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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Depois de um dia movimentado, um dia calmo...

O dia 24 de dezembro, foi bastante movimentado. O tempo até parece passar mais depressa, mas ver pessoas com pressa, algumas impacientes, ver egoísmo, enfim...

Mas depois também há aquelas pessoas, mais tranquilas, com palavras bonitas, com paciência.

O que me pode incomodar não é a multidão, as compras, o supermercado<do cheio, é mesmo a falta de paciência, a falta de civismo, a falta de  passividade!

Hoje dia 26,  julguei que por ter havido um dia com o supermercado fechado, iriam todos lá parar, mas não! Foi um dia estranhamento calmo, com poucos clientes e sem a azafama da época!

Agora é aguardar pela próxima festividade, esperando que seja, feliz e tranquila! Que as pessoas estejam com mais calma!

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Velhotes castiços

Há um velhote, super castiço, que mesmo quando não vai à minha caixa, vai sempre meter conversa, vai principalmente  falar do meu gato.

Há duas semanas lá foi ele dizer-me que vinha aí o frio e que eu tinha de fazer uma camisola para o gato. Então eu disse-lhe que infelizmente já não tinha esse gato. O senhor ficou comovido,  disse-me que bem sabia o que custava  perder um animal, quando se tem amor por eles, o senhor que sempre brincava, ficou sério!

Esta semana já lá voltou e mais uma vez, foi só meter conversa e desejar um bom dia, já não falou do gato!

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Há uma caixa apta a cadeiras de rodas

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É habitual existir no supermercado, pelo menos nos continentes, existe, consoante a dimensão do espaço, uma ou mais caixas   "aptas a cadeiras de rodas", ou seja, o sitio onde o cliente faz o pagamento com o  cartão  multibanco está no final do tapete e mais baixo, para que uma pessoa estando sentada numa cadeira de rodas possa lá chegar!

No entanto, apesar de estar sempre a explicar ás pessoas porque o sitio está mais distante, parecem não entender. Ainda há dias uma cliente dizia "estão sempre a mudar o sitio disto, ainda no outro dia estava aqui"! Ou então dizem "ah agora meteram isto lá ao fundo!"

Enfim, eu por vezes já nem explico, não vale a pena!

Os que marcam pela diferença

Estava eu numa caixa ao fundo da loja, onde há cerca de dois anos, era a entrada para o supermercado.

Estava distraída com o atendimento, e com os clientes que estava a atender, não dei por um grupo de pessoas chegar até perto de mim, porque julgavam que seria  ali a entrada. Só dei por eles quando começaram a falar alto, de modo  agressivo,  zangados por a "porta" não abrir. Ora não existia ali porta alguma, apenas um vidro.

Apanhei um susto enorme. Entretando lá houve alguém que percebeu que a entrada, era no inicio da loja por onde eles já tinham passado.  Era um grupo grande com mulheres, homens, crianças e até bebés. estavam quase todos vestidos de preto, com as mascaras e as roupas sujas, notei até pelo menos uma senhora tinha um trapo branco a servir de máscara.

Depois de andarem por dentro da loja, mesmo sem os ver, ouvia-os da minha caixa, falavam, ralhavam, as crianças choravam. Uma parte deles foi para a minha caixa e a outra para outra caixa. Na minha caixa com o carrinho que tinham davam cacetadas no carrinho do cliente que estava à frente, ainda tentei chamar atenção, mas ou não ouviram ou não quiseram saber, mas tive receio de insistir.

Quando começo a registar um homem pergunta-me se posso lhe trocar uma nota de €50, digo que não. Saiu para ir trocar a nota e ficou uma senhora com um bebé no colo, mais duas crianças pequenas. Uma das crianças derramou sumo para cima do tapete. Conforme eu ia registando a senhora ia atirando os artigos para dentro do carrinho, sem cuidado, nem critério. Partiu os ovos, e partiu uma caneca, um pão saiu do saco, mas não quis saber, deixou até o chão pingado do ovo. Uma das crianças que devia de ter uns 5 anos, lindo de olhos azuis, tinha  narizito ranhoso, mostrou-me uma moeda de um euro e apontou para umas carteiras de legos e perguntou se eu lhe vendia aquilo por um euro. Lá lhe disse que não chegava.

Entretanto chega o homem com um maço notas e  paga. Saíram cheios de pressa, a ralhar e os miúdos a barafustar!

Eu não quero ser mal interpretada, mas se estas pessoas, tiveram um comportamento diferente, fizeram-se notar, deixaram-nos com receio. Não é uma questão de racismo ou de xenofobia, não quero estar com queixas, mas para que todas as pessoas, culturas, etnias, religiões,  sejam vistas por igual, também deveriam ter, um comportamento adequado nos lugares que frequentam, porque mesmo sendo um grande grupo, não estavam ali  sozinhos.

Se todos os clientes fossem em família ás compras, a fazerem aquele espectáculo, seria normal e já estaríamos habituados, mas felizmente não é assim.  Porque se estão em grupo na sua comunidade, podem ter o comportamento que faz parte da sua cultura, mas se querem ser vistos como iguais em sitios publicos  não se comportem de modo diferente! 

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Um reencontro de amigos na fila do supermercado

Já estava a concluir o atendimento a um casal, faltava apenas, o pagamento. No entanto, chegam umas pessoas do lado de saída da minha caixa, que ao verem o casal que estava a atender, fazem uma festa. Ao que percebi, eram uns amigos que já não se viam há muito tempo, pessoas que viviam no estrangeiro e estavam cá de passagem.

 

Só que entre saudações, comentários, perguntas, beijinhos e abraços...a conta continuava por pagar, e a fila estava a ficar composta. Enquanto uma pessoa, da fila até parecia estar divertida com a situação, havia outra que já estava a desesperar. Eu já tinha dito o valor da conta, duas vezes e a pessoa continuava distraída com o reencontro. Até que digo:" olhe, peço desculpa, vai pagar com dinheiro ou cartão!?" É aí que a pessoa diz "ah desculpem lá, é com multibanco!"

 

Tudo isto, aparentemente não demorou mais que uns dois ou três minutos, só para quem está à espera, parece uma eternidade! Podemos concluir que um reencontro pode ser um factor, que faz embargar/empatar uma fila!

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Pàra tudo quando joga a seleção

Hoje a manhã esteve cheia de clientes, quase todas as caixas estavam abertas e o dia fluía bem.

 

Chegamos às 13h, estava só duas caixas abertas, e praticamente o supermercado estava deserto. Somente a minha caixa e de outra colega  abertas, e só de vez em quando lá aparecia um e outro cliente. No entanto, eu saí e quando subi as escadas, lá no alto onde se pode visualizar toda a loja, reparei que não se via vivalma.

 

Entretanto, passei pela Worten, onde também não havia clientes, até que passa por lá um, que olha para os televisores em busca do resultado do jogo, mas como não estava a passar o jogo, sai logo de seguida!

 

Inacreditável, como o país parece que pára para ver o jogo!

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No atendimento ao público, devemos atender todas as pessoas de maneira igual?

Devido a uma situação, em que estou a tender um senhor de fato e gravata, que me parecia ser um milionário, penso, "vou oferecer selos para colecionar copos, quando este  senhor,  já deve ter copos de cristal em casa que nunca mais acabam?" Ocorreu-me o seguinte  pensamento: no atendimento ao público, devemos atender todas as pessoas de maneira igual? A resposta mais óbvia seria "claro que sim". Mas, analisando bem, acho que não. E não porquê? Porque as pessoas não são iguais, não têm as mesmas necessidades, os mesmos gostos. Claro que expliquei a campanha a este senhor e ele levou a caderneta e um selo, certamente só o fez por educação.

 

Depois há aquelas pessoas que gostam de trocar dois dedos de conversa, e há  outras que não estão para conversas, apenas querem pagar e sair dali com as compras. Há aquelas que precisam de  tempo para arrumar todos os produtos a a seu jeito e gostam que nós registemos os produtos mais devagar, e há as outras que arrumam "tudo ao molho e fé em Deus" e querem é rapidez. Outro exemplo, não posso atender um velhote com problemas de se mover, da mesma forma que atendo uma senhora que veio a correr fazer umas compras na sua hora de almoço. Eu tento ajustar-me consoante a pessoa que estou a atender...

 

E isso não é estar a descriminar ninguém, acho que é apenas fazer um "atendimento personalizado"!

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O Continente não é a mercearia do Zé

Não sei se já aqui disse, mas eu sou de uma terra, vivo em outra e ainda trabalho noutra. Já quando vivia na minha terra, nunca sabia quem era quem, pois usavam muitos apelidos e alcunhas que eu tinha sempre dificuldade em identificar. Hoje em dia continuo a ser assim, quando me falam de pessoas que não me são próximas, nunca dou muita importância ao assunto, porque imagino logo que não conheço. Por vezes dizem-me " tu nunca conheces ninguém, és mesmo despistada"!

 

Acontece que um destes dias, uma cliente na fila perguntava-me coisas sobre uma outra cliente que eu tinha acabado de atender. Perguntava se aquela senhora era filha de não sei quem. Eu respondia que não sabia. E ela retomava e dizia, se a cliente não tinha um café que tinha sido trespassado não sei de quem. Eu dizia "pois não sei, não sou daqui" e ela disse: "mas estava a pergunta-lhe pela filha!" Tive de lhe explicar que conhecia a filha de a ver ali com a mãe já algumas vezes às compras. Se calhar, mesmo que soubesse ia arranjar maneira de não responder.

 

Será que as pessoas não percebem que o Continente não é a mercearia do Zé? 

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Iogurtes ou derivados encontrados na prateleira dos detergentes

Não entendo porque é que algumas pessoas quando desistem de levar artigos que têm de estar obrigatoriamente no frio, ( por exemplo iogurtes ) os largam "escondidos" numa prateleira qualquer e não se importam que o produto se estrague. Vale mais que o deixem na caixa, porque aí a operadora pode chamar alguém para o voltar a colocar no frio...

 

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O Dois de Paus*

 

Estão a imaginar um homem de porte ( estatura muito forte) parado à minha frente de braços cruzados, pernas afastadas e olhar sério? Isto enquanto eu registava os artigos a uma cliente e a ajudava a arrumar os artigos. Eu olhei algumas vezes para ele porque a sua presença ali estática me estava a stressar! Como estavam mais pessoas na fila pensei que fosse o cliente a seguir.

Entretanto digo o total à cliente que estava a atender, ela paga, e mesmo antes de ela tirar os imensos sacos que tinha no tapete, o homem rude vai-se embora. Só percebi que este homem deveria ser o marido desta mulher quando ela disse, muito timidamente: "olha foi embora, e agora deixa cá ver se consigo levar estes sacos todos!"

Coitada da senhora, o homem só esteve ali para controlar ( nem foi ele a pagar), não sei bem o quê...e depois foi-se embora e nem ajudou a levar as compras! Quando a senhora carregada de sacos, saiu, as pessoas da fila mostravam-se indignadas e houve um senhor que até lhe chamou um nome, mas que de momento não me recordo.

Pessoas assim, metem medo!

 

* lembro-me de ouvir certa vez alguém dizer:" não estejas aí especado, pareces um dois de paus!" - pareceu-me indicado para este individuo!