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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Vira o disco e toca o mesmo

Mais uma vez, a questão de pedir aos clientes para mostrarem os sacos vazios que trazem de casa e levam no fundo do carrinho ou até pendurados no mesmo.

Um casal, já tinha colocado todos os artigos sobre o tapete, eu já tinha passado mais de metade, quando o carrinho passa para o outro lado. Pedi para ver os sacos. Não perceberam a pergunta. Repito e aponto para o pedido por escrito onde menciona que os sacos têm de passar pelo tapete (claro que se as pessoas os mostrarem de livre vontade, nós não pedimos, tem é de dar para perceber se estão vazios). Olharam um para o outro e deram-me os sacos incluindo o térmico que estava com o peixe dentro. E disseram que com a pressa até se tinham esquecido.

Vi pela conta que levavam cerca de €60 em peixe, que certamente não pretendiam pagar! Eu é que ainda fiquei nervosa. E pedi porque peço sempre, e não por desconfiar! Não estava à espera! E podiam me ter enganado!

Quando saíram da caixa, o cliente que estava a seguir, tinha, sem eu dar conta, observado tudo e disse-me: "que espertos "! Pareceu-me bastante surpreendido e indignado com a situação.

Uns 10 minutos depois, chega uma senhora que fica toda ofendida porque lhe peço para ver o saco! Diz-me "estão com medo que as pessoas levem coisas sem pagar dentro dos sacos!" Então eu digo-lhe que ainda há minutos levavam €60 de peixe sem pagar. Explico-lhe a situação e a mulher responde: " Pois a miséria é tanta, e as coisas estão tão caras...", nem a deixei acabar disse-lhe logo que isso não era desculpa para roubar!

Isto não está fácil! Quase todos os dias há uma situação destas, de "brindes" dentro dos sacos!

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Os clientes que não gostam de mostrar os sacos que trazem de casa

Estava a atender um casal, talvez na casa dos 65 anos.

A senhora passou para o lado de saída para arrumar os artigos, o senhor ainda estava com o carrinho no lado de recepção dos artigos. Quando este estava a empurrar o carrinho para a esposa, e como levava os sacos em formato de balão uns sobre os outros, levantei me para espreitar o seu interior. O senhor, muito ofendido, pergunta-me se estou a achar que ele leva coisas lá escondidas. Digo-lhe que estou a fazer o meu trabalho e aponto para um escrito que lá está, onde pede para os clientes colocarem todos os sacos, inclusive os que trazem de casa, em cima do tapete.

Mas ele continua a reclamar. E pergunta de novo se  acho que alguém ia levar lá alguma coisa. Como já estava a ser desagradável e não respeitar uma regra da empresa, respondo "não seria  nem o primeiro, nem o segundo, nem o décimo!" E ele volta a dizer mas "Mas eu!?"

Eu respondo que não o conheço, e mesmo que conhecesse é uma norma igual para todos.

A esposa disse- lhe "deixa não vale a pena"! Como se eu é que estivesse errada na atitude!

Também lhe disse que não percebia a atitude dele e que quem não deve não teme. 

Uma colega viu a situação, e até lá foi perguntar se estava tudo bem e se eu precisava de alguma coisa. Talvez tenha sido aí, que o senhor baixou a guarda.

Não sei quem era o senhor, se calhar alguém famoso ou conhecido, mas não para mim. Para mim era um cliente. Um cliente que não gosta de respeitar regras, pessoas, que não teve uma boa formação. Mal educado, mesmo. 

Mas esta situação acontece muitas vezes. Ainda há dois dias uma senhora me disse que as pessoas do Cartaxo são muito desconfiadas dos clientes. Respondi, "pois infelizmente temos razões para isso"! E ela respondeu que em Santarém confiam nas pessoas.

As pessoas não sabem, ou não querem saber, ou até lhe dá jeito que não se observem os sacos.

Também há dias, se eu não tivesse pedido para ver os sacos, a cliente levava peixe sem pagar, pois só quando fui ver os sacos é que me disse " ah também está aqui o peixe"! E já estava no lado de saída. Se eu fosse aqui a enumerar os artigos que já tentaram passar sem pagar, infiltrados nos sacos...

Se todos os supermercados tivessem esta norma, iam se surpreender com a quantidade de artigos que se infiltram por baixo dos sacos, por dentro, de lado e até entre os que estão dobradinhos. Quem nos dera que os clientes mostrarem os sacos fosse uma norma geral e obrigatória em tos os supermercados. Iam ver o número de roubos/quebras a descer.

Até parece que nós é que somos os desconfiados, os cliente têm sempre razão, são sempre corretos, bem formados, bem educados e nunca levam nada sem pagar, a não ser que o artigo lá vá cair...

Enfim, haja paciência!

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Mostrar sacos trazidos de casa na caixa do supermercado

Um destes dias, pedi a uma senhora, cliente habitual para ver os sacos. Ela ficou muito ofendida. disse que já ia aquele supermercado há anos e que nunca lhe tinham pedido tal coisa. Ao principio julgou que era por eu achar que ia lá algum sacos novo e que ela não o queria pagar.

Expliquei dizendo que estava lá o pedido , e que era para ver se iam vazios! Pior foi. Respondeu "é muito feio estarem a desconfiar dos clientes!" Eu ia para responder "feio é roubar",mas lá travei a língua a tempo!

É que continua  a haver situações de coisinhas esquecidas e tapadas pelos sacos, por isso este pedido faz todo o sentido!

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Os brindes escondidos nos sacos

Quando, nós, operadoras de caixa, pedimos aos clientes para mostrarem os sacos ou para os colocarem sobre o tapete, não é porque achamos que são novos e os queremos registar, é mesmo para verificarmos se estão vazios ou se levam brindes!

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Nós conseguimos perceber quando a cena é sem intenção e quando há má intenção. Mas certamente devem saber quem é que prejudicam!

Não custa nada mostrar os sacos vazios à/ao operador/a de caixa

É sempre um stresse quando as pessoas passam com o carrinho cheio de  sacos vazios, folhetos, malas , casacos. Creio que devem ter noção que além de estarem a dificultar o nosso trabalho, estão a dar motivos para que desconfiemos! Ninguém lê o pedido que lá está a pedir que coloque os sacos sobre o tapete e que  passem o carrinho vazio para o outro lado!

É que se mostrarem, nem é necessário que o coloquem em cima do tapete. Há uma senhora, que me chama, abre o saco, e vira-o para baixo e eu só faço ok com o polegar!

Recentemente, uma senhora passou, tinha um monte de sacos que até estavam dobradinhos, mas eu levantei-me e fui observar. Ela percebeu e disse: "você veio espreitar os sacos? São meus já os paguei"! Ao que eu respondo que não foi por  isso, mas pelo facto  de ali estar um pedido, e que nós precisávamos de ver os sacos! A senhora, talvez indignada com o que lhe tinha dito, vai mexe nos sacos e diz: "Mas estava com receio que levasse aqui alguma coisa!?" E quando ela sacode os sacos, sai de lá uma pasta de dentes.

A senhora, lá engoliu a sua arrogância, e não disse mais nada!

Eu acredito que até foi sem querer e que a surpresa dela foi igual à minha, mas isto só prova que o nosso pedido é mais que legitimo!

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No supermercado, preste atenção aos cartazes

Eu sei que andamos todos fartos e cansados deste vírus, de regras, mas por favor, enquanto têm de esperar nas filas, olhem à vossa volta, há cartazes, há panfletos, mensagens, sinalética, pedidos, tudo  para que as coisas funcionem melhor!

Nós até nem exigimos, por exemplo, se tiver dez garrafões de água que os coloquem todos sobre o tapete, basta um, mas se forem artigos pequenos, é mais fácil de controlar assim...

Os clientes não gostam que façamos o pedido para ver os sacos que trazem de casa, mas é um pedido legítimo, que está assinalado. Se não os querem colocar no tapete, mostrem o fundo, não passem com os sacos em balão, dentro uns dos outros!

Tudo tem uma razão de ser, e quem não deve, não teme!

Nós cumprimos ordens!

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