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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

"Eles" não dormem, andam sempre por aí...

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Continua esta invasão de espaço, esta falta de respeito pelo acrílico, os fura-acrílicos, não nos dão descanso! Já não sei onde esconder o meu álcool gel. Porque será que está ali um acrílico? Porque será que a empresa investiu na colocação de barreiras acrílicas? Para ficar bonito!? Não! é para não ser transposto!

Até para passarem o cartão continente enfiam-se por ali a dentro, quando podiam passar do lado de fora. É que assim, prefiro passar eu o cartão do que ter de levar com a invasão.

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Clientes flexíveis como os gatos e com bichos carpinteiros

Os gatos passam por qualquer espaço sem se magoarem. A explicação é que os gatos não têm clavícula , mas sim uma cartilagem  no lugar, que permite que se consigam mover, esticar o corpo e entrar em lugares estreitos.  

Os clientes desde que existe o acrílico também se esticam todos, enfiam os braços pela janela, invadem o nosso espaço, estão sempre  furar tudo. Ainda não atingiram, que se há um vidro à frente,  é para não entrar/furar. É que não compreendem, é  uma coisa que incomoda. Tenho uma esferográfica à frente e mesmo estando envolta em acrílico já um cliente a conseguiu  apanhar! Quando o vi com ela pensei: " mas como é que ele a tirou e nem vi"!?

Outra coisa, eles parecem ter  bichos carpinteiros, pois também é um desassossego e mexem em tudo, é que há coisas que podem ver com os olhos e não com as mãos. Por exemplo,   tenho um montinho de sacos organizados, e em vez de pedirem, vão lá tirar (para quê, se primeiro tenho de os registar) ! Se meto o spray de limpar o tapete à vista pegam nele e metem nas mãos! Aquilo não é álcool gel! Lá tenho de esconder o frasco.  As faturas, que quando saem em triplicado e fico com uma, guardo-as ordenadamente com um clip atrás da caixa registadora, até aí tentam chegar, porque acham que o papel é deles!

Por vezes,  só me apetece dizer como se diz aos miúdos: "aí não se mexe!"

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Talvez tenha conseguido passar a mensagem a UMA pessoa

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Estava a concluir o atendimento a uma cliente, enquanto ela procura o dinheiro na carteira, aproveito para ir limpar/desinfetar  o tapete de saída. Entretanto apanho o dinheiro, e quando digito o valor, o cliente seguinte, estica-se para todo, invadindo o acrílico e coloca um pacote de detergente justamente em cima da gaveta da caixa registadora , que, com o peso, não abre para dar o troco.

Eu: - Mas se está aqui este vidro porque não pôs as coisas atrás!?

Cliente: - Era para você me passar isso primeiro para ir logo para o carrinho!

Eu: Pois mas agora este cliente vai ter de esperar porque a gaveta não abriu. É que é só seguir as regras! O tapete até tem cores, há um vidro e mesmo assim, as pessoas não têm cuidado!

Cliente: Pois está bem. Agora já sei!

Depois até pediu desculpa por fazer a outra pessoa esperar que viessem abrir a gaveta.

Se tudo isto deu para uma pessoa aprender alguma coisa, já fico satisfeita!

"Vamos incestar artigos!?"- Pensam eles

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Um destes dias, estava eu a atender um dos últimos clientes do dia, quando este, tendo espaço atrás no tapete, atirou um artigo contra o acrílico. Pensei "oh estou quase a sair, não me vou estar a chatear"! Fingi que não vi. Entretanto, a pessoa repete atirando outra coisa. Respirei fundo, e voltei a não dizer nada! Mas à terceira disse. "Mas o que é isto!? Um cesto de basquetebol!?" Não sei se me percebeu! Pelo menos não repetiu a façanha!

Parece que na visão de algumas pessoas, há ali um cesto de basquetebol para incestar artigos!

Animais racionais e irracionais

Quando era miúda e vivia no campo, pude conhecer muitos animais. Tive o gosto de conhecer e lidar com animais de rebanho, ovelhas e cabrinhas, principalmente.

Recordo-me bem como eram ordeiras, respeitando o seu pastor e  as cercas.

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Sabiam que se a cerca estava fechada era para não passarem por lá, e quando estava aberta, aí era o seu local de passagem.

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Já o ser humano ainda não conseguiu entender a utilidade das barreiras acrílicas no supermercado. Certamente ainda precisa de mais tempo. Se uma pessoa tem um vidro à frente, julga logo que é para andar às cabeçadas, ou  a atirar produtos  por cima, pelos lados, mesmo que além das barreiras, haja a ajudar sinalética com as três cores dos semáforos, onde ainda terá de aprender que a zona vermelha não é para colocar artigos, já que existe uma zona verde.

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Mas isso é demasiado complicado para se aprender num só ano, é preciso mais tempo, certo!?

Os fura-acrílicos

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As caixas do continente estão mais ou menos assim, estamos rodeadas de acrílico. Que bom seria se os clientes percebessem a função do dito cujo. Até já me tocaram nas costas mesmo com o "vidro" lá! E estão sempre a querer passar artigos pesados, quando deve ser o tapete rolante a trazê-los até nós! !

Se o acrílico está lá não é para ser invadido ou transposto!

E se respeitassem o acrílico!?

Um cliente  debruçou-se sobre o acrílico para chegar a uns frasquinhos de álcool gel, que estão num suporte à nossa frente. O normal seria ele pedir. Quando se debruçou cheguei-me para trás indignada, ao que ele ainda disse:  "não tenha medo"! Respondi:  "Este acrílico está aqui é para que não seja transposto, é para nossa segurança! O senhor só quem que respeitar!"

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A imagem que me veio à cabeça foi de um surfista numa prancha a deslizar. Já não chega atirarem com os artigos a bater no acrílico, ainda têm de vir eles próprios!

Eu já não consigo ficar calada, agora tenho de falar, sempre educadamente, mas tem de ser, não posso deixar passar, se não vão continuar a cometer os mesmos erros!

Será que nas outras lojas ou serviços  onde também há acrílicos as pessoas também acham que aquilo é para furar, para contornar, para invadir!?