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Nos primeiros tempos da minha vida e até aos meus 20 anos de idade, sonhei ser professora de primeiro ciclo. Em miúda, sempre que iam crianças à minha casa, incluindo os meus primos mais novos, eu dava papel e lápis e punha-os a escrever. Mas tudo não passou de um sonho, que não foi possível concretizar!
Entretanto, com esta profissão de contacto com o público, e quando surgiram os livros, algumas pessoas me aconselharam a fazer uma formação em sociologia, porque tinha jeito.
No meu imaginário, eu vou para a universidade, que foi algo que sempre quis, faço sociologia, mas volto para o supermercado, crio uma caixa especial, " a caixa da socióloga", uma caixa , onde não há pressa, onde atendo quem tenha tenha vontade de conversar um pouco. Uma caixa mais lenta, mais virada para a humanidade, para os mais velhos, para quem tiver tempo, e juntava esta minha capacidade, ou dom, com estudo e formação!
Que tal!?
Deu nas noticias que, em virtude desta pandemia que é o covid-19, o continente poderia vir a abrir só ao meio dia e fechar ás 20 horas, mas cada loja poderia tomar a decisão mais adequada. Essa decisão seria para cada loja ter um “serviço razoável e ajustado às necessidades atuais da população, minimizando eventuais riscos de operação".
Com esta medida tenho algum receio que o aglomerado de gente se torne ainda maior, visto que as pessoas só terão aquele tempo, mas até pode ser que corra bem.
Na minha modesta opinião, de operadora de caixa, que vale apenas por uma, além de se implementar esse horário, sugeria que, tal como nas clínicas médicas particulares, houvesse uma marcação, pelo telefone de "visita ao supermercado" com data e hora marcadas, onde, dependendo do tamanho do supermercado, não estivessem mais de 10 ou 20 clientes ao mesmo tempo dentro do supermercado. Para isso funcionar teria de estar alguém na porta de entrada a controlar as entradas e saídas.
Também haveria um menor número de funcionários dentro da loja, teria de haver um plano onde nos fossemos revezando, e já agora, sem mexerem muito nos ordenados, porque as nossas despesas matem-se iguais.
Talvez assim, as pessoas só se deslocassem se a necessidade dos artigos fosse mesmo importante e urgente. Talvez também comece a haver necessitar de racionalizar alguns artigos.
Claro que seria uma situação temporária! Porque este coronavírus há de passar e havemos de voltar à normalidade.
Atualização:
Este artigo, à venda no supermercado, é hilariante! São pequenos "cocòs" brilhantes com olhos e têm no interior, slime, uma coisa pegajosa..
Um dia uma menina pedia á mãe que lhe comprasse. "Mas isto parece um cocò"! Ao que eu respondi "e é mesmo"! Vai a mãe diz "já inventam tudo, um cocò com olhos!" Quando digo o preço, esta mãe fica ainda mais admirada!
Vai a menina dá a explicação que faz todo o sentido e deixam-nos muito mais elucidados: "Sim é cocò, mas é cocò de unicórnio"!
Estava eu a atender duas senhoras que falavam comigo mal o português, entre elas, falavam, suponho, Ucraniano. Uma colega da reposição depois de elas saírem pergunta-me se elas levavam amaciador da roupa. Respondi que sim, e quando lhe pergunto o porquê da questão, ela diz-me que as viu a despejar o amaciador de um frasco para o outro, e que quando essa minha colega interveio, dizendo: " Desculpem, as senhoras não podem fazer isso"...elas deram um salto com o susto.
Até posso adivinhar o porquê da atitude das senhoras. Então os frascos estavam mal cheios, e havia que encher um até acima, já que o iam levar! Ai se a moda pega! Que lata!
Acontece muitas vezes os clientes estarem na caixa e não se decidirem, se querem fatura, se querem sacos, se querem descontar do cartão, se têm cupões....
Era tão bom se não tivessem tantas hesitações e tivessem mais certezas. Ainda há pouco tempo fiz uma destas perguntas , o cliente não respondeu, repeti a pergunta e o cliente respondeu "estou a pensar". e pensou, pensou...e a fila à espera!
E por vezes, depois da decisão tomada, ainda mudam de ideias e querem voltar atrás...
Hoje estive numa caixa da concorrência, mais propriamente de um Mini-preço. Admiro muito a disposição das caixas deste supermercado. O acrílico que separa a operadora do cliente é bastante alto e longo. Assim, o cliente não pode invadir o espaço da operadora. Não lhe tira os artigos das mãos, não lhe rouba a caneta, não lhe tira os sacos, não lhe atira as moedas para cima, não se debruça sobre o visor, tapado a visibilidade à operadora. Além disso o tapete do lado de fora tem um separador ao meio, o que faz com que o cliente que já foi atendido ainda tenha uns segundos para arrumar as suas compras, não impedido a operadora de começar logo a atender o cliente seguinte.
Aqui há uns tempos, atendi clientes, que separavam a rama do abacaxi porque achavam que a rama tornava o abacaxi mais pesado. Nessa altura, o que nós tínhamos de fazer, era pedir a alguém para ir à frutaria buscar a rama separada do abacaxi ou dizer ao cliente que íamos pesar o abacaxi como ananás dos Açores (bem mais caro). O caso lá ficou resolvido...
Recentemente, uma cliente trazia uns tomates, para eu os pesar tenho de saber qual a sua qualidade, e existem três de momento. A primeira, os tomates de cacho, vêm ligados uns aos outros, outros são os chucha, e os últimos, são tomates redondos. Como esta cliente trazia os tomates sem o caule e sem estarem ligados eu registei-os como tomates normais, os redondos. Mas como os que a senhora levava estavam mais baratos, ela disse-me que aqueles eram os de cacho. Eu digo: "mas estes não têm cacho!" Ao que a cliente responde: "pois é, mas o cacho não se come e pesa"!
Perante estes dois exemplos, estou à espera do dia...em que me vai chegar à caixa um cliente com bananas, mas sem a casca, já que a casca também não se come, mas pesa!
Há dias, quando pedia o cartão de cliente a um cliente, ele pediu-me para eu esperar um bocadinho. Eu vi-o a mexer no telemóvel e até pensei:" será que está a enviar uma mensagem e eu tenho de aguardar!?" Mas não, este cliente colocou no écran do seu telemóvel um código de barras preto num fundo branco, e deu-me o telemóvel para minha mão e disse para eu passar o código. E eu assim fiz, (pip duas vezes) e foi como passar o cartão continente. Desconhecia completamente este método! Alguém conhece, ou alguém tem? O meu telemóvel é daqueles mais antigos nem deve de dar, mas é uma forma do cartão estar sempre connosco e de o mesmo não se desgastar, como aqueles que já têm o código todo apagado...
Há dias quando fiz este post, recebi um comentário que achei interessante:
"Pois, mas prós homens continua a não haver nada de jeito. Antes eram papoilas ou o que era aquilo, agora são flores estilizadas... Não há homem com pelo na cara que queira ser visto com aquilo..." Nuno Lagoa
Depois de ler este comentário, verifiquei que ele tinha toda a razão, os sacos que nós temos à venda no Modelo têm sempre padrões com flores ou algo do género.
Por isso, deixo o recado, para que os designers pensem no caso. Entretanto e até lá sugiro um modelo alternativo, que há de várias cores: azul, rosa, violeta, verde, laranja. Custa 1,20€ e é 100% poliéster.
Deixo um exemplo, é muito prático, parece um porta-chaves...