Por vezes temos no continente vários tipos e cores de uvas.
Em relação ás de cor branca, houve uma altura que tínhamos, uva branca com grainha e uva branca sem grainha. No continente onde trabalho, sendo continente modelo, a pesagem é feita na caixa, por isso temos de ter algum conhecimento, em frutas e legumes.
Quando os clientes trazem as uvas na embalagem , ou seja, num saquinho de papel, é mais fácil de distinguir, (até porque sabemos que quando não está escrito que é sem grainha, é porque é com) mas quando o cliente, as põe num saco de plástico, fica mais difícil perceber se a uva tem ou não grainha, porque apesar de parecidas, têm preços e códigos diferentes.
Então, num certo dia, chegou um cliente com uvas dentro do saco de plástico, olhei para elas, tive dúvidas e perguntei ao cliente se eram uvas com ou sem grainha, para esclarecer a minha duvida, mas o cliente, também não sabia, perguntei à minha colega de trás se ela sabia, ela foi até até á minha caixa olhou, tirou uma uva do caixo, abriu-a, ou seja, operou a uva, e aí percebemos que não tinha grainha. Primeiro fiquei preocupada, não fosse o cliente ficar zangado, mas felizmente levou na brincaderira e a situação até divertiu a plateia!
Hoje foi mais um dia, em que houve muitos reformados no supermercado, e, por isso, há sempre histórias para contar.
Escolhi uma situação leve, com reformados, das muitas que me passaram pela frente. Uma senhora, pergunta-me se vendemos leite para cachorro. Ao que eu respondo, que para gato há umas garrafinhas da Whiskas. Até disse à senhora se não seria melhor comprar no veterinário, mas percebi que o preço, no veterinário, estava caro para a senhora.
Entretanto, um outro cliente, também velhote diz, que o melhor é dar-lhe leite de burra e que vai buscar, porque sabe onde está! A senhora agradece a ajuda e disponibilidade do senhor. Eu digo à senhora que não me lembro de alguma vez ali ter visto leite burra. Mas o senhor confirma que há. No entanto, dai a pouco chega e diz que afinal, não havia!
Então a senhora levou leite de gato para o cachorro! Como é uma cliente habitual, espero a voltar a ver para perguntar se ele gostou e se não lhe fez mal!
Quando um cliente pede sacos de plástico, normalmente, eu registo-os, abro-os e coloco-os no tapete de saída.
Assim aconteceu desta vez, mas o cliente, não reparou que o saco estava aberto, então molhou o dedo na boca, esfregou no saco já aberto, e como obviamente não resultou , ainda chegou o saco à boca e começou a soprar a ver se encontrava, se calhar, uma abertura paralela no saco já aberto.
Lá viu que o saco estava aberto, mas certamente ficou a achar que foi ele que o abriu!
Estou a atender um senhor, [ na casa dos 60 anos] que pretende descontar o saldo do cartão continente. Digo ao senhor : "para descontar o saldo tem que colocar um código, sabe qual é!?" Ao que o senhor responde: "sei, é o 19**!" Eu logo muito rapidamente digo: "não é para dizer, em voz alta, era para o senhor colocar aí ..."
A senhora, cliente seguinte, que estava a colocar as compras no tapete, riu-se. Também esboço um sorriso, mas digo-lhe "acho que a culpa é minha, fiz mal a pergunta!" É então que o senhor, diz :" não se preocupe, também não é uma fortuna que lá esta!" Mas eu reitero ao senhor que nunca se deve dizer códigos a ninguém, nem em voz alta!
Quando o senhor saiu, falamos sobre a ingenuidade das pessoas e sobre o facto de escolherem datas de nascimento para códigos, por ser logo o que quem tem má intenção , vai experimentar!
Estava a atender uma simpática senhora, cliente habitual. Esta cliente já tinha passado pela caixa de outra colega, mas como a minha fila estava menor, veio para minha caixa.
Entretanto, a outra colega, que estava umas duas caixas atrás, na brincadeira (que ela é brincalhona e é espectacular) diz à senhora "então foi pra'í !? Venha cá!" Diz-me a senhora "acho que ficou com ciumes"! Ao que eu respondo: "ela quer é roubar-me os clientes e ficar com a minha comissão!" A senhora ainda me diz "eu pra semana , se ela cá estiver , já vou a ela, costumo ir sempre, mas ela hoje tinha a fila maior!"
Como se pode ver, mesmo num trabalho sério, e sem o descurar, há tempo para um momento de diversão entre colegas e clientes! Agrada aos clientes, e também nos divertimos um pouco!
Por vezes os clientes fazem coisas engraçadas, quando estão distraídos. É bom que saibamos distinguir uma distração de outra coisa!
Uma cliente habitual, costuma levar uma daquelas geleiras de praia com blocos de gelo para conservar o peixe e os congelados.
Tem sempre o cuidado de abrir a geleira, e mostrar como está vazia! Da última vez, no fim de colocar todos os artigos no tapete chama-me para mostrar o fundo da dita geleira, eu vejo , e agradeço.
Entretanto, ela ainda do lado da entrada do tapete, começa a guardar os congelados e o peixe na geleira. Ao reparar digo: " mas eu ainda não registei esses artigos"! Ela, responde "ai, que disparate, desculpe, não sei no que estava a pensar"! Percebi logo o quanto ficou atrapalhada e fiz com que não se sentisse mal!
Depois de uma situação menos boa com uma cliente, eis que chega uma mãe com dois filhos um bebé de dois anos sentadinho e outro menino de seis anos.
Só posso dizer que já não me ria assim de gosto há algum tempo. O menino era um tagarela, mas era uma graça. Por vezes tinha dificuldade em acompanhar a sua conversa, mas ele repetia o que eu não percebia.
A mãe só o mandava calar, mas ele estava elétrico, se se calava por uns segundos, logo retomava a sua narrativa. Contudo, foi sempre muito educado, só tinha muita energia acumulada, com certeza!
São também estas situações engraçadas e estas crianças que nos alegram o dia!