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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

O aliviar das medidas e o regresso à confusão

No passado sábado, dia 9 de outubro, o supermercado estava com uma grande afluência de clientes.

Nós ainda tentamos que haja algum distanciamento, mas as pessoas agora tendem ainda mais,  a não aceitar! Dizem "mas agora já se pode, o governo já aliviou as medidas"! Outras diziam: "então e as discotecas e as esplanadas?"

Parecia o regresso à selva!

Entretanto andava uma senhora a passar de um lado para o outro, ora saía e ia à casa de banho e voltava, ora saía e ia ao multibanco. Chamei à  atenção, porque senti que as pessoas que estavam a ser atendidas se estavam a sentir incomodadas, mas de nada valeu!

Uma situação que dei conta aqui há cerca de uns meses, foi que enquanto no continente a saída sem compras se faz por onde se entra, porque é um espaço largo, no PD as pessoas sem compras saem pelas caixas, mesmo que estejam lá pessoas a ser atendidas, mesmo que se rocem uns nos outros. Inacreditável, como nem com a pandemia mudaram essa situação. É claro que depois os clientes acham que é  igual para todos os supermercados. Ficam surpreendidos quando dizemos que a saída não é por ali. Não lhes fazia confusão terem de se encostar aos clientes que estavam a ser atendidos, quando havia um espaço grande por onde saírem sem compras!

Acho que cada supermercado tem o direito de ter as suas normas, mas também acho que algumas dessas normas poderiam ser universais de forma a "educar" os clientes a terem comportamentos mais corretos, mais civilizados! Menos confusão com as regras, mais união!

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Este vírus é matreiro

"Este vírus é matreiro, só ataca as pessoas nas filas para pagar, nos corredores, não faz mal a ninguém!"

Já não é a primeira vez que ouço uma frase desde género,  muitos clientes implicam com o facto de só terem de fazer distanciamento nas filas. Certamente queriam um segurança por cada corredor a dar instruções para não estarem próximos.

Ou então, se calhar, o ideal era sempre que alguém entrasse no supermercado, ser-lhes colocado um chip, e sempre que uma pessoa se aproximasse demasiado da outra, aquilo apitava  ou dava choque!

Até parece que gozam connosco, porque acham incoerente que nas filas tenham de fazer o  distanciamento, e nos corredores ninguém faz. É pena que não percebam que o que estamos a fazer é o nosso trabalho,e que, se cada um fosse responsável, também tinham cuidado nos corredores. Eu, quando estou em modo cliente, se preciso de ir a um corredor onde estão  muitas pessoas, dou a volta, e volto lá depois. Já me faz confusão estar com muitas pessoas  à volta!

Tenho quase a certeza que quando a pandemia acabar, que há-de acabar, uma das primeiras coisas que as pessoas vão voltar a fazer livremente é estarem coladas umas ás outras. Roçadas! Aquela falta de privacidade para marcar o código do multibanco, que se conseguiu ultrapassar com a pandemia, vai voltar!

Mas aí eles que se entendam, porque esta luta cansa!

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