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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A uva que foi operada

Por vezes temos  no continente vários tipos e cores de uvas.

Em relação ás de cor branca, houve uma altura que tínhamos, uva branca com grainha e uva branca sem grainha. No continente onde trabalho, sendo continente modelo, a pesagem é feita na caixa, por isso temos  de ter algum conhecimento, em frutas e legumes.

Quando os clientes trazem as uvas na embalagem , ou seja, num  saquinho de papel, é mais fácil de distinguir, (até porque sabemos que quando não está escrito que é sem grainha, é porque é com) mas quando o cliente, as põe num saco de plástico, fica mais difícil perceber se a uva tem ou não grainha, porque  apesar de parecidas, têm preços e códigos diferentes.

Então, num certo dia,  chegou um cliente com uvas dentro do saco de plástico, olhei para elas, tive dúvidas e perguntei ao cliente se eram uvas com ou sem grainha, para esclarecer a minha duvida, mas o cliente, também não sabia, perguntei à minha colega de trás se ela sabia, ela foi até até á minha caixa olhou, tirou uma uva do caixo, abriu-a, ou seja, operou a uva, e aí percebemos que não tinha grainha. Primeiro fiquei preocupada, não fosse o cliente ficar zangado, mas felizmente levou na brincaderira e a situação até divertiu a plateia!

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Quero me livrar dos pretos!

Por vezes, ao vermos que as filas têm algumas pessoas em espera, queremos , nos despachar mais depressa, mas nem sempre é possível, porque há tempos que não podemos saltar. Há o tempo de saber se é com ou sem contribuinte, se há cupões, se o pagamento é em numerário ou em cartão, se querem descontar o saldo. Acredito que todos compreendem isso.

No entanto, há momentos em que estar a contar um monte de moedinhas pequeninas, é daquelas coisas, que só atrapalha. Então eu disse à cliente que já não era preciso mais moedas, que o valor já estava certo, mas ela queria substituir moedas de cinquenta cêntimos, por moedas pretas, então perante o facto de eu não estar a contar mais aquelas moedas, diz em voz bem alta "mas eu quero me livrar dos pretos!" Por mero acaso,  no fim da fila estavam dois rapazes negros que ficaram a olhar. O cliente que estava entre eles riu-se e abanou a cabeça!

Felizmente a cliente lá foi feliz da vida porque conseguiu se livrar dos pretos dela!

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O homem das cavernas

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Um senhor que levava um só artigo, responde que sim, à pergunta se precisa de saco! Abre o saco coloca o artigo lá dentro, a conta foi €5,09.

Dá-me €5,20. Entretanto diz-me:" Então mas estava lá marcado €4,99!?" Ao que eu respondo " Sim, mas os €0,10 é do saco"! É quando ele tira o artigo do saco e os €0,20 que já me tinha dado e diz: "O quê!? Pagar €0,10 !? Só se eu estivesse maluco! Chame a administração"! E nisto sai, com um cêntimo de troco, deixando o saco, que já estava contabilizado e não foi anulado!

Claro que foi apenas €0,10, mas a atitude deste senhor aí na casa dos 60 anos, parecia de alguém que nunca tinha ido ao supermercado, pois os sacos já são pagos desde 2015 e sempre deste mesmo valor!

Um saco com asas para voar

Um senhor pede-me um saco com asas. Ora como todos os sacos têm, à partida asas, perguntei se era dos de plástico. Disse que sim. Dei-lhe o saco e ele disse que tinha uma reclamação a fazer.

 

Eu: - Então diga!

Cliente. - É o saco!

Eu: Então não era de plástico?

Cliente. - Não, eu pedi com asas!

Eu : - Mas tem asas!

Cliente. - Ah tem, então porque não voa!? Devia voar até ao carro sozinho!

 

Estava a brincar comigo. Por vezes há destes clientes que vêm inspirados.

 

Por vezes são piadas secas, mas sempre dá para descomprimir...

 

Mas ao fim e ao cabo, os sacos de plástico até voam, já vi alguns a voar pelas ruas, pelos céus, pelo mar...

 

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A pinta do miúdo

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Estou a atender um senhor acompanhado do seu filho, que terá cerca de 10/11 anos. Levam uma guloseima. O pai está a fazer o pagamento com multibanco, e o filho pergunta se já pode abrir a embalagem e comer a sua guloseima. O pai não responde. O filho repete a pergunta, mais duas ou três vezes, o pai continua calado. O miúdo olha para mim, sorri, encolhe os ombros e diz "o meu pai ás vezes, fica surdo"!

 

Lá nos rimos...Este miúdo, tão natural na sua atitude,  teve a sua graça!

O padrão dos sacos

Na caixa atrás da minha, uma cliente queria  sacos, dos ecológicos pequenos. A minha colega só tinha um padrão que tinha legumes, onde o tomate se evidenciava. A minha colega pergunta-me se eu tenho outros, com outro padrão. Eu mostro e o padrão era igual. Diz a senhora: "Ena tanta tomate, levo dois, assim sempre tiro a barriga da miséria"!

 

Claro está, que esta senhora animou o pessoal!

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Momentos de humor são bem-vindos

 

Até pode haver dias em que aparece um ou outro cliente mais difícil. Mas não falo deles para me queixar, mas para desabafar, e dar a conhecer como é o atendimento ao público.

 

Mas tenho de dizer que é com satisfação que faço este trabalho. Por vezes até me divirto com os clientes. É um tempo bem passado. Sou uma sortuda porque faço aquilo que gosto e ainda recebo uns trocos! Quantas pessoas podem dizer o mesmo!?

 

Hoje atendi uma cliente, que traz sempre tão boas energias. O tempo que passo a atendê-la,  é tão bom, que me apetecia que ela ficasse mais um bocadinho... Estava a dizer-me que na hora de pagar a conta, o marido desaparece sempre. E depois, na brincadeira,  dizia ainda que os homens fazem falta, para pagar contas, depois eu digo "para mudar lâmpadas" e ela diz "e para mudar pneus"! Estava um senhor na fila que achou graça e até entrou na  nossa conversa!

 

Não foram estes dois dedos de conversa que atrapalharam o funcionamento da fila, muito pelo contrário...foi um momento de entusiasmo para muitas pessoas.

 

 

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Brincar com os legumes e com a língua portuguesa

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Há um casal que costuma ir habitualmente  ao supermercado, vão sempre animados, apesar de, já me terem dito que não têm uma vida fácil. Desta ultima vez levavam legumes.

 

Eu registei tomates e o senhor disse "não me amasse os tomates", depois registei um pepino e ele  "não me esfole o pepino"! E a esposa sorria...

 

São brincadeiras inofensivas, com o devido respeito, que fazem bons momentos. Mas, nem todos os clientes têm esta capacidade... Estes são especiais!