Um casal de velhotes, para pagar a conta, cujo valor era cerca de 110 euros, vai-me dando uma a uma, notas de vinte, e cada vez que me dava uma, o senhor esfregava bem a nota com os dedos, ainda me dizia "veja bem, se não são duas, podem ir coladas!"
Eu compreendo bem a preocupação deles, o dinheiro com certeza que não abunda e é preciso cuidado, por isso não levei nada a mal, nem quando me pediram para recontar...
Por vezes passa algum tempo sem que ouça ditados ou expressões novas dos clientes, no entanto, no espaço de dois dias, aprendi duas coisas novas, e ambas tendo ver com poupança, com gastos...
A primeira, tive de pedir ao senhor (um velhote queixoso dos gastos) para repetir, e espero tê-la apreendido bem:
Valha-me Santa Quitéria
Prima do tio Joaquim
Eu a fugir da miséria
E ela sempre atrás de mim
A outra foi uma senhora que vinha a dizer a frase para o marido:
Quem é cliente habitual do continente, já está habituado a estes cupões. Mas, por vezes ainda há duvidas e esquecimentos. É preciso que tomem nota, que o saldo acumulado com estes cupões tem validade. Vem tudo lá escrito no cupão, em letras bem visíveis, e no talão de compra, ainda vem de novo escrito...
Faz hoje, dia 15 de fevereiro, dois anos, que os sacos de plástico no continente deixaram de ser oferecidos e passaram a ser pagos.
É certo que a mudança está a ser positiva, o consumo diminuiu. Muitas pessoas habituaram-se a trazer sacos de casa, não só sacos de plástico, mas principalmente sacos de outros materiais, mais ecológicos. No entanto, ainda existem muitas pessoas que não se importam de comprar sacos de plástico todos os dias.
Mas também há quem tenha de comprar, só e apenas, porque se esqueceu deles em casa ou até no automóvel. Há quem, já estando na caixa, pede para ir ao parque buscar os sacos que ficaram no carro. Outros ainda levam os artigos nas mãos e braços até à viatura. Noto também que a moda dos trolleys está de volta...
Enfim, apesar de ainda talvez haver um certo percurso a percorrer, estamos no bom caminho. Pelo menos a nível ambiental, penso que o balanço seja positivo. Nas ruas já não se observam tantos sacos vazios a voar...
Por vezes perguntam-se se eu tenho algumas dicas para poupar no supermercado, já que trabalho num. E dicas eu até tenho, só que por vezes, o que custa é segui-las.
Muitas vezes estou a registar um produto a um cliente e a pensar "Eh pá isto deve ser mesmo bom, quando sair, vou comprar um igual"! E é assim que se cobiça o artigo alheio e se esquece a poupança! Por isso façam o que eu digo e não o que eu faço!