Já aqui referi o facto de a máscara e o acrílico serem necessários, mas os mesmos também impedirem o som, tornando a comunicação entre o cliente e a/o operadora/o muito difícil.
Acontece que além destes dois fatores, ainda podemos juntar o som da música do rádio, bem como outros sons da loja, por exemplo o barulho que vem do corte da carne do talho, um porta paletes a passar.
Por vezes temos de falar mais alto e repetir a conversa porque não ouvimos, não nos fazemos ouvir ou não temos a certeza das respostas.
Já não é a primeira vez que me sinto cansada só de falar e de estar sempre a repetir e a esforçar a voz, de tal forma que um dia uma cliente reparou no meu cansaço e disse que também lhe acontecia se cansar de falar com a máscara e que era uma situação normal nos dias que correm.
Até falamos, que não são só dquem está a atender o público como também os professores que também têm de falar de máscara e também se cansam mais, porque é um esforço dobrado.
Ainda assim concluímos que apesar destes danos, usar a máscara é essencial!
Há momentos em que a comunicação com os clientes se torna bastante difícil, devido ás máscaras, ao acrílico, ao rádio.
Eu perguntava a uma cliente apenas se tinha cartão cliente, e ela não percebia, falava mais alto e ela nada. Cheguei a pensar que fosse estrangeira, já que aparecem diariamente ali alguns.
Mas depois percebi que era portuguesa, porque me disse "espere aí que eu vou subir um pouco, a ver se percebo"! Mas diz-me isto a mexer no elástico da máscara. Supus que ia tirar a máscara e eu disse com o dedo "não, não tire"! Aí já percebeu, pois respondeu: "não vou tirar a máscara, vou subir, mas é o som do aparelho dos ouvidos"!
Nas linhas de caixas existem como já aqui referi barreiras de proteção em acrílico, há uma rádio. Além disso, agora todos os clientes estão de máscara, nós também de máscara, o que torna mais difícil a comunicação entre a operadora e o cliente. Parece uma conversa de tontos! Por vezes não nos entendemos, e quando o cliente tem de ditar o número de contribuinte, é uma animação. Mas o mais engraçado é quando o cliente é estrangeiro e com sotaque!
O que vale é os clientes entendem e por vezes até brincamos com a situação, eles fazem sinais dos algarismos com os dedos! Ou ficam no topo a ditar!
Ao longo do dia, quer na rádio do continente, quer ao nosso som, a funcionária que está no balcão, vai pedindo aos clientes para respeitarem a sinalética, o espaço de dois metros entre pessoas e para serem breves nas compras, para permitirem a entrada de outras pessoas.
Estava uma colega a fazer o dito pedido, enquanto eu atendia uma senhora que estava com a sua mãe, era um momento até de acalmia. Entretanto a senhora mais nova (a filha) diz: "Vá mãe despacha-te, não ouviste!? Vão fechar para almoço e estão a pedir ás pessoas para saírem!"
Percebi logo que as pessoas nem prestem atenção ao que dizemos, elas ouvem o que lhes convém, ou o que acham por bem, o que lhes apetece. É impressionante!
Lá expliquei o que tinha sido dito, e que o continente não fechava para o almoço, como alguns supermercados na zona.
Os alarmes tocam tantas vezes! Aquele som incomodativo, barulhento, irritante, mas necessário! Hoje o senhor já estava tão atrapalhado, pois tirou a carteira, o telemóvel e o som persistia. Foi lá o segurança, perguntou se tinha alguma peça de roupa nova, e o cliente respondeu que não. No entanto era o seu pulôver, mesmo não sendo novo (e já tendo passado pela máquina de lavar, certamente) que ainda tinha o alarme. De imediato o segurança retirou o alarme, o cliente voltou a passar e o alarme já não apitou.
São muitas vezes as peças de roupa, que provocam estas situações embaraçosas. Por isso, quando vestirem alguma peça nova rectifiquem se não está por lá algum alarme!