Sinto que estou a assistir na primeira fila, à angustia das pessoas com estes aumentos dos preços dos artigos do supermercado, ou não fosse eu, uma operadora de caixa, atenta!
Já não são só os velhinhos que se queixam, é a população em geral! Não é fácil ver as pessoas atentas ao registo a olhar para o ecrã, onde a conta vai somando, e ver a sua desilusão. É triste quando nos pedem, para anular artigos, porque o dinheiro não vai chegar!
Ainda há dias um cliente, quando leu que tinha de mostrar os sacos vazios, disse que sabia que o motivo, era o de as pessoas roubarem, e, disse também, que não tinha pena nenhuma do patrão, porque "eles" não param de aumentar os preços. O senhor até podia ter a sua razão, mas eu respondi, que os funcionários tinham a responsabilidade de impedir que isso aconteça, porque se isso acontecer, nós seriamos prejudicados nos nossos postos de trabalho.
Já vi nas noticias que até as latas de atum tinham alarmes, isso ainda não chegou, que eu saiba, ao "meu" continente, mas pouco deve faltar.
Alguém tem de fazer alguma coisa, para que isto mude. A responsabilidade, não pode ser toda por causa da guerra. O custo de vida está muito alto, para os baixos ordenados.
Se as pessoas começarem a roubar, que capacidade teremos nós, funcionários de supermercados, para impedir!?
Na minha opinião, no início da pandemia, ou por ser novidade ou por medo do desconhecido, as pessoas/clientes aceitavam e respeitavam melhor as regras que estavam no supermercado, do que hoje em dia.
Ultimamente tem sido complicado fazer com que os clientes cumpram as medidas impostas pelo supermercado que são pela segurança e saúde dos clientes e dos funcionários.
É desgastante, estar a cada cliente, a chamar atenção, a dizer "aguarde atrás da linha", ou "o pagamento é aqui nesta janela", ou ainda "coloque as compras na zona verde" , e também "não podemos aceitar os produtos em mão, coloque sobre o tapete", e depois ouvir as discordâncias dos clientes, ou porque para eles não muda nada, ou não lhes faz sentido, e ainda acharem que como eles dizem, é que está bem.
E depois como há colegas mais novos, que estão naquele trabalho de passagem, e que talvez não se esforçam tanto para manter as medidas, e por isso, deixam passar uma coisa ou outra, e os clientes reparam nisso, e têm logo de dizer "ah mas aquela menina deixa fazer assim"!
Há clientes que chegam a ser indelicados connosco, inconvenientes, desnecessariamente.
Já me disseram " mas é só assim no continente", ao que respondi de peito cheio "pois é, nós somos uns privilegiados, porque trabalhamos numa empresa, que se preocupa com a segurança e saúde dos seus colaboradores". E é verdade, têm sido incansáveis em medidas, sinalética, acrílicos, regras. Tenho me sentido mais segura e confiante assim. No meu ponto de vista se a empresa está a fazer esse investimento, é para que seja cumprido! O problema é fazer com que os clientes aceitarem as medidas, quase que seria preciso um agente da autoridade à frente de cada caixa, para ver se assim havia respeito e cumprimento das medidas.
Depois dizem que com tantas medidas, já ouve colaboradores da sonae infetados, mas nem sempre depende só das medidas da empresa, mas também, o facto de muitos empregados, por exemplo, virem de comboio e isso estar, para já, fora do alcance da empresa.
Imaginem a carta de condução, tem regras. Um condutor não pode dizer "ah o semáforo estava vermelho, mas eu estava com pressa não pude esperar!" ou "tinha sinal de proibido, mas deu-me mais jeito ir por ali"! Agora o circuito do supermercado também tem regras, e, mesmo que não estejam de acordo, têm de cumprir! Porque são justamente estas desculpas que dão no supermercado, onde também há semáforos, transitos proibidos, etc.
Muitas pessoas acham que o pior já passou e que já se pode voltar ao mesmo, certamente não ouvem notícias, não sabem que é possível uma segunda vaga do vírus.
Por isso, é sempre melhor prevenir e aceitar as medidas da empresa, que não foram feitas apenas para ficarem bonitas na fotografia, mas sim, para proteção de todos!
Um velhote entrega-me para pagamento uma nota de €20. A nota parecia que tinha estado enterrada, pois estava a desfazer-se. Parecia verdadeira, mas aparentava estar em estado de decomposição. Como a super-visora ia a passar, chamei-a e perguntei se podia aceitar a nota, ao que me respondeu afirmativamente.
O que me custou foi o facto do senhor ter ficado ofendido, e me ter dito: "a nota é boa, não é falsa, tomara a menina ter muitas destas"! Pedi desculpa, mas...não creio que ele tenha entendido, que a responsabilidade seria minha, caso a nota não fosse "boa"!
Quando os clientes começam a colocar os artigos dentro dos seus carrinhos, têm a responsabilidade de os tratar bem. Quero com isto dizer, que à parida não vão colocar uma garrafão de água de 5L em cima de uma caixa de ovos, certo? Ou que ninguém coloca alimentos sobre detergentes! Mas parece que há quem se esqueça de ter este cuidado, e depois quando estão a retirar os artigos para cima do tapete, reparam que há coisas partidas ou estragadas. E depois o que acontece? Dizem : " ah afinal não vou levar estes iogurtes porque já estão abertos"! Este episódio é apenas um exemplo, pois é uma situação que acontece de vez em quando! Não custa nada ter algum cuidado, já que os artigos passam a ser vossos no momento em que os escolhem. E cuidar do que é nosso é um dever !
Uma cliente estava com o seu filho que devia de ter cerca de oito anitos. O pequeno ajudou a mãe a colocar as compras no tapete e depois no fim colocou a placa do Cliente seguinte e ao lado colocou um brinquedo e disse-me : " Isto é à parte sou eu que pago com o meu dinheiro!" Achei tão engraçado, ele tinha um ar de responsável por ir pagar a sua conta e também sorriu com uma carinha marota. Na brincadeira e quando estava a chegar a vez dele disse-lhe : " Não sei se tens dinheiro que chegue, isto é muito caro!" Ele olhou para a mãe já com um ar preocupado...acho que ele acreditou...Depois puxou da sua carteirinha e disse:" Ó mãe chegam as moedas ou também tem de ser a nota?"
A cliente disse-me que ele era muito poupadinho. Então ele colocou o recheio da carteira á minha frente e lá conseguiu poupar a nota uma vez que as moedas foram suficientes. No final olhou-me e disse :" vês ainda fiquei com esta nota!" Foi mesmo um querido, tão educado, mesmo depois de eu insinuar que o dinheiro dele não chegava. Creio que que isto dos miúdos terem a noção do dinheiro e de pagarem as suas coisas torna-os mais responsáveis, é logo de pequenos que se habituam...
Olá a todos! Hoje vou falar sobre uma situação muito frequente, o pagamento das compras por cheque. Como todos devem saber saber este pagamento inclui algumas regras, tais como a apresentação do bilhete de identidade ou na ausência deste a carta de condução ou também o passaporte ( mais usado por cidadãos estrangeiros).
É a maquina que preenche o cheque devendo o utilizador fazer apenas a assinatura,. Depois nós ainda tiramos alguns dados, como por exemplo a data de emissão, pedimos o número de telefone. Temos algumas normas internas para aceitação dos cheques e uma muito importante é que uma pessoa não pode trazer um cheque assinado por outra pessoa. Foi o que sucedeu da última vez da minha caixa. Neste caso, uma senhora veio ás compras para a empresa onde trabalhava e trouxe o cheque assinado pelos patrões da firma. Sendo assim eu não tinha como confirmar a assinatura. Foi uma situação complicada, porque a fila ficou parada enquanto eu chamava alguém para me ajudar a solucionar o problema. Depois de algum tempo de espera, veio a autorização da minha chefe para aceitar o cheque mediante uma assinatura desta senhora no verso cheque e a apresentação do B.I. Ainda assim esta senhora não estava a aceitar o facto, pois isso implicava da parte dela o "assumir" da responsabilidade. No fim tudo ficou bem porque a senhora sem outra alternativa assumiu (com algum receio) a responsabilidade.
O negativo de tudo isto foi que os outros clientes da fila, ficaram exaustos com a espera, chegando mesmo alguns a abandonar a fila protestando...Por isso eu peço aqui um pouco de compreensão para este caso. Tenho uma colega, também operadora de caixa, que já foi responder a tribunal por um cheque sem cobertura. Muitas vezes os clientes acham que isto é tudo má vontade ou incompetência, mas como vê só queremos evitar este tipo de situações.