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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A pausa

Sempre defendi a minha empresa. A Sonae é um grande grupo e sinto orgulho em pertencer-lhe. Por vezes há  mudanças, porque chegam pessoas novas à empresa, ou porque são regras vindas de cima. Quando as mudanças são para melhor, aplaudimos e concordamos. Contudo, por vezes há uma ou outra alteração que desagrada, ou que não agrada a todos. Só quero falar de uma: a pausa! Porque já foram mais flexíveis neste campo. As operadoras de caixa estão todas em part-time. Uns dias fazemos quatro horas, outros cinco, e outros ainda menos, nunca mais de cinco. Pela lei só temos direito a pausa quando fazemos as cinco horas, mas mesmo assim se a loja estiver cheia de clientes não podemos usufruir desse direito, a não ser que haja alguém que possa substituir.

 

Se fizermos quatro horas não temos direito a pausa. Sei que lei é lei, mas se contarmos o tempo de sair de casa até chegar ao trabalho, vejam só as horas que ficamos sem comer. Poderia haver um pouco de humanidade, e haver uma cedência nesse aspecto, nem que fosse cinco minutos. Por vezes, sentimos fraqueza, e isso reflecte-se no atendimento. Há dias uma colega quase desmaiava de fome, felizmente alguém de deu um rebuçado. Trabalhamos com muito mais ânimo de estômago aconchegado. Pensem um pouco nisso chefes, vá lá...

 

Andei a pesquisar na lei sobre o assunto. Concluí que a lei não é muito clara, um artigo remete para outro artigo ou então usa termos que podem ter várias interpretações. Por isso mais do que pelo respeito á lei tem de haver um pouco de compreensão e humanidade. Para que não haja abusos (sim porque sei que há quem possa abusar), estabelecesse um plano... Que tal?

  

 

 

Visitantes e amigos, nos vossos empregos, como é este assunto? Têm pausa ao meio da manhã ou ao meio da tarde? Como funciona? Também chegam a ficar com "um ratinho no estômago"?

A impaciência e a intolerância

 

Apesar de o artigo de hoje estar ligado ao universo do meu trabalho, considero-o também um desabafo pessoal. Preocupa-me a impaciência e a intolerância das pessoas. Hoje esteve um dia daqueles com muitos clientes, filas grandes, enfim muita confusão. Enquanto atendia uma simpática senhora já de idade trocava algumas palavras  que em nada atrapalhavam o registo das compras. Mas como percebi que o casal seguinte já estava "a soprar", tentei ser ainda mais rápida.

 

Entretanto na fase do pagamento esta senhora  ao fazer o pagamento enganou-se no código do multibanco e teve de repetir. Quando esta cliente saiu, o dito casal, fez cada observação…  frases  do tipo " quando for velha não quero ser assim"! Um exagero de coisas só porque a pessoa se enganou no multibanco e pela idade fazia as tarefas de forma mais lenta...Neste momento eu avistava na caixa à minha frente uma amiga com o seu filhote, um menino encantador, a quem eu gostava de ir cumprimentar. Mas depois disto, nem me atrevi a tal. Só que fiquei triste, pois sei que tão cedo não voltarei a encontrar aquele menino.

 

Esta profissão tem destas coisas, nós estamos ali limitadas aquele espaço.   A maior parte das pessoas espera de nós apenas rapidez e eficiência. Parece que nos enxergam como máquinas. Podem até me dizer, que já viram muitas vezes a operadora de caixa estar a falar com outra pessoa e não lhes estar a dar a merecida atenção. Isso até pode acontecer, mas deve ser uma em cada mil, porque na Sonae, estão sempre a pedir-nos para dar-mos aos clientes um "atendimento Sonae" ( um atendimento de excelência)! Eu também esperava um pouco mais de humanidade da parte dos clientes.