Há um cliente, o Sr. Aranha que acredito que precise de meter conversa, quer seja para reclamar de alguma coisa, mesmo que seja exterior ao supermercado, quer seja para contar alguma história.
Ele não é daquelas pessoas de fácil trato, é até um pouco chato, mas tento ter paciência, porque certamente não deve ter quem o ouça.
Pela terceira vez, contou-me a mesma história, sobre uma máquina de café que comprou no continente. Diz que tinha uma, pensou que estava avariada, comprou outra e depois percebeu que a outra estava boa e agora tem duas. E leva dois tipos de café, um para cada uma das máquinas, e depois ainda fala sobre se é ou não bom beber muitos cafés! É mais um monologo!
Enfim, vou aguardar pelas próximas aventuras das suas máquinas de café!
Um cliente, em vez de colocar uma caixa de cervejas sobre o tapete, ou até de a levar no carrinho ao alto com o código de barras no ponto de conseguir digitar o código, pega nela para me entregar pela frente, deixando-a por momentos sobre o acrílico. Com receio de o peso partir o acrílico, pego nela com algum esforço, pois aquela operação faz muito mal a coluna. Digo: "não faça isso, podia ter partido o acrílico!" Ao que o senhor responde: "e era você que ia pagar !?" Ao que eu respondi:" tenho que zelar pelo equipamento e principalmente pela minha coluna!"
Existe até, pelo menos uma marca, que tem um código de barras picotado que dá para o cliente retirar e entregar à operadora de caixa!
Quando este cliente se despediu disse em tom irónico: "e não se esqueça de ir ao cemitério por umas florzinhas na campa do Belmiro, que ele agradece!"
Uma cliente andava só de um lado pro outro, julguei que estava com a senhora que eu estava a atender, pois estava justamente frente ao terminal de pagamento automático, parecia que tinha estado a ver o registo dos produtos e ia ser ela a pagar!
Digo o total a olhar para ela, e ela fica a olhar para mim sem pestanejar. A dona, por assim dizer, da conta, diz que estava a ver se a senhora lhe queria pagar a conta. Percebo que afinal não estavam juntas. Peço à intrusa/emplastra para dar licença. Ela ainda responde: "faça favor" , mas não se mexe, nem saí do lugar. Eu digo "tem de se afastar um pouco, e ela ainda responde: "está aí muito espaço!" Respondo: "Mas esse espaço não lhe pertence, pertence à pessoa que está a ser atendida, e ela tem o direito de pagar a conta sem que a senhora veja o código secreto do cartão!"
Lá se afasta de trombas. O tempo que a estive a atender, só lhe disse as palavras que um robô lhe diria!
Certamente, esta pessoa, não tinha a intenção de espiar o código da outra cliente, certamente é só totó e incivilizada!
Felizmente são casos raros, mas existe uma senhora, uma família porque costumam ir em grupo, mas é mais essa senhora, que tende sempre a empatar a fila.
Há sempre um motivo, quando não há, ela inventa. É uma confusão, porque não organiza, cada cupão com o seu cartão, depois a conta era para dividir, mas não avisou e tenho de anular artigos. Também costuma estar a falar ao telemóvel. Isto quando não desaparece e é preciso esperar por ela, porque é ela, quem paga!
Da última vez deixou dois elementos da família na caixa e foi para o balcão resolver qualquer coisa. Na hora de pagar, como ela é que tinha o dinheiro, e não estava, meti a conta em espera e atendi outro cliente. Ficou ofendida e disse que eu tinha de esperar porque estava a resolver uma questão.
O problema, não é eu esperar, é a falta de respeito por quem está na fila.
Quando a vejo no supermercado, já sei que vai haver demora. Chego a desejar que não me calhe na rifa, e eu até sou uma pessoa paciente, e que gosta de dar atenção, e fazer um bom atendimento aos clientes.
É preciso paciência, paciência infinita! E também se arranja para estas pessoas!
Uma cliente estava a arrumar os seus artigos nos sacos, quando me diz que se esqueceu de uma coisa e que vai, num instante, buscar!
Entretanto o tapete começa a ficar cheio de coisas, eu termino o registo e a senhora, nunca mais volta. Com a intenção de despachar as coisas, para que os outros clientes não fiquem á espera, vou embalando as compras da senhora nos sacos, colocando os detergentes nuns sacos e os alimentos em outros. Quando ela regressa, não trazia um, mas vários produtos. Quando vê que embalei os artigos nos sacos, despeja-os, dizendo que, tinha de levar as coisas separadas, porque havia coisas dela e outras da mãe!
De vez em quando, surgem estas pessoas assim, sem noção. Só fez foi empatar os outros clientes. Nós por vezes queremos ajudar, com o embalamento nas compras nos sacos, e as pessoas, são cheias de critérios para as compras irem nos sacos!
Estava tudo a correr normalmente, mas de um momento para o outro, as filas começaram a aumentar.
O Continente tem o balcão de atendimento, onde quem lá está, consegue perceber, normalmente, quando é altura de chamar mais alguém para as caixas.
No entanto, já por diversas vezes, os clientes me pediram para eu chamar alguém para as caixas. Isso voltou a acontecer. Eu disse que as colegas já iam chamar, porque eu até podia chamar, mas cada macaco no seu galho, e a situação ainda não estava nesse ponto de gravidade!
Por vezes não é possível chamar logo naquele momento, é só preciso terem um pouco de paciência!
Entretanto, um cliente que estava na fila, e que tinha com certeza ouvido uma outra cliente, já lá ter ido pedir para eu chamar alguém, diz-me:" olhe lá, estão ali duas colegas suas na conversa, não as pode chamar para a caixa!?"
Primeiro, fiquei com o meu ar de espanto a olhar para o senhor, depois procurei ver quem seriam as colegas. Quando percebi disse ao senhor:" olhe aquelas colegas não estão na conversa, é uma chefe , certamente a transmitir uma ordem de tralho à operadora de loja. Nenhuma delas é das caixas. E também é preciso pessoas para colocarem os artigos nas prateleiras!"
Isto é mesmo inacreditável, agora os clientes, querem ser eles a decidir quem vai para as caixas. Certamente metiam todas as pessoas nas caixas e depois não iam ter artigos nas prateleiras!
Agora, quase todos os estabelecimentos, sejam pequenos, médios, ou grandes, incluindo super e hipermercados, têm disponível pagamento com MBway. É prático, principalmente se nos esquecermos da carteira e tivermos o telemóvel, que nos dias de hoje, é mais difícil de ser esquecido. Por acaso, e por enquanto, não uso!
Costuma correr bem, na maioria das vezes! No entanto, aconteceu certa vez, uma senhora fez o pagamento, no visor surgiu a mensagem que habitualmente faz, quando vai dar o Ok. No telemóvel da cliente aparece a mensagem de pagamento efetuado, mas a operação não dava concluído no meu visor. A senhora viu a sua conta bancária, onde aparecia como o valor tendo saído da conta.
Como era a primeira vez que tal me acontecia, liguei para o balcão central, para saber como proceder. A minha colega verifica o sistema, e diz-me que assim eu poderia ficar com quebra (que era cerca de 100 euros). Para resolver a situação a senhora teria de repetir a operação, e se, por erro descontassem o valor duas vezes, o próprio sistema do Sibs, automaticamente, devolveria o dinheiro à cliente.
Estava eu a transmitir esta situação à cliente, quando a cliente que estava a seguir, pergunta se a posso atender, porque estava atrasada. Ao que eu respondo, que tinha de aguardar a sua vez, porque estava a meio de um atendimento. E ela responde "pois mas tenho uma consulta, os minutos estão contados!" Vai eu respondo-lhe que a senhora que eu estava a atender estava na vez dela e que quando há um problema é preciso tempo para o resolver e também lhe disse que se não resolvesse o problema, eu é que ia ficar prejudicada, e disse também que não tinha culpa de ela estar com pressa! Até que o marido desta concorda e pede desculpa por ela.
A senhora do MBway, aceita repetir o pagamento, e agradece-me a atenção e profissionalismo. Fiquei comovida, pela disponibilidade e educação dela. Agradeci-lhe também, e disse-lhe para se alguma coisa não estivesse bem, que podia voltar que devolvíamos o dinheiro. Ela disse que sabia disso, que sabia com quem estava a lidar!
O que foi realmente absurdo, foi a atitude outra senhora! Mas que falta de bom senso. Se tinha uma consulta, se estava atrasada, que culpa tinha a outra senhora, ou eu!? A responsabilidade era dela! Que se tivesse organizado melhor! Era por dois minutos, que foi o tempo a mais que demorou a resolver a situação, que ia chegar atrasada!?
Estamos na semana do cupão dos 15% em cartão em toda a loja. Nós perguntamos ao cliente se já usou o cupão ou se tem para usar.
Claro que acontece muitas vezes, ser nessa altura, que o cliente se lembra do dito cupão e quer ir imprimir no dispensador. Para evitar que se perca esse tempo, e se deixe clientes à espera, costumo ter um desses cupões de reserva e explico ao cliente que , se ele quiser, passo aquele, e assim ele escusa de ir imprimir. Sempre que é possível, faço isso. Se não der é porque o cliente já o tinha usado e este não dá para repetir!
Costuma resultar, e maioria dos clientes, até agradece.
No entanto, ontem estava a atender uma senhora relativamente jovem, no final da conta que passava dos cem euros e daria um bom desconto, faço a pergunta sobre o cupão. Ela diz que deixou em casa e que se esqueceu de imprimir. Sugiro usar o cupão que lá tinha e vai ela diz: " O quê!? Isso é que era bom! E depois o dinheiro vai para onde?!" Ao que respondo: "vai para o seu cartão! "Responde de volta: " Não, não, espere aí que eu vou lá imprimir um só meu!"
Lá foi a correr, uma fila de gente, demorou o tempo que precisou e veio com o seu cupão!
Despeço-me vai embora. A cliente seguinte diz-me "gabo-lhe a paciência, eu tinha a mandado a um certo sitio. Então você a querer facilitar!? Ai que nervos! "Esta cliente foi super amável e atenciosa, e no final, ainda me disse "obrigada pela paciência"!
Realmente, ao fim de tantos anos a lidar com o público, e com determinadas situações, até parece que já estamos vacinados, e já se leva na boa. Tipo é só mais uma!
Mas também sabe bem ouvir a compreensão e a valorização de outros clientes!
Estou tranquilamente a registar os produtos a uma senhora, que está acompanhada de outra jovem, talvez filha. Cada uma tinha um saco, e iam embalando os artigos.
A dada altura diz-me: "escusa de estar com pressa, que eu vou arrumar as coisas ao mesmo ritmo"!
Digo: "desculpe!?" ela diz: " escusa de estar com pressa, que eu vou arrumar as coisas ao mesmo ritmo, está bem?"
Respondo: "está bem"!
Ela diz em tom altivo, "obrigado"!
Ora se há coisa que eu sempre tenho em atenção é registar em função do cliente. Nunca fui de registar e atirar os artigos à pressa, porque quando me fazem isso (e há sítios que o fazem), e eu sou cliente, não gosto, ninguém gosta. Acelero um pouco se vejo que o cliente está com mais pressa e a acompanhar o meu ritmo.
Mas enfim, esta senhora certamente vinha mal disposta de casa e precisou de aliviar o stresse em alguém, tadinha!
Pergunto a um senhor se tem cartão continente, ele não responde. Repito a pergunta ele responde: "ESTOU A ABRIR O CASACO!"
Espero mais um pouco, ele retira o cartão continente mostra-mo e diz: "Esta aqui, mas não vale a pena, isto nunca dá nada"! Pergunto se quer o número do contribuinte na factura, responde que não. Paga com multibanco.
Depois do pagamento e do talão ter saido diz: "ah mas passe o cartão que quero descontar o saldo"!