Estou a atender uma senhora, e a cliente que está seguir, repara num artigo desta, que também precisa e diz que vai buscar a correr.
Como não estava muito movimento (e mesmo que tivesse) sendo a pessoa já era de certa idade, disse para não ir a correr. Mas a senhora foi. Tive mesmo receio que com pressa, a pessoa caísse. Até meti as mãos à cabeça! Mas ninguém caiu!
Estava a atender uma senhora idosa, que estava a colocar as compras sobre o tapete. Não estava mais ninguém na fila, o dia estava calmo.
Próximos, estavam um avô e uma neta que teria, uns oito anos. A dado momento a senhora idosa deixa cair para o chão um artigo, que dificilmente conseguiria apanhar do chão devido à sua idade avançada e falta de mobilidade. E mesmo antes de eu ir dar a volta para apanhar o artigo, a menina que estava com o avô, por instinto correu até à senhora e apanhou o artigo. Que gesto tão educado e bonito. Até o avô ficou emocionado! Foi mais educada que a senhora de idade que não disse nada, mas agradeci eu, por ela!
Entretanto, a senhora saiu e o avô e a neta vieram para a minha caixa. Estavam lá uns chocolates ao lado e a menina perguntou ao avô se podia levar um. O avô respondeu "claro que sim, fizeste uma boa ação, mereces!" A menina respondeu "mas eu não fiz a boa ação para ganhar nada!" Voltei a elogiar a menina , salientando, como era bem formada!
Uma senhora já na terceira infância, coloca-me uma questão. Tento explicar da melhor maneira possível! A senhora está a olhar para mim com um sorriso. Então eu digo: "A senhora não entendeu, não foi!?" Ao que ela respondeu: "entendi sim, como não entenderia se você explicou com tanta ternura!"
E foi assim que ganhei o meu dia. É esta apreciação - que muitos clientes fazem, que muito conta para mim! Eles são justos, verdadeiros! O atendimento ao público pode ter algumas situações que nos tiram do sério, mas depois há outras, que compensam!
Nem eles sabem, o quanto importantes são para nós!
Não sei se já vos disse que a cidade onde eu trabalho é rodeada por vilas e aldeias de gente humilde, muitas destas pessoas ainda ligadas á agricultura. Muitas vezes os mais velhos têm de apanhar o autocarro para ir á cidade tratar dos seus assuntos e também para fazer as comprinhas. Eu gosto de atender estas pessoas, são simpáticas, atenciosas e por vezes até lamento não ter mais tempo para os ouvir, pois gostam de conversar. Têm sempre uma história para contar.
Hoje uma senhora, já com bastante idade, mas bem composta de colares e pulseiras com um carrapito, chegou perto da minha caixa do lado de fora com os artigos na mão. Sim ela saiu pela “saída sem compras", não se meteu na fila do outro lado como devia fazer. Nenhum segurança a viu passar! Mas foi de uma tal ingenuidade que quando lhe disse que não deveria ir por ali, ela só disse:" como não vi ninguém!" Expliquei-lhe para da próxima passar pelo outro lado, mas fiquei com a sensação que ela não entendeu nada.
Se calhar ela nem devia andar assim sozinha pois pareceu-me um pouco baralhada, espero que ela tenha chegado bem a casa.