ali que podem estar e arrumar os artigos. Não precisam de se colocar em cima de nós ou entregar artigos em mãos. Os artigos são para colocar o mais atrás possível, que depois rolam até nós!
Ainda assim, um dia destes, um casal de clientes depois de colocar todas as compras sobre o tapete, deixando-o tipo torre, o homem queria me ir entregando o que ficou ainda no carrinho , artigo a artigo em mão. Queria entregar um pacote de bolachas depois um pacote de manteiga e assim sucessivamente. Quando lhe disse que não podia ser, chamou a senhora que o acompanhava e disse " ó Fulana já viste esta graça, diz que não posso dar as coisas em mão!" Diz a outra "A sério!? Mas porquê!?"
Noutra ocasião um cliente queria ver um preço e quase se deita no tapete para observar o meu ecrã (até me cheguei atrás), quando do outro lado tem um ecrã só para ele!
E as vezes que os clientes já deram cacetadas no acrílico!? Estou à espera de um dia, ver alguém a partir ou a rachar aquilo. Estão sempre a bater lá, a abanar aquilo tudo! Pode acontecer uma vez sem querer, mas quando o mesmo cliente, chegar a bater lá várias vezes, é estranho!
Já aqui vos falei de uma janela de pagamento, uma abertura no acrílico, para as transações.
Passo o dia todo a pedir ao cliente para pagar por ali. Alguns aceitam e fazem, mas outros, ou gozam, ou dizem disparates.
Depois acontece que peço ao cliente o cartão continente por ali, ele da-me o cartão e vai para o topo, para me dar o dinheiro. Digo que o dinheiro também é por ali. Ele volta lá e dá-me o dinheiro. Quando dou conta já fugiu outra vez, lá o chamo de novo para entregar os talões.
É o dia todo nisto! Cansa, satura. Como é que não percebe que tem de ser toda a transação por ali. Sim o "buraco" é pequeno, apertado, pode não concordar, mas pelo menos podia aceitar e cumprir!
Era mais um dia normal, ou melhor, no que agora se diz normal.
Lá estava eu de máscara, de luvas, e atrás de uma "cabine".
A dada altura do turno, começo a sentir-me a sufocar, mas vou tentado respirar e aguentar. Sempre que possível desinfectava as mãos e puxava um pouco a máscara para respirar. A cada cinco minutos vou olhando para o relógio, desejando que chegasse a minha hora, para tirar aquilo tudo.
Não estava fácil. Até comecei a sentir sede, secura, coisa que nunca sinto. Eu nem costumo levar água porque não sou de beber muita água. Chegada a minha hora pergunto se posso fechar, mas, era preciso esperar um pouco. Cheguei a pensar que ia cair pro lado.
Não sei porque não arranquei aquilo da cara e pus no lixo.
Lá consegui finalmente, sair da caixa, ir para a zona reservada a colaboradores e tirar a máscara.
Certamente ficou mal colocada, na zona do nariz, deve ter ficado muito para cima. Nunca foi fácil usar, mas naquele dia, foi mesmo complicado.
No dia a seguir a isto, não usei, e, por azar, atendi um cliente que estava no topo, tossiu e nem se virou para o lado, nem pôs o braço à frente, nada!
Já voltei a usar e foi mais tranquilo. Até porque é o que tenho de fazer, por mim, pelos outros. Há profissionais que além de máscara, usam viseira, fato, e por mais horas, até ficarem com marcas. Se eles conseguem, também hei-de conseguir!
Já um ou outro cliente me questionou sobre o facto de não usarmos máscara. Por vezes, parece que estão a fazer um inquérito, outras vezes é só para fazer conversa de circunstância. Justifiquei dizendo que as barreiras acrílicas nos davam proteção, alguns ficavam convencidos, outros nem tanto!
Um dia destes resolvi, não usar as luvas, como tenho o álcool em spray e ia desinfetando a cada cliente. Fi-lo porque não me ajeito nada com as luvas, mas consciente do que estava a fazer. No entanto, houve vários clientes perguntarem-me o porquê de não ter luvas. Voltei a usá-las, principalmente para não ter de dar explicações!
Já me começo mais a habituar ás luvas, e caso fosse preciso, ou me dissessem na empresa, para usar máscara, também me habituaria!
Claro que quanto mais protegidos estivermos melhor, tanto para nós como para os outros!