Uma cliente pergunta-me se sei até quando vai ser proibida a venda dos artigos. Respondo que não sei, que depende dos nossos governantes. A cliente disse que queria comprar um brinquedo para uma criança que fazia anos. Percebi que estava triste por isso, porque mesmo não sendo um bem essencial, provavelmente era uma criança pequena, que já tinha de estar confinada, provavelmente sem amigos no aniversário, e, ainda por cima, não teria brinquedos. Nem todas as pessoas sabem comprar on line.
É que são crianças, não dá para fazê-los entender esta nova realidade!
No dia 30, um cliente ia colocando os seus produtos no tapete ao mesmo tempo que ia falando ao telemóvel. Uma conversa de pura cusquice e nada urgente. Mesmo assim, foi empatando, porque, não se consegue fazer as duas coisas bem, ao mesmo tempo.
Depois continuou no mesmo ritmo do outro lado, enquanto arrumava as compras. Comecei a ficar preocupada, pois foi num momento em que eu nem conseguia ver o fim da fila, tal não era o aglomerado de gente.
Quando peço o cartão continente para dar continuidade ao atendimento, faz-me sinal para que espere, como quem diz " não vê que estou ocupado", ignorando os sinais do senhor, repeti em voz amais alta "o cartão continente tem?", ele tapa a parte da voz do telemóvel e responde "estou ao telemóvel" ao que eu respondo" pois, mas isso é que não pode ser! Há pessoas à espera" É quando ele diz à pessoa que já lhe liga. E ainda vai ativar a aplicação para chegar ao cartão continente. A pessoa que estava a seguir reparou nisto, e abanava indignada a cabeça.
Quando este senhor saiu, não podemos deixar de comentar o facto de como as pessoas são incivilizadas e egoístas!
No dia 31, quando chegou a hora de trocar de turno com uma colega, novamente filas enormes, eu queria terminar o atendimento, e o senhor (novamente um homem) ao telemóvel na maior das descontrações. A minha colega, só dizia, "não estou a creditar nisto"!
Estas pessoas não tem noção que não é só a operadora de caixa que tem de esperar, são todas as pessoas da fila. Falta de educação e de civismo!
Continuo a achar que devia ser proibido atender e fazer chamadas desde que começam a colocar os artigos no tapete até ao pagamento e retirada dos artigos/sacos do tapete de saída, a não que seja alguma coisa urgente, ou apenas para dizer à outra pessoa que está do outro lado, que agora não pode atender.
Um destes dias, uma senhora ia colocando os artigos no tapete com uma mão e com a outra segurava no telemóvel e falava descontraidamente com alguém. Avisou-me que tinha três contas. Termina uma conversa desliga, paga uma das contas, novamente o aparelho toca e a senhora volta à lentidão. Começo a stressar e pergunto se posso colocar as coisas no saco, diz que não, porque tem se separar as coisas. É que ainda se dá ao luxo de andar com picuinhiches a arrumar as coisas. Quero avançar para a outra conta, mas ela continua ao telemóvel e a ignorar-me. Lá desliga, mas logo a seguir, faz ela uma chamada.
Uma pessoa perde a paciência, desta vez ninguém se queixou na fila, mas uma vez, numa situação igual (só não estávamos em pandemia) um senhor me disse que a empresa não devia permitir que atendessem o telemóvel, até falou num país que tinha mesmo um sinal de proibido.
No continente, há vários procedimentos onde se tem de usar o telemóvel, tais como a aplicação, cupões, o continente pay, por isso é complicado proibir o uso, mas podiam proibir as chamada e/ou a utilização para outros fins.
Aqui há uns dias alguém me disse, que com este cenário do vírus, parecia que alguém tinha andado a ler os meus posts e tinham implementado algumas das minhas ideias, nomeadamente a do espaço entre pessoas, a sinalética no chão. Ao que eu respondi "nem todas, falta uma, a de proibirem que se atenda e faça chamadas desde o momento em que começam a colocar as compras no tapete, até à conclusão do atendimento!"
Está sempre a acontecer! Um dia destes uma senhora tinha de pagar €26, deu-me os €20, o telemóvel tocou atendeu, eu disse " falta os €6 e ela disse "pode aguardar um momento!?" Ao que eu respondi "Não, isto é para circular, estão pessoas à espera." Vai ela diz à pessoa da chamada para esperar, deu-me o dinheiro e entre dentes disse "com que então não podia esperar"! Ignorei, conclui, despedido-me cordialmente, mas com vontade de...bem não vou dizer!