Nem sempre é fácil quando surge alguém a pedir prioridade, algo que faz parte do quotidiano do supermercado, em que é preciso sensibilidade e compreensão, e ás vezes quando a situação não é visível, um documento.
Estou a acabar o atendimento a uns clientes, a seguir estão duas pessoas de idade, depois está um jovem, e logo a seguir um velhote com bengala e com dois ou três artigos nas mãos , que diz que vai passar porque tem prioridade. O jovem desvia-se , mas o casal de idosos, a esposa, ralha com o marido e diz " Estás a ver!? Não quiseste trazer a bengala, agora ficas para trás!" Realmente o senhor parecia coxear. Então tive de dizer ao senhor que pediu prioridade, que aquele senhor também tinha prioridade, e que quando havia duas pessoas na mesma situação, tinha que respeitar a ordem da fila.
Recordo-me de uma vez, numa situação parecida, alguém dizer que passa à frente quem tiver o problema maior. Mas acho que se fosse assim, a situação ainda seria mais difícil, pois dependeria de avaliação, e não há tempo para isso, pois ali, temos de tomar decisões rapidamente! De qualquer forma, ainda bem que neste caso o problema era idêntico.
Felizmente, neste episódio, aceitaram e tudo se resolveu bem.
Aqui há uns dias, estava a atender uma cliente que depois de colocar os artigos no tapete, passa para o outro lado, mas leva lá um saco térmico, que percebo que tem coisas dentro. Havia espaço no tapete para o colocar.
Eu : E esse saquinho aí?
Cliente : São os congelado, já lhe dou, estão aqui, para não se estragarem.
Eu: Mas tem ali espaço para o saco !
Cliente: Está com medo que eu não pague !?
Eu ( já a começar a stressar): Não se trata de ter medo, são regras, os artigos , não podem ir para esse lado, não estando registados e ainda por mais, dentro de sacos!
E pronto lá meteu o saco. Havia necessidade disto!?
Estava a atender uma jovem mãe que trazia o filhote no carrinho. Um menino talvez com cerca de dois aninhos.
O menino trazia na mão dois artigos, um deles era uma tinta para o cabelo em formato de balde. A mãe pediu para ele lhe dar para eu registar. Mas, o menino desata num choro profundo, e segura com toda a força no objecto. Fiquei preocupada porque aquele choro, parecia de desespero e dor, estava a ficar vermelho e cheio de lágrimas. Ainda me ocorreu pedir a uma colega que fosse buscar um artigo igual, mas não estava ali ninguém por perto. Então pedi ao menino se me podia só emprestar que eu já lhe dava, lá se aclamou, registei e entreguei logo de seguida e o choro parou. Até comentei com a mãe que nem era por um brinquedo, e a mãe disse que ele era mesmo assim!
Quando saiu já ia todo bem disposto, mas sempre com o artigo nas mãos!