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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Quando a caixa está fechada, está mesmo, mesmo, fechada!

Foi uma lição que aprendi à minha custa, porque depois de ter fechado a caixa, atendi uma colega. E fi-lo justamente porque era uma superior hierarquia. No entanto, fui chamada à atenção, porque uma cliente foi se queixar à supervisora!
Disseram para nunca mais repetir a ação! E nunca mais repeti!

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A opinião que muito conta

Uma senhora já na terceira infância, coloca-me uma questão. Tento explicar da melhor maneira possível! A senhora está a olhar para mim com um sorriso. Então eu digo: "A senhora não entendeu, não foi!?" Ao que ela respondeu:  "entendi sim, como não entenderia se você explicou com tanta ternura!"

E foi assim que ganhei o meu dia. É esta apreciação - que muitos clientes fazem, que muito conta para mim! Eles são justos, verdadeiros! O atendimento ao público pode ter algumas situações que nos tiram do sério, mas depois há outras, que compensam!

Nem eles sabem, o quanto importantes são para nós!

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Tenho prioridade, algum problema?

Quando chego, já havia filas nas outras caixas, por isso peço para passarem para a minha caixa, pela mesma ordem.

Um senhor "fura" descaradamente a fila, quase derrubando as outras pessoas. Então eu digo que tem de esperar, porque há pessoas à frente. Vai, ele responde, com altivez : "Pois, mas eu tenho prioridade, algum problema!?"

Não percebi a razão de ter prioridade, pois se o senhor tinha algum problema, não era visível!

Ninguém reclamou.  Se alguém tivesse dito alguma coisa eu teria de perguntar, porque há casos em que a pessoa prioritária tem de ter um documento.

Aqui há uns anos, quando perguntei a um senhor o porquê da prioridade, ele levantou a camisola e havia tubos no corpo dele, quase caio pro lado, (acho que já mencionei esta situação  no blogue) por isso tento sempre compreender, antes de perguntar!

Também gostaria de sugerir que o cliente prioritário dissesse, caso não seja visível, o motivo da sua prioridade ou então mostrasse algum documento, não pela operadora de caixa, mas por consideração aos outros clientes que estão há algum tempo na fila e merecem esse cuidado!

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Carrinho sem freguês não guarda vez

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Uma senhora deixou o carrinho próximo do tapete, e outra senhora chegou e colocou as suas compras sobre o tapete. Quando a dona do carrinho chegou, começou a questionar a outra senhora o porquê de ter colocado as suas compras, e além disso,  disse à outra senhora "retire imediatamente as suas compras, não viu que estava aqui um carrinho"! A senhora, pessoa já de idade,  disse que não retirava as compras.

Eu, calmamente disse à senhora que o carrinho não guardava a  vez, ao que ela respondeu que tinha ido ajudar uma senhora de idade a encontrar uma coisa. Respondi "a senhora foi porque quis,  eu não ia ficar parada à sua espera" ,vai ela responde: " mas as regras são para se cumprir!" Ao que eu respondi: "é o que estamos a fazer, a cumprir regras, além do mais, esta cliente tem meia dúzia de artigos que já estão sobre o tapete, a senhora tem um carrinho cheio!"

Foi um circo, uma falta de bom senso, uma falta de noção, uma falta de tudo!

Até quando as pessoas vão continuar com esta falta de respeito!? Tudo por mais uns dois minutos na fila!? Porquê tanta pressa? Passam por cima uns dos outros!

E desta cliente, não esperava estava atitude tão errada! Bem fez a outra senhora, que não retirou os seus artigos, pois estava no seu direito!

Este vírus é matreiro

"Este vírus é matreiro, só ataca as pessoas nas filas para pagar, nos corredores, não faz mal a ninguém!"

Já não é a primeira vez que ouço uma frase desde género,  muitos clientes implicam com o facto de só terem de fazer distanciamento nas filas. Certamente queriam um segurança por cada corredor a dar instruções para não estarem próximos.

Ou então, se calhar, o ideal era sempre que alguém entrasse no supermercado, ser-lhes colocado um chip, e sempre que uma pessoa se aproximasse demasiado da outra, aquilo apitava  ou dava choque!

Até parece que gozam connosco, porque acham incoerente que nas filas tenham de fazer o  distanciamento, e nos corredores ninguém faz. É pena que não percebam que o que estamos a fazer é o nosso trabalho,e que, se cada um fosse responsável, também tinham cuidado nos corredores. Eu, quando estou em modo cliente, se preciso de ir a um corredor onde estão  muitas pessoas, dou a volta, e volto lá depois. Já me faz confusão estar com muitas pessoas  à volta!

Tenho quase a certeza que quando a pandemia acabar, que há-de acabar, uma das primeiras coisas que as pessoas vão voltar a fazer livremente é estarem coladas umas ás outras. Roçadas! Aquela falta de privacidade para marcar o código do multibanco, que se conseguiu ultrapassar com a pandemia, vai voltar!

Mas aí eles que se entendam, porque esta luta cansa!

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Hoje houve aplausos dos clientes ás 11 horas

Nestes últimos tempos andamos com as emoções à flor da pele, onde somos muitas vezes invadidos pelo medo do desconhecido, pelo receio de apanhar e levar o vírus para casa. Somos muitas vezes confrontados pelos clientes que não querem aceitar as regras, que não têm paciência para esperar, mas também somos surpreendidos por outros que nos demonstram gratidão.

Não sei quem organizou ou de quem foi a ideia, sei que após o relógio da rádio do continente dar as 11 horas da manhã, os clientes começaram todos a bater palmas. Foi lindo olhar à voltar e vê-los todos sincronizados em aplausos. Fiquei emocionada, nem sabia o que fazer ou como reagir.

Apenas quero agradecer a atitude, o gesto nobre. Dizer que estamos todos no mesmo barco, que isto tudo há-de passar, que todas estas regras são pelo nosso e vosso bem, para que não nos faltem clientes, nem a vós vos falte os produtos de alimentação, limpeza e higiene.

Bem hajam!

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Cenas de prioridade e falta de civismo

Devido à situação actual de pandemia, é concedida em 1º lugar, prioridade a pessoas sujeitas a um dever especial de  proteção; a profissionais de saúde; elementos das forças e serviços de segurança, de proteção e socorro, pessoal das forças armadas e prestação de serviços de apoio social, só depois, em 2º lugar, estão os outros habituais (grávidas, pessoas com crianças de colo até 2 anos, idosos com mais de 65 e com incapacidade, pessoas com deficiência).

Esta situação aplica-se essencialmente á entrada do supermercado.

Já  por duas vezes que tive de me conter para não dizer nada em relação à prioridade.

A primeira foi com um velhote, que de repente, chegou e colocou as coisas sobre o tapete ignorando todos os outros que estavam atrás na linha e não aguardando as instruções da operadora para avançar. Quando lhe  disse, que tinha de aguardar e que tinha de esperar atrás da linha vermelha, começou logo a dizer: " mas eu sou velho, tenho quase 90 anos, e o que o nosso presidente disse é que posso passar à frente!" Ao que eu respondi:" mas até esses senhores com 90 anos, têm de respeitar as regras!"

Noutro dia, foi uma senhora que tinha uma canadiana, chegou e atirou as coisas para cima do tapete, passando por cima da sinalética, onde estavam e muito bem, clientes devidamente instalados atrás da linha e com o espaço correto entre eles. A senhora mesmo com prioridade , custava alguma coisa,  dar uma palavra, fazer uma pergunta!? Faltou educação, civismo, e concideração pelos outros. È demais!

Acho que  podiam ter prioridade na entrada, mas depois nas filas, esperavam como toda a gente. Caso fosse mesmo urgente passar, tinham de dizer, informar os doutros!

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Se eu mandasse por um dia

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Posso ser mázinha só por um dia!? Vou fazer de conta que sim...

Ou o cliente tem os cupões a jeito, ou esquece, não tem de ser a operadora a "catar" cupões, principalmente se a fila estiver grande!

Se demorar muito a encontrar a carteira ou os cartões,  a conta fica em espera e vou atender outra pessoa. Por vezes, o tempo que o cliente demora a encontrar tudo é imenso. Com esta regra, o cliente vai ter o cuidado de levar tudo preparado e em sítio que fique logo em mão!

Proibido atender e fazer chamadas, se está ao telefone não pode ser atendido, vai recambiado para o fim da fila!

Os sacos que trás de casa, são para mostrar à operadora, e é proibido passar com os mesmo, em formato balão dentro carrinho!

Quando estou a atender um cliente quem está a seguir não pode invadir o espaço do outro, pois há um sinalética no chão a respeitar!

Também é proibido quando estou a atender um cliente, o outros quererem fazer perguntas. Não têm nada que estar a interromper, esperam!

Largar as compras e irem à casa de banho, não! Se sabem que precisam ir à casa de banho vão primeiro e só depois é que vão para a fila. Civismo, que os outros não têm de estar à espera! Há quem tenha esta atitude várias vezes!

O cliente pode ir buscar alguma coisa que se esqueceu, convém é não demorar muito.

Os sacos que temos da fruta na caixa seriam unicamente para produtos que derramem, é que há clientes que querem um saco desses para cada produto que levam, é um exagero que se gasta em plástico!

Um vale de desconto no final para o cliente modelo. O que cumpriu todos os requisitos e teve as atitudes corretas!

Amigo, não empata amigo; cliente não empata cliente!

Grávida ou gordinha?

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Eu não tenho grande pontaria, para verificar se  uma pessoa está grávida ou não, se não for mesmo saliente. Na caixa de prioridade antiga, nós tínhamos de chamar as pessoas, e por vezes eu errava. Então eu deixei de chamar, só chamava mesmo quando se notava bem, e não tinha dúvidas.

Acho que já aqui relatei que uma vez chamei uma senhora que estava com a barriga empinada e as mãos à cintura, mas, errei. A senhora ficou ofendida e eu envergonhada. Pedi desculpa, mas fiquei a sentir-me tão mal.

Recentemente , vi uma outra senhora, e fiquei na dúvida se era gravidez. Olhei pelo canto do olho, disfarcei. Pensei "será que é!?"  Depois vi-a de frente, e pensei que afinal não era. Quando alguém disse que a pessoa estava grávida, para me desculpar disse que não tinha percebido, e   a grávida responde: "então pensava que isto era tudo gordura?"

Ora mais valia eu não ter dito nada!

Às vezes mais vale, esperar que seja o cliente prioritário a pedir/manifestar a prioridade, aliás, é o que está estipulado na lei!

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Até porque, mesmo tendo o direito à prioridade, o cliente prioritário, pode não querer usufruir dela, por se sentir bem naquele momento. Por exemplo, uma cliente pode estar com um bebé, mas o  bebé estar tranquilo a dormir no carrinho, e a cliente não ver necessidade de estar a "roubar" o lugar a quem já lá está à mais tempo, e merece consideração/respeito!

Isso chama-se, ter bom senso!

O gosto em quebrar as regras

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Depois de ler um post da Marta Elle, que estava numa fila do continente para pessoas que pretendiam que as suas compras fossem entregues ao domicilio, e onde pessoas que não estavam nessa categoria estavam lá a empatar, fez-me pensar no porquê de as pessoas terem tanta aptidão para quebrar regras no supermercado. Resolvi enumerar algumas.

  • Quando as pessoas querem entrar no supermercado, pelas caixas, que é local de saída;
  • Quando há uma caixa para 10 unidades e as pessoas querem passar com um carrinho cheio;
  • Quando a saída sem compras é pelo local onde entraram e elas querem sair pelas caixas, onde há carrinhos e pessoas a serem atendidas, que têm de fazer ginástica, para as deixar passar;
  • Quando a pessoa que está a ser atendida ainda não terminou, e já o cliente seguinte está praticamente em cima deste;
  • Quando está escrito que nas caixas self service não é permitido passar com carrinhos e mesmo assim, querem passar por lá;
  • Quando as pessoas entram pela saída das caixas self service;
  • Quando sabem que os cestos de rodinhas não podem ir á rua, e mesmo assim, estão sempre a tentar fazê-lo;
  • Quando sabem que não devem de entrar com os trolleys para dentro da loja e entram;
  • Quando sabem que não é para levar compras, produtos e outras coisas ou  sacos, para dentro da loja, mas sim deixá-los entregues na entrada, e mesmo assim, algumas pessoas levam tudo consigo, e depois nem mostram ou avisam a operadora.

Acredito que existam até mais, e muitas vezes não se entende porquê! Será apenas para dar trabalho aos  seguranças!? Eles já têm que fazer!