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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

As compras na quadra natalícia

Olá a todos! Peço desculpa pela ausência. Nem sempre há tempo ou nem sempre há situações novas.

No entanto, nem última semana, têm surgido situações próprias da quadra natalícia. Situações de ainda mais correrias, pressas, intolerâncias! A Pesar de ser mais do mesmo, resolvi partilhar!

Tenho notado uma grande afluência, muitas pessoas e carrinhos cheios. Tenho de memória que em anos anteriores, as pessoas deixavam as compras mais para os últimos dias, mas este ano, começaram mais cedo. Totais de 200, 300 e até 400 euros. É bom sinal, pois significa que há dinheiro.

Ao mesmo tempo presenciei algumas situações de discussões entre clientes, tudo por causa das pressas. As pessoas vão ás compras, passeiam calmamente pelos corredores, encontram um amigo ou conhecido, trocam dois dedos de conversa, mas depois quando chegam à caixa, e percebem que há filas, ficam cheios de impaciência!

Quando abre uma caixa nova, a operadora ou operador diz "podem passar a esta caixa por ordem de fila", ora acontece que um cliente chegou naquele momento, naquela direção e pimba, ocupou o lugar. Claro que quem já estava nas filas, não gostou e uma senhora, manifestou-se, reclamando e o senhor, chico esperto, ainda disse "disseram por ordem de fila, mas não disseram de qual fila, já que há várias"!

E lá trocaram os seus galhardetes!

Se as pessoas fossem ao supermercado com tempo, com organização, tolerância e paciência, as coisas ficavam mais fáceis! Já se sabe, à partida, que nestas alturas, o movimento é grande! 

Boas compras e muita calma!

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Intolerância e impaciência nas filas

Estou na primeira caixa, a dois metros do balcão de informação. A cliente que estou a atender confessa-me que se esqueceu do cupão dos 10%, e como está tão perto da nova máquina que imprime os cupões, digo-lhe para ir lá imprimir. Estando ali tão perto, ia demorar cerca de um minuto, se estivesse mais longe eu colocava a conta em espera. Mas a cliente que estava a seguir, disse logo num tom altivo :"então e eu fico à espera!?" Ao que eu respondi : "é rápido"! Sempre esta intolerância e impaciência  nas filas!

Uma festa já foi e agora...venha a outra

 

O dia 24 foi dos dias de mais trabalho no "meu" Modelo. Não se conseguia ver o fim das filas. É mesmo típico do português, deixar tudo para o ultimo dia. Ouvi algumas vezes a frase: "ainda bem que o Natal, não é todos os dias!" Isto por  causa da trabalheira, claro!

Por mim, os dias de algum movimento, até me ajudam a passar o tempo mais depressa e gosto de dias assim, o que me incomoda é a atitude de alguns clientes, a intolerância...

Ufa já passou, pelo menos por agora, porque já vem a caminho o Ano Novo, e vamos voltar ao mesmo, de certeza!

A impaciência e a intolerância

 

Apesar de o artigo de hoje estar ligado ao universo do meu trabalho, considero-o também um desabafo pessoal. Preocupa-me a impaciência e a intolerância das pessoas. Hoje esteve um dia daqueles com muitos clientes, filas grandes, enfim muita confusão. Enquanto atendia uma simpática senhora já de idade trocava algumas palavras  que em nada atrapalhavam o registo das compras. Mas como percebi que o casal seguinte já estava "a soprar", tentei ser ainda mais rápida.

 

Entretanto na fase do pagamento esta senhora  ao fazer o pagamento enganou-se no código do multibanco e teve de repetir. Quando esta cliente saiu, o dito casal, fez cada observação…  frases  do tipo " quando for velha não quero ser assim"! Um exagero de coisas só porque a pessoa se enganou no multibanco e pela idade fazia as tarefas de forma mais lenta...Neste momento eu avistava na caixa à minha frente uma amiga com o seu filhote, um menino encantador, a quem eu gostava de ir cumprimentar. Mas depois disto, nem me atrevi a tal. Só que fiquei triste, pois sei que tão cedo não voltarei a encontrar aquele menino.

 

Esta profissão tem destas coisas, nós estamos ali limitadas aquele espaço.   A maior parte das pessoas espera de nós apenas rapidez e eficiência. Parece que nos enxergam como máquinas. Podem até me dizer, que já viram muitas vezes a operadora de caixa estar a falar com outra pessoa e não lhes estar a dar a merecida atenção. Isso até pode acontecer, mas deve ser uma em cada mil, porque na Sonae, estão sempre a pedir-nos para dar-mos aos clientes um "atendimento Sonae" ( um atendimento de excelência)! Eu também esperava um pouco mais de humanidade da parte dos clientes.

 

Um dia daqueles...

 

Hoje sendo sábado e fim de mês o hipermercado estava cheio de clientes, nem mesmo a imensa chuva, vento e frio, os impediu de ir às compras. Talvez por causa do tempo as pessoas pareciam não estar muito contentes e tudo parecia motivo para protestar. Uma senhora (cerca de 60anos) chegou e logo num tom altivo disse: " pare aos 30 €, preciso talões para o combustível!" Fui passando os artigos e como estavam muitos clientes á espera deixei passar e fiz a conta até ao fim (distrai-me confesso). Total da conta 41€. O que significa que mesmo parando aos 30€ a conta nunca daria para levar dois talões. Pois a senhora disse assim: “ Mas eu disse para repartir a conta!” e então eu respondi o que já escrevi acima, e sabem o que ela disse. – “Pois não deu, mas se desse era a mesma coisa, esquecem-se!”
 
 
A outra situação foi com um código que estava ilegível e tive de chamar o apoio, então lá houve um senhor a dizer: “ Isto acontece sempre que cá venho!” E ainda uma mãe cujo filho queria umas guloseimas que estavam lá naqueles expositores ao pé da caixa dizia:” Pois eles já metem estas coisas aqui neste sítio de propósito para obrigar os pais a comprar!”
 
 
Há dias assim, o mau tempo deixa as pessoas menos tolerantes, não acham?