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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A senhora que não tinha cara de ladra, mas "ladrou"!

Já aqui fui criticada, por cismar com os sacos que os clientes trazem de casa e os levam no carrinho de forma suspeita, mas continuo a ter motivos para essa cisma!

Aconteceu com uma senhora, uma cliente já aí com uns 60 anos, depois de colocar as compras, passa com os sacos de uma forma que enchia o carrinho, e diz-me: "pronto , o que agora aqui vai, são só sacos!" Eu digo à senhora "sim, mas nós temos de ver "! Dou a volta para ir ver e encontro artigos congelados num saco de congelado, mas com outro saco por cima, eram montes de artigos congelados, encontro outro saco com pistácios e outros aperitivos, ia levar tudo sem pagar! E enquanto eu descobria esses artigos, ela ia apressadamente arrumando os outros. Não demonstrou qualquer arrependimento ou vergonha e eu é que fiquei nervosa!

Foi uma situação, que apesar de fazer parte do quotidiano do supermercado, me surpreendeu e enervou. Claro que comuniquei a situação a quem devia.

Deveria haver um sensor que captasse imagem na passagem do carrinho de compras, e,  depois no nosso ecrã,  existir uma forma de aparecer um RX do  interior do carrinho, como naqueles tapetes do aeroporto por onde passam as malas dos passageiros. Muitas vezes, os clientes não querem mostrar os sacos , outros ficam ofendidos de pedirmos. Mas também podia acontecer eu ter feito aquele passo de ir espiar os sacos da cliente, e não ter razão e depois eu é que ficava mal. Acho que foi um feeling, porque a senhora não tinha nada ar de ladra!

Continuo a dizer que quem não deve, não teme. Tem é que haver educação e cordialidade entre operador e cliente!

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Os clientes que não gostam de mostrar os sacos que trazem de casa

Estava a atender um casal, talvez na casa dos 65 anos.

A senhora passou para o lado de saída para arrumar os artigos, o senhor ainda estava com o carrinho no lado de recepção dos artigos. Quando este estava a empurrar o carrinho para a esposa, e como levava os sacos em formato de balão uns sobre os outros, levantei me para espreitar o seu interior. O senhor, muito ofendido, pergunta-me se estou a achar que ele leva coisas lá escondidas. Digo-lhe que estou a fazer o meu trabalho e aponto para um escrito que lá está, onde pede para os clientes colocarem todos os sacos, inclusive os que trazem de casa, em cima do tapete.

Mas ele continua a reclamar. E pergunta de novo se  acho que alguém ia levar lá alguma coisa. Como já estava a ser desagradável e não respeitar uma regra da empresa, respondo "não seria  nem o primeiro, nem o segundo, nem o décimo!" E ele volta a dizer mas "Mas eu!?"

Eu respondo que não o conheço, e mesmo que conhecesse é uma norma igual para todos.

A esposa disse- lhe "deixa não vale a pena"! Como se eu é que estivesse errada na atitude!

Também lhe disse que não percebia a atitude dele e que quem não deve não teme. 

Uma colega viu a situação, e até lá foi perguntar se estava tudo bem e se eu precisava de alguma coisa. Talvez tenha sido aí, que o senhor baixou a guarda.

Não sei quem era o senhor, se calhar alguém famoso ou conhecido, mas não para mim. Para mim era um cliente. Um cliente que não gosta de respeitar regras, pessoas, que não teve uma boa formação. Mal educado, mesmo. 

Mas esta situação acontece muitas vezes. Ainda há dois dias uma senhora me disse que as pessoas do Cartaxo são muito desconfiadas dos clientes. Respondi, "pois infelizmente temos razões para isso"! E ela respondeu que em Santarém confiam nas pessoas.

As pessoas não sabem, ou não querem saber, ou até lhe dá jeito que não se observem os sacos.

Também há dias, se eu não tivesse pedido para ver os sacos, a cliente levava peixe sem pagar, pois só quando fui ver os sacos é que me disse " ah também está aqui o peixe"! E já estava no lado de saída. Se eu fosse aqui a enumerar os artigos que já tentaram passar sem pagar, infiltrados nos sacos...

Se todos os supermercados tivessem esta norma, iam se surpreender com a quantidade de artigos que se infiltram por baixo dos sacos, por dentro, de lado e até entre os que estão dobradinhos. Quem nos dera que os clientes mostrarem os sacos fosse uma norma geral e obrigatória em tos os supermercados. Iam ver o número de roubos/quebras a descer.

Até parece que nós é que somos os desconfiados, os cliente têm sempre razão, são sempre corretos, bem formados, bem educados e nunca levam nada sem pagar, a não ser que o artigo lá vá cair...

Enfim, haja paciência!

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Os brindes escondidos nos sacos

Quando, nós, operadoras de caixa, pedimos aos clientes para mostrarem os sacos ou para os colocarem sobre o tapete, não é porque achamos que são novos e os queremos registar, é mesmo para verificarmos se estão vazios ou se levam brindes!

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Nós conseguimos perceber quando a cena é sem intenção e quando há má intenção. Mas certamente devem saber quem é que prejudicam!

O que vale mais:? Aquilo que é falado ou o que está escrito!?

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É frequente, quando fazemos algum pedido a um cliente ou chamamos atenção por algum incumprimento, eles dizerem: "e onde é que isso está escrito?". É muito bom quando conseguimos argumentar com algo que está  escrito, mesmo que seja em forma de recado, em cartaz, panfleto, pois quando apenas referimos ser norma da empresa o caso fica bem mais difícil de argumentar! Muitas vezes eles nem lêem a sinalética, mas se ela lá estiver, podemos apontar, reforçar! É algo que sustenta aquilo que falamos!

Por exemplo, muitos clientes têm o hábito de passar com o fundo do carrinho com os sacos que trazem de casa, todos abertos, ou em monte, temos de pedir para que os mostrem. Muitos não gostam desse pedido e "torcem o nariz". Claro que se os mostrassem ou os levassem de forma a que não existisse qualquer suspeita, não teríamos de pedir. É que muitos não entendem, ou não querem entender o motivo do nosso pedido, e dizem que já os pagaram, ou que até nem os compraram naquele supermercado, mas sim em outro! Muitos sabem até que no meio daquele montinho de sacos é possível que vá um brinde esquecido ou não!

Felizmente já existe um bom leque de clientes que os mostra sem qualquer pedido. Chama-se a isso um acto civilizado. São pessoas conscientes e compreensivas que sabem se colocar no lugar de quem ali está, e que apenas quer fazer o seu trabalho, o melhor possível!

Não precisa de ser uma lei, um artigo, basta um escrito, já ajuda resolver determinadas questões!

Não custa nada mostrar os sacos vazios à/ao operador/a de caixa

É sempre um stresse quando as pessoas passam com o carrinho cheio de  sacos vazios, folhetos, malas , casacos. Creio que devem ter noção que além de estarem a dificultar o nosso trabalho, estão a dar motivos para que desconfiemos! Ninguém lê o pedido que lá está a pedir que coloque os sacos sobre o tapete e que  passem o carrinho vazio para o outro lado!

É que se mostrarem, nem é necessário que o coloquem em cima do tapete. Há uma senhora, que me chama, abre o saco, e vira-o para baixo e eu só faço ok com o polegar!

Recentemente, uma senhora passou, tinha um monte de sacos que até estavam dobradinhos, mas eu levantei-me e fui observar. Ela percebeu e disse: "você veio espreitar os sacos? São meus já os paguei"! Ao que eu respondo que não foi por  isso, mas pelo facto  de ali estar um pedido, e que nós precisávamos de ver os sacos! A senhora, talvez indignada com o que lhe tinha dito, vai mexe nos sacos e diz: "Mas estava com receio que levasse aqui alguma coisa!?" E quando ela sacode os sacos, sai de lá uma pasta de dentes.

A senhora, lá engoliu a sua arrogância, e não disse mais nada!

Eu acredito que até foi sem querer e que a surpresa dela foi igual à minha, mas isto só prova que o nosso pedido é mais que legitimo!

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No supermercado, preste atenção aos cartazes

Eu sei que andamos todos fartos e cansados deste vírus, de regras, mas por favor, enquanto têm de esperar nas filas, olhem à vossa volta, há cartazes, há panfletos, mensagens, sinalética, pedidos, tudo  para que as coisas funcionem melhor!

Nós até nem exigimos, por exemplo, se tiver dez garrafões de água que os coloquem todos sobre o tapete, basta um, mas se forem artigos pequenos, é mais fácil de controlar assim...

Os clientes não gostam que façamos o pedido para ver os sacos que trazem de casa, mas é um pedido legítimo, que está assinalado. Se não os querem colocar no tapete, mostrem o fundo, não passem com os sacos em balão, dentro uns dos outros!

Tudo tem uma razão de ser, e quem não deve, não teme!

Nós cumprimos ordens!

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