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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Pessoas que precisam de ajuda

Por vezes, ouvimos ao  som, chamarem pelo proprietário do automóvel X ou Y, e ficamos a pensar na matricula, se será o nosso. Confesso que preferia que dissessem a marca ou a cor, porque não sei  bem de cor a matricula.

Num destes dias, chamavam insistentemente, dizendo a matricula do veiculo. Ninguém se identificava. Parece que , alguém reconheceu os donos, uns velhotes que estavam na minha caixa. Via-se que eram pessoas instruídas, mas já muito debilitadas e de idade avançada. O senhor,  tinha deixado o carro a trabalhar e com a porta aberta. Então, enquanto o senhor foi ao parque, a esposa ficou a tentar retirar as compras do carrinho, não estava a conseguir, então um amável senhor que estava na fila, ofereceu-se para ajudar. Eu também embalei as compras e coloquei as mesmas dentro do carrinho.

Percebi que este casal estava completamente baralhado. Certamente precisariam de ajuda, no sentido de alguém conduzir a viatura por eles, pois pareciam não estar com capacidade para isso, para além de ser perigoso não só para eles, como também para com quem eles se cruzam!

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No palco, só havia a cliente e a operadora de caixa

Uma cliente, está ao telemóvel, enquanto mexe nos artigos  no lado do tapete de saída. A distração era de tal forma, que parecia não saber, que tinha de colocar as compras no carrinho, uma vez, que não queria usar sacos.

Não sei se foi por causa da conversa, que se lembrou que  lhe faltava o pão. Disse que o  ia buscar. Fui passando os artigos mais devagar, pois já estavam duas pessoas, à espera.

Entretanto, a cliente voltou, trazia mais artigos, além do pão, e pediu desculpa, porque,  pelo caminho,  encontrou uma pessoa que já não via há muito tempo, e esteve a cumprimentá-la.

Acho que teve sorte, por os outros clientes serem civilizados e não reclamarem.

Por vezes, há pessoas assim, que no momento do atendimento, têm uma máquina, que faz apagar todas as outras pessoas, ficando apenas a operadora de caixa e a cliente!

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Mais do mesmo

Lá vinha uma cliente que depois de tirar os artigos, passa com os sacos em balão para o outro lado, levanto-me para os verificar e ela diz: "Então? estes sacos já estão pagos!" Ao que eu respondo:" Sim, mas preciso de confirmar se estão vazios!" De forma inesperada, agarra nos sacos tira-os rapidamente para cima do tapete diz "que gente desconfiada"! Sabem o que havia lá? Uma caixa de acendalhas! E depois nós é que somos desconfiados. Acredito que tenha sido sem querer, mas pode acontecer. Ela só disse "pronto, pronto!"

Deveria haver uma forma de evitar estas situações, uma forma universal, tipo um lugar onde as pessoas tivessem de passar os sacos, algo semelhante ao que acontece nos aeroportos para passarem as malas de viagem,   pois é que é chato para nós termos de fiscalizar, e ainda sermos  mal compreendidos !

Mas até se arranjar esta forma, será que podem trazer os sacos de forma a que se perceba que estão vazios!? Ou mostrando ou os trazendo dobrados e visíveis!?

Obrigada!

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O cliente que queria ter uma reunião

reuniao.jpgEstou a atender um cliente que trás um artigo que é necessário ser retificado o preço. Pergunto ao cliente seguinte se ele pode aguardar só um bocadinho, porque sabia que seria algo rápido de resolver.

O cliente, aparentemente muito zangado, responde:" A sério ? Não me diga!Logo agora que estou em cima da hora para  para uma reunião de trabalho!"

Ao que eu respondo: " Então eu ponho a conta em espera e..."

É quando ele me diz:" Calma, eu estava a brincar! Eu espero sem problema!"

Foi um alívio, e a situação foi logo resolvida e o cliente seguinte atendido. Já que ele estava a brincar, também me despedi, dizendo! "Obrigada, bom dia e boa reunião!" É então que ele responde, com alguma amargura: "Antes fosse, antes fosse!"

Fiquei sem saber o que responder, pois pensei que se certamente, estaria  sem trabalho!

Posso esquecer uma cara, mas não a situação

A semana passada esteve lá um casal a fazer as suas compras. Quando iam pagar, pediram para eu descontar os 27€ do saldo do cartão continente. No entanto, o cartão não tinha qualquer saldo!

Cuidadosamente digo ao senhor, que não tinha saldo no cartão e ele responde que tinha esse valor, pois tinha acumulado através de um cupão de 10%  na wells na compra dos  óculos e aponta para os seus óculos novos. Meramente, por  acaso, eu  sabia que existia esse cupão. Pedi um momento, liguei para o balcão de informação, onde me disseram que o senhor teria de se dirigir à Wells para ver o que se passava. Comuniquei ao senhor, e disse-lhe que nesta conta não era possível fazer o desconto, mas que lá o iam ajudar a perceber o que se passava. O senhor foi à loja e da minha caixa, consegui ver que alguém o estava a ajudar. A esposa ficou à porta com o carrinho das compras. O senhor saiu da loja e foi falar com a esposa, e também me veio dizer, que o cupão não foi passado na altura da compra, mas que agora já ia ficar tudo resolvido.

Ontem, o casal foi de novo à minha caixa e o senhor perguntou se eu me lembrava deles. É engraçado,  porque  eu tenho alguma dificuldade em memorizar caras, mas ao olhar para o senhor e ao ver os óculos, a situação veio à minha memoria. O senhor disse:" veja lá se agora o dinheiro já lá está e se o posso descontar!" E realmente sim, o dinheiro do senhor já lá estava. Também foi um alivio para mim, porque fiquei preocupada com o senhor. Sei que estar a contar com um determinado valor  e   depois o mesmo não estar disponível, é uma desilusão! A senhora até disse ao marido:" como é que queres que a senhora se lembre de ti, se lhe passa tanta gente pela frente?!" Mas lembrei-me, principalmente pelo olhar de deceção que vi naquela altura!

Ainda bem que tudo acabou em bem. quando  se trabalha num continente modelo numa localidade, que apesar de ser cidade, é rodeada de vilas e aldeias com pessoas que não estão de passagem, mas que são clientes assíduos, ganhamos afinidade e empatia pelas pessoas. Clientes satisfeitos, e problemas resolvidos, também é positivo, para mim!

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Atendimento em mímica

Um cliente diz-me qualquer coisa, que não percebi, questionei, mas não me respondeu e continuou a falar.

Pensei que me podia estar a pedir alguma coisa, então disse: "desculpe, não percebi"! É quando a pessoa responde, tirando o cabelo que tapava o auricular. " não estou a falar consigo!"

Não é fácil fazer um atendimento por mímica para não incomodar!

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Quem é que pagou a conta!? Não sei!

Estava a atender duas pessoas. Pelo que me deu a entender, uma das pessoas vivia em Portugal e a outra seria emigrante e estava de visita.

Estavam a discutir quem ia pagar, porque ambos queriam pagar. O pagamento era com multibanco, pois cada um tinha o seu cartão. Um empurrava o outro, o outro também empurrava. Entretanto, com o encostar do cartão, alguém pagou e o talão saiu, ainda eles estavam a  discutir quem ia pagar, quando eu digo que já alguém pagou! "Quem?" Perguntam, ao que eu respondo "não sei, mas a conta está paga, e foi um dos dois cartões!" Diz um para outro "às tantas ainda pagamos duas vezes!" Mas eu assegurei-os que isso não seria possível, que o sistema não permitia! Ainda lhes disse para irem ao multibanco confirmar!

Espero que se tenham entendido e aprendido a lição!

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Leite de burra para cachorro!?

Hoje foi mais um dia, em que houve muitos reformados no supermercado, e, por isso, há sempre histórias para contar.

Escolhi uma situação leve, com reformados, das muitas que me passaram pela frente. Uma senhora, pergunta-me se vendemos leite para cachorro. Ao que eu respondo,  que para gato  há umas garrafinhas da Whiskas. Até disse à senhora se não seria melhor comprar no veterinário, mas percebi que o preço, no veterinário, estava caro para a senhora.

Entretanto, um outro cliente, também velhote  diz,  que o melhor é dar-lhe leite de burra e que vai buscar, porque sabe onde está! A senhora agradece a ajuda e disponibilidade do senhor. Eu digo à senhora que não me lembro de alguma vez ali ter visto leite burra. Mas o senhor confirma que há. No entanto, dai a pouco chega e  diz que afinal, não havia!

Então a senhora levou leite de gato para o cachorro! Como é uma cliente habitual, espero a voltar a ver para perguntar se ele gostou e se não lhe fez mal!

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Já é a terceira vez que me conta essa história

Há um cliente, o Sr. Aranha que acredito que precise de meter conversa, quer seja para reclamar de alguma coisa, mesmo que seja exterior ao supermercado, quer seja   para contar alguma história.

Ele não é daquelas pessoas de fácil trato, é até um pouco chato, mas tento ter paciência, porque certamente não deve ter quem o ouça.

Pela terceira vez,   contou-me a mesma história, sobre uma máquina de café que comprou no continente. Diz que tinha uma, pensou que estava avariada, comprou outra e depois percebeu que a outra estava boa e agora tem duas. E leva dois tipos de café, um para cada uma das máquinas, e depois ainda fala sobre se é ou não bom beber muitos cafés! É mais um monologo!

Enfim, vou aguardar pelas próximas aventuras das suas máquinas de café!

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