- Uma placa com o aviso "saída sem compras", porque a tendência das pessoas é sair pela linha de caixas, onde vão empurrar pessoas que lá estão com os carrinhos. A saída no continente é por onde se entra, onde há mais espaço. Deveria ser assim em todos os supermercados!
- Há pessoas, que entram de mochila às costas, com sacos. Podiam deixar no balcão mas na maioria das vezes não deixam. Havendo um lugar próprio, não era preciso estarmos a pedir para ver mochilas e nos olharem com cara de revolta!
- Existem pessoas que ao invés de usarem carrinhos da loja, usam os próprios trolleys e lá temos de pedir para ver o fundo. Um lugar nem que fossem para dois trolleys já ajudava!
- Não têm conta as vezes que os clientes empatam a fila por estarem a falar ao telemóvel, e a maior parte das vezes conversas banais. um simples pedido para que evite a situação, poderia ajudar!
- As pessoas vão sempre ao supermercado com pressa. Não são capazes de respeitar o espaço de quem está a ser atendido, nem para que a pessoas tenha privacidade a arrumar as compras, nem a pagar, principalmente a por o código do multibanco. passamos o dia a pedir à pessoa que se afaste!
Quando, nós, operadoras de caixa, pedimos aos clientes para mostrarem os sacos ou para os colocarem sobre o tapete, não é porque achamos que são novos e os queremos registar, é mesmo para verificarmos se estão vazios ou se levam brindes!
Nós conseguimos perceber quando a cena é sem intenção e quando há má intenção. Mas certamente devem saber quem é que prejudicam!
Estava eu na ultima caixa, que por ter um poste, pode eventualmente não se perceber que está ali alguém. As outras caixas tinham clientes, a minha não.
Saio da caixa e vou ás filas perguntar se não querem passar à minha. Parece que ninguém quis saber. Entretanto vem um carrinho a chegar e vai logo para lá. A dada altura vai lá uma cliente e diz-me que eu a vi passar e que não a chamei. Até disse, que fiquei ali caladinha! Ao que eu respondi " se a senhora não me viu, como é que queria que eu adivinhasse que já tinha acabado a recolha dos produtos!?"
Isto porque as pessoas passam lá e muitas vezes estão só a meio ou no inicio da recolha dos artigos!
De outra vez, como não tinha clientes, aproveitei para limpar e desinfectar todo o posto de trabalho, atitude normal nos tempos de pandemia. Entretanto chega uma cliente, começa a por os artigos, e outra cliente, de outra fila, diz que pensava que eu ia embora porque estava a limpar o tapete. Respondo que como estamos em pandemia, é um procedimento normal, para fazer várias vezes ao dia!
Enfim, isto há situações que é preciso uma grande dose de paciência, para aturar certas atitudes!
Olá a todos! Peço desculpa por esta ausência, não por falta de situações para contar, mas por falta de tempo!
A situação continua a não estar fácil. Com o passar do tempo , cada vez mais, as pessoas querem deixar as regras, tapam os olhos à sinalética que continua lá exposta. O pessoal acha que isto já passou, e que agora é hora de voltar ao antigo normal! Que pena, estas regras ficavam tão bem se ficassem para sempre, desde que não fosse preciso a nossa intervenção e insistência constante!
É cansativo estar constantemente a pedir por favor para que façam distanciamento, quando as pessoas querem, na sua maioria, estar encostadas, bem juntinhas, umas das outras. Quererem entregar artigos pesados em mão, não respeitando o acrílico, o semafro, nem a nossa saúde física.
Tento limpar o mais possível o tapete a cada cliente, mas a maioria quer despacho e não se importa com a limpeza. Tanto que uma pessoa corre de panos e spray nas mãos!
Já estava tão cansada de repetir e pedir pelo distanciamento que deixei que uma senhora me implorasse para eu pedir aos outros que não se colassem a ela, parecia que estava até a sentir-se mal, pois já se abanava. Senti-me culpada porque falhei ali, naquela situação!
Os clientes sem compras, continuam a passar pela linha de caixas, roçando nas pessoas que estão a ser atendidas, ou chocando nos carrinhos, quando têm um local próprio para sair. É uma falta de civismo e de bom senso!
Mesmo com tanto tempo de pandemia, não foi possível civilizar as massas!
Aproveito um momento sem clientes para com o spray pulverizar o tapete a fim de o deixar limpo e desinfetado. Chega uma cliente toda apressada e mete um artigo em cima. Peço que aguarde um pouco até terminar a limpeza, ao que ela diz "a mim não me faz diferença". Ao que imediatamente respondo "mas faz a mim"!
A pessoa não se importava de colocar os seus artigos sobre um tapete molhado!?
Cá estou novamente para relembrar que este é o dia da segurança e saúde no trabalho. Agora, devido à pandemia, é ainda mais importante que se assinale este dia. Mais do que nunca, a sensibilização para a adoção de práticas seguras no local de trabalho é importante e pode até salvar vidas.
Na minha perspectiva, de operadora de caixa, há medidas que são essenciais continuar a ter em conta, nomeadamente o levantamento e movimentação de pesos, o distanciamento social, o uso da máscara, a lavagem das mãos e o álcool gel ( medidas de higiene), o respeito pelos espaços (não invadir para além das barreiras acrílicas), o respeito pela sinalética .
Nós trabalhadores estamos na linha da frente, os clientes precisam de nós e nós precisamos dos clientes, por isso é uma missão em conjunto!
Preciso de clarificar aqui uma situação, devido a um comentário que recebi.
Mesmo que por vezes aparente que são tantas as situações negativas que acontecem que parece que a qualquer altura vou cair, não é bem assim! Ao fim de tantos anos nisto, já estou vacinada . Apenas fico sentida no momento, mas depois venho para casa, se tiver, tempo e vontade ainda partilho as ocorrências. Contudo, no dia seguinte já estou fresca e pronta para outra! É tipo uma fénix, que renasce das cinzas.
Se partilho as situações não é só para meu desabafo, mas também para que sirva de lição e exemplo a que me lê, ou para quem passa pelo mesmo! Isto porque agora tenho umas quantas colegas que me lêem na página do Facebook, e é tão bom!
Por isso eu não preciso de ficar na retaguarda, porque, como disse alguém, aquilo que não nos mata, fortalece-nos!
O número 13 para mim, não é número de azar, por isso espero que para o blogue também não seja!
É inacreditável como já passaram treze anos desta escrita, desta partilha. Ultimamente os acontecimentos em tempo de pandemia têm sido difíceis para mim enquanto operadora de caixa, mas ricos em histórias para a blogger, em desabafos, muitos deles tristes, mas que têm de ser partilhados, nem que seja para que as pessoas vejam como esta pandemia os está a tornar, para que reflictam nas figurinhas que andam a fazer. Pode ser que pelo menos alguns repensem os seus comportamentos!
Obrigada aos leitores, críticos, apoiantes, clientes, e, principalmente colegas de trabalho que têm paciência para esta leitura!