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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

O homem da guerra

A cena da prioridade na fila do supermercado, nem sempre corre bem, nem sempre é clara, nem sempre há empatia e bom senso.

Por isso, acho bem que seja o cliente prioritário a solicitar a dita prioridade. Já atendi pessoas que mostraram cartões, já me mostraram documentos, que são, o que creio chamar-se, certificado de multiusos. Isto porque nem sempre a incapacidade é visível. Por vezes, há clientes que ao verem uma grávida, uma pessoa com bebe ao colo, ou alguém lesionado, oferecem a sua vez. 

Antes da atualização desta lei, na altura em que éramos nós a chamar as pessoas, chamei uma pessoa que me parecia estar grávida,  mas não estava. Não foi nada bonita a situação.

No entanto,  da última vez,  o que aconteceu, parecia uma situação, de filme. Um senhor, talvez na casa dos 70 ou mais anos, e aparentemente sem incapacidade visível,  perguntou-me porque não havia uma caixa prioritária. Respondi que agora eram todas. "Então e porque não me atende?" Eu disse-lhe que estava no meio de uma conta, mas que o atenderia logo de imediato. Em voz baixa,  outro senhor que estava com este diz "ainda vão perguntar porquê?" Ao que este responde em voz bem alta:  "EU ESTIVE NA GUERRA!"

Mas será isso razão ou teria o senhor alguma incapacidade daí derivada!? Seria ofensivo perguntar ou pedir algum documento? E se os outros clientes, quisessem alguma prova!?

Atendo o senhor e ele fica do lado de fora mais um bocado a conversar com o seu conhecido!

Haja paciência infinita!

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Motivos de trabalhar na Sonae

Por vezes perguntam-me se o meu trabalho me compensa, por ser part-time, por ganhar pouco, por gastar ainda algum dinheiro em combustível. Feitas as contas, tenho a dizer que há meses que pouco me resta! E então porque continuas lá? Perguntam de novo! Então eu respondo, e respondo também aqui publicamente:

- Porque tenho a secreta esperança de um passar a full time (esperança ingénua eu sei!);

- Porque, apesar de muitas vezes não ter dinheiro para dar ao meu filho mais uns ténis, um brinquedo, o canal Panda (que ele muito gostaria) ou uma peça de roupa, posso dizer, que estive sempre presente em todas as fases da sua vida! Não faltei a um único evento da sua escolinha, participei em todas as actividades de pais;

- Nos primeiros três anos e meio tive no horário da noite, mas agora estou no horário da manhã e/ou intermédio (foi uma grande conquista) o que me vai permitir dar mais apoio ao meu filho com a entrada na escola primária;

- Porque o ambiente de trabalho,  é leve ! Quando é necessário alguma troca de horário, só não é concedido se for mesmo impossível;

- Não tenho um só colega que não goste ou com quem me dê mal!

- Gosto do atendimento ao público;

- Se hoje sou mais extrovertida e comunicativa, devo a este trabalho;

- O facto de estar efectiva, e de já não estar numa idade que me permita andar “de ramo em ramo”!

- O seguro de saúde Multicare.

- Por ter problemas de coluna, e um trabalho mais pesado não ser uma boa opção!

 

Por estes motivos  e por mais um!