O tema do coronavírus fala-se por todo o lado. Trabalhando num supermercado, de vez em quando, lá surge o assunto.
Há pessoas muito assustadas, há pessoas que desvalorizam o assunto, há ainda quem brinque com a situação.
Confesso que estou naquela de tentar não entrar em pânico, mas estar alerta, ser cuidadosa. Ontem tossi uma vez, coloquei o cotovelo como sempre e a cliente disse logo "olhe o vírus"!
Nas notícias ouvi que o dinheiro por andar de mão em mão pode trazer todo o tipo de vírus e baterias. Diziam para lavarmos as mãos depois de mexer no dinheiro, ou para evitar manusear dinheiro vivo e usarem mais cartão multibanco. Ora o meu trabalho, é muito mexer em dinheiro, não posso andar a lavar as mãos assim tantas vezes! E uma pessoa leva as mãos ao rosto mesmo sem querer, é inevitável, nem damos conta!
Sinceramente só quero que isto se resolva, que isto acabe. Jamais imaginei que em pleno séc. XXI pudesse acontecer algo assim, tão trágico. É tão injusto!
Uma cliente colocava os seus artigos sobre o tapete, reparei que tinha o cartão de cliente na boca. Já não é a primeira vez que vejo esta cena acontecer, é comum alguns clientes colocarem cartões ou cupões na boca, uma mania nada higiénica! Mas deve ser por terem as mãos ocupadas! Só que esta cliente, fazia o som hummm... Olhei-a pelo canto do olho, fingindo não a estar a ver, e pensei :" será que ela quer que eu lhe tire o cartão da boca?" Se era essa a intenção dela, acabou por desistir, porque eu continuei o meu trabalhinho normalmente!
Como sabem, estamos naquela época em que se vendo imenso camarão. O camarão vem congelado e dentro de um saco. Nós temos de pegar no saco para passar o autocolante com o código de barras no scanner. Eu já sei que tenho de fazer esta tarefa com muito cuidado, pois os camarões congelados picam. Hoje tive um pequeno descuido e levei logo uma picada. Além de doer bué, fez correr sangue. Tive de chamar alguém. Depois fui desinfectar. Já foi há umas horas e ainda incomoda.
Mas será que é assim em todo lado? Porque não arranjam um método que evite estas coisas, por exemplo, caixas de esferovite ou caixas de plástico. E depois falam de normas de higiene e segurança para isto e para aquilo. Parece uma coisa tão simples e ninguém faz nada!
É de louvar o fato das empresas investirem em campanhas de informação sobre a gripe A. Nós tínhamos uns folhetos para entregar ao cliente juntamente com o talão. Os clientes estavam muito receptivos, aliás houve clientes a perguntar se podiam levar mais um para alguém da família ou mesmo no ciclo de amigos.
O folheto contém informações simples, básicas mas muito úteis. Fiz uma cópia mas não deixo tudo visível porque não ficou com a qualidade que eu gostaria, mas sempre dá para ter uma ideia...
Nos últimos dias, as noticias sobre o aumento da gripe, têm dominado os nossos dias. Acredito mesmo que há um certo medo nas pessoas. No meu local de trabalho, já estão afixados uns folhetos, na parte restrita a colaboradores. Ensina e aconselha-nos nos princípios básicos de higiene. Eu noto as pessoas mais atentas e até desconfiadas. Ontem quando uma colega deu um espirro, colocou inconscientemente a mão á frente da boca... o cliente que estava na sua frente reprimiu-a logo dizendo que agora é o braço que se coloca á frente e não a mão.
Outro assunto que falamos lá entre colegas é que agora se alguém de nós for de férias para o estrangeiro, temos de avisar a empresa. Fiquei a pensar...mas nós estamos mais expostas ali em frente dos clientes, já que os próprios clientes podem ter viajado, não será?
Num outro lugar (fora do supermercado), encontrei uma informação que dizia assim:
Cuidados a ter nas compras:
Fazer compras fora das horas de ponta para evitar grupos de pessoas.
Utilizar luvas no manuseamento dos carrinhos de compras e dos artigos á venda que poderão estar contaminados; as luvas só deverão ser retiradas em casa, e deitadas de seguida no lixo.
É nestas alturas ao ler estas coisas que reflicto e penso... estou num local de risco. Mas enfim, não se pode estar a pensar muito nisso, afinal ainda não há motivo para alarme, não é?
São poucos os supermercados que na secção da peixaria ainda embalam o peixe em vulgares sacos de plástico. Estes sacos causam muito transtorno não só para os clientes que por vezes o molho do peixe passa para outros artigos e muitas vezes só dão conta do facto ao chegar á caixa; bem como para as operadoras de caixa. Digo isto porque uma vez que não é nossa função mexer no peixe, chegamos a ficar com as mãos com o cheiro como se tivéssemos na peixaria. Como não nos é possível ir lavar as mãos acabamos por ficar com o odor nas mãos, já para não falar no o tapete rolante ( o qual com o paninho insistimos em limpar) e sem querer passamos uma má imagem para o cliente.
A solução é que se use sempre na peixaria os sacos que aqui mostro na imagem, pois são bem mais higiénicos e impermeáveis. Por vezes custa tão pouco melhorar um serviço e satisfazer as necessidades de higiene, quer do colaborador quer do cliente, não é verdade?