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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Os quebra-regas do supermercado

Para uma sociedade funcionar bem, é essencial que existam regras que estabeleçam ordem, segurança e justiça.

As regras servem como guias para o comportamento humano, garantindo um equilíbrio entre a liberdade individual e o bem-estar coletivo, além de ajudarem a resolver conflitos de forma pacífica.

Por exemplo, existem regras e sinais no trânsito, para orientar o fluxo de veículos e peões, garantindo a segurança e a organização do trânsito. As pessoas tiram a carta de condução para saberem andar convenientemente na estrada.

Há regras para participar numa competição.

Há regras num aeroporto, onde o mais importante é seguir a sinalização, dirigir-se ao balcão de check-in e depois à área de embarque, passando pelos controlos de segurança, e deve permanecer atento aos ecrãs para verificar alterações.

Ora num supermercado, também há regras, que são muito básicas e que estão perfeitamente identificadas, quer em cartazes, quer em sinalética, quer em setas.

No entanto, há dias em que os clientes, simplesmente não as querem respeitar, o que é constrangedor, quer para os funcionários, quer para os seguranças, esses clientes, são os “quebra-regras”!

Exemplos:

  • Uma cancela fechada na linha de caixas, não é para galgar ou saltar por cima;
  • Se nas selfieis está uma sinalética no chão a dizer que a zona é só para cestos, não é para passar com carrinhos;

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  • A saída sem compras é por onde entrou e não pelas caixas , onde pode incomodar quem está a ser atendido;
  • A entrada do supermercado está sinalizada, e nunca é pela saída da linha de caixas;

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  • Se um cliente está a fazer o pagamento, seja em dinheiro ou em multibanco, não é para o cliente seguinte, estar colado a este;
  • Se um cliente prioritário pedir prioridade, não negue essa prioridade, só porque está com muita pressa, são situações que podem acontecer e que se tem de contar com elas;
  • Se o operador disser que a caixa vai fechar, tente entender, pois os funcionários, também têm horários, também precisam de comer e de ir à casa de banho, ou de fazer outra tarefa diferente;
  • As filas existem para que haja ordem, respeito e tolerância;
  • Quando surge uma placa a dizer que um determinado espaço está em limpeza, é para segurança dos clientes e para não ser transposta;

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  • Quando desiste de levar um artigo, se for algo fresco ou congelado, não o deixe escondido numa prateleira qualquer, entregue-o à operadora de caixa ou coloque-o de volta no seu lugar.

São apenas alguns exemplos, certamente haverá mais, mas se ficar atento a estes e não os quebrar, já é um bom começo!

A falta de civismo no espaço do outro

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As pessoas estarem na fila, coladas umas ás outras, sem respeitar o espaço do outro, e o da operadora de caixa, sempre foi, e é, uma situação que me incomoda.

Até parece que gostam de se encostar, de espreitar o que o outro está a embalar, de bisbilhotar o código do multibanco. Qualquer dia andam ás cavalitas uns dos outros, só para estarem mais colados!

Já houve situações de a pessoa empurrar o carrinho e bater no outro. Ontem mesmo chamei a atenção de uma cliente, e ela respondeu que se tivessem mais caixas abertas, isso não acontecia. Ora ontem, e naquele momento, estavam várias caixas abertas, e nem havia filas.

Por vezes, o cliente está tão em cima de mim, que quando tem tosse, levo com os gafanhotos!

 Quando estávamos em contexto de epidemia, as pessoas, pelo menos inicialmente, tinham esse cuidado!

Afinal parece que o COVID 19 não fez com que as pessoas tivessem melhores hábitos!

O respeito pelo espaço da operadora de caixa

Uma das situações que incomodam, é retirarem-me os artigos das mãos e não esperarem que eu os registe e os coloque do lado do cliente.

A situação piora, quando são duas pessoas, por exemplo um casal, onde um fica próximo à operadora, a retirara-lhe os artigos e a empurra-los para a outra pessoa. Já levei algumas unhadas, também já  me retiraram artigos, sem estarem registados, porque, por vezes, o código não passa logo.

Se o motivo é para despachar, esqueçam, não se despacham mais depressa, muito pelo contrario!

Se existisse um acrílico , talvez respeitassem mais o nosso espaço!

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Comportamentos que nem a pandemia corrigiu

Um problema que parece difícil de solucionar, é o facto de as pessoas, quando não fazem compras saírem pela linha de caixas, principalmente quando lá estão pessoas e carrinhos! Nem sabendo do distanciamento social dos dias de hoje, mudam de atitude!

Acredito, que haja supermercados, onde a saída sem compras seja pelas caixas, mas, a meu ver, é algo que não está correto! E depois a tendência das pessoas é acharem que é por ali, que é tudo igual. Algumas pessoas até sabem que a saída é pelo local onde entraram, que é mais espaçoso, mas só por teimosia querem sair pelo sitio errado!

Um destes dias estava a atender uns clientes, cujo carrinho estava lá no devido espaço, e tinham um bebé no ovo que estava atravessado. Vem um cliente, que ao principio ainda pensei que fizesse parte da família, mas não. Então a criatura empurrava o carrinho para passar, quase fazendo cair o ovo com o bebé e os pais não diziam nada. Lá tive de intervir e dizer ao senhor que a saída não era ali, e ainda lhe disse que nem um bebé respeitavam, para ele ouvir, quando já ia a dar a volta!

Fico stressada com estas atitudes. As pessoas não têm o bom senso de entender que estão a invadir o espaço do outro, que estão a incomodar. Que falta de civismo!

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Basta um, para se fazer notar...

O dia estava a correr bem. Há dias que correm bem, clientes simpáticos, compreensivos, educados, cumpridores, amigos , até. Devo de atender dezenas ou até centenas, assim!

No entanto, basta um, para estragar o dia, ou pelo menos para perceber que ainda há uma minoria de gente, que não aprendeu nada, com esta pandemia. Mais uma vez o distanciamento. Estava a atender um casal, outro cliente tinha as suas compras no tapete, onde há uma sinalética no chão onde ele tinha de estar e depois os outros teriam de estar mais atrás, conforme a marcação. Mas, "os outros" já iam colocar as compras. Pedi educadamente, para aguardarem só um pouco, até porque eram novos, julguei que entendessem. Aguardaram, quando os que estava atenderem saíram, e o seguinte passou para o outro lado, pedi que avançassem!

Começam "...e  porquê, qual é a diferença"!? Respondi que eram as normas da empresa e mostrei a sinalética, mas foram insolentes, mal educados. Por fim, disse-lhes "pois se não entendem, mesmo assim, já é uma coisa que não posso ajudar, só lamentar!"

Que gentinha medíocre! Creio que são pessoas como estas que fazem com que muitos estabelecimentos estejam fechados, mesmo com normas e equipamentos, porque simplesmente não cumprem, questionam tudo e não respeitam nada!

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Juntos, mas separados

Estava a atender duas pessoas que julguei estarem juntas já que a mulher estava quase colada ao jovem rapaz. Acontece por vezes duas pessoas estarem juntas e cada uma ter a sua conta.

A dada altura quando o rapaz ia pagar e a mulher estava mesmo ao lado, ele diz "olhe desculpe, eu estou a incomodar?!" E a senhora olha para mim e depois para ele, mas não se afasta . Foi a aí que percebi que não estavam nada juntos. Claro que se eu soubesse que não estavam juntos, não tinha permitido aquela proximidade.

Quando percebi, pedi à senhora para se afastar e disse ao rapaz em voz alta, para que a senhora ouvisse e percebesse o erro: " peço desculpa julguei que estavam juntos, já que esta senhora estava tão perto. Infelizmente as pessoas ainda não perceberam que têm de fazer distanciamento, é um abuso!"

A senhora nem se importou nem enfiou a carapuça! E depois do rapaz sair, ainda criticou, mas eu disse que as pessoas tinham de fazer o distanciamento!

Quando surgiu a pandemia e estas medidas, na altura eu pensei "olha dentro de tanta coisa má desta pandemia, pelo menos trouxe para as pessoas a civilização, agora é que elas vão aprender como é incorreto estarem umas em cima das outras, agora a pessoa já vai conseguir marcar o código do multibanco sem pressões ou sem a preocupação de estarem a observar o código!"

Pois estava enganada! Nem esta pandemia corrigiu esta enorme falha das pessoas. A pandemia vai acabar, e vai voltar tudo à mesma, eu como operadora vou deixar de me enervar com estas atitudes, querem andar todos em cima uns dos outros,  a roçar uns nos outros que andem, se são mais felizes assim!

Mas quando eu estiver no papel de cliente, não vou permitir ninguém em cima de mim.Vou fazer barulho! Enquanto não tiver confortável não pago e o cliente seguinte ou se mete no lugar dele ou fica à espera, horas! Tenho o direito à minha privacidade, para fazer pagamento com multibanco ou de que forma for, todos temos!

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"Eles" não dormem, andam sempre por aí...

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Continua esta invasão de espaço, esta falta de respeito pelo acrílico, os fura-acrílicos, não nos dão descanso! Já não sei onde esconder o meu álcool gel. Porque será que está ali um acrílico? Porque será que a empresa investiu na colocação de barreiras acrílicas? Para ficar bonito!? Não! é para não ser transposto!

Até para passarem o cartão continente enfiam-se por ali a dentro, quando podiam passar do lado de fora. É que assim, prefiro passar eu o cartão do que ter de levar com a invasão.

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Clientes flexíveis como os gatos e com bichos carpinteiros

Os gatos passam por qualquer espaço sem se magoarem. A explicação é que os gatos não têm clavícula , mas sim uma cartilagem  no lugar, que permite que se consigam mover, esticar o corpo e entrar em lugares estreitos.  

Os clientes desde que existe o acrílico também se esticam todos, enfiam os braços pela janela, invadem o nosso espaço, estão sempre  furar tudo. Ainda não atingiram, que se há um vidro à frente,  é para não entrar/furar. É que não compreendem, é  uma coisa que incomoda. Tenho uma esferográfica à frente e mesmo estando envolta em acrílico já um cliente a conseguiu  apanhar! Quando o vi com ela pensei: " mas como é que ele a tirou e nem vi"!?

Outra coisa, eles parecem ter  bichos carpinteiros, pois também é um desassossego e mexem em tudo, é que há coisas que podem ver com os olhos e não com as mãos. Por exemplo,   tenho um montinho de sacos organizados, e em vez de pedirem, vão lá tirar (para quê, se primeiro tenho de os registar) ! Se meto o spray de limpar o tapete à vista pegam nele e metem nas mãos! Aquilo não é álcool gel! Lá tenho de esconder o frasco.  As faturas, que quando saem em triplicado e fico com uma, guardo-as ordenadamente com um clip atrás da caixa registadora, até aí tentam chegar, porque acham que o papel é deles!

Por vezes,  só me apetece dizer como se diz aos miúdos: "aí não se mexe!"

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Talvez tenha conseguido passar a mensagem a UMA pessoa

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Estava a concluir o atendimento a uma cliente, enquanto ela procura o dinheiro na carteira, aproveito para ir limpar/desinfetar  o tapete de saída. Entretanto apanho o dinheiro, e quando digito o valor, o cliente seguinte, estica-se para todo, invadindo o acrílico e coloca um pacote de detergente justamente em cima da gaveta da caixa registadora , que, com o peso, não abre para dar o troco.

Eu: - Mas se está aqui este vidro porque não pôs as coisas atrás!?

Cliente: - Era para você me passar isso primeiro para ir logo para o carrinho!

Eu: Pois mas agora este cliente vai ter de esperar porque a gaveta não abriu. É que é só seguir as regras! O tapete até tem cores, há um vidro e mesmo assim, as pessoas não têm cuidado!

Cliente: Pois está bem. Agora já sei!

Depois até pediu desculpa por fazer a outra pessoa esperar que viessem abrir a gaveta.

Se tudo isto deu para uma pessoa aprender alguma coisa, já fico satisfeita!