Um cliente perguntou-me há quantos anos eu trabalhava ali. Respondi, 14 anos .
O senhor começa a dizer-me que tenho falta de ambição. Eu respondi: ”trabalho no que gosto”, e ele repete em tom altivo: FALTA DE AMBIÇÃO!
É o que muitas pessoas acham. Mas a verdade é que eu gosto daquilo que faço! É assim tão estranho? Quantas pessoas têm um trabalho que não gostam!? Eu sou uma privilegiada, porque gosto do trabalho que tenho. Não acordo a pensar que vou fazer um frete! Não vou contrariada! Podem não acreditar, e até posso mudar daqui a uns tempos, mas agora, e desde antes até cá, faço o que gosto. Este trabalho, é tranquilo, terapêutico, até. E depois eu não sou operadora de caixa a tempo inteiro, eu também sou blogger, mãe (onde até sou um pouco professora), esposa, dona de casa, dona de dois gatos. Claro que nem todos os dias as coisas correm cem por cento bem, claro que por vezes, o horário de trabalho não se encaixa bem na minha vertente de mãe e ando em correrias, mas tudo se tem resolvido.
Nem todos ambicionam mais poder, mais responsabilidades, mais trabalho, mais pressão, existem, com certeza, mais pessoas como eu. Não tenho falta de ambição, e em tudo aquilo que faço, tento fazer o melhor, e costumo vingar, e cumprir os meus objectivos.
As pessoas não são todas iguais, se só existem chefes, gerentes, lideres, quem faria o resto do trabalho!?
Muitas vezes os clientes perguntam se eu já usei (ou testei) este ou aquele artigo. Confesso que são mais as vezes que tento fugir à pergunta, porque depois essa pergunta gera outra pergunta, e eu acho que são questões muito subjectivas. Isto porque um artigo para mim pode ser bom, mas para a cliente pode ser uma grande porcaria ou vice-versa. Recentemente a pergunta era sobre um detergente de máquina, eu não queria dar a minha opinião porque não queria dizer mal do produto, porque aquilo que eu achava negativo no produto, podia ter outra justificação...por exemplo ser da qualidade da máquina de lavar ou da dose que eu tinha colocado. Então tive que dar a volta à questão, mas a cliente insistia em saber se eu usava. Acho que fui o mais sincera possível, disse que preferia os detergentes para a roupa líquidos ( aquele era em pó).
É que por vezes não adianta eu dizer que "vende-se bem" ou algo do género, pois interessa-lhes mesmo saber se nós já experimentamos e pronto!
"Não gosto nada de vir ao supermercado!" Diz uma cliente ao chegar à caixa. Uma mulher com cerca de trinta anos, com muito boa aparência e aparentemente muito bem formada. Então, para meter conversa pergunto: "qual a parte que não gosta?" Ela pára de colocar os artigos, olha-me nos olhos e diz "TUDO!" e de seguida começa a fazer uma espécie de listagem:
de não encontrar as coisas que quero;
de haver filas e senhas para tudo;
de depois ter de tirar tudo do carrinho e pôr em sacos;
de ficar com a carteira cheia de papéis. Por isso não faço caso dos descontos, bem me os mandam, mas não ligo!
Na verdade, há sempre uma parte que nós não gostamos, a conta por exemplo...mas esta cliente nem referiu essa parte. E vós, qual é assim a parte que menos gostam numa ida ao supermercado?
Uma cliente trazia a sua filhota de 2 aninhos no carrinho. Ao colocar os artigos no tapete reparei que a pequena comia um chocolate de culinária com papel e tudo! A mãe, retirou e disse-me: " Desculpe ela já mordiscou isto tudo, está sempre a querer trincar tudo!" Eu disse que não tinha importância, pois o código de barras ainda estava intacto. A senhora estava stressada com os disparates da pequena. Então eu disse à senhora: " Deixe lá pelo menos pegou numa coisa doce! " Neste instante a senhora respondeu: "Mas não foi só isso que ela mordiscou, repare nesta comida para o cão...também tentou comer isto! Está sempre a fazer tolices!" Foi então que eu reparei numa daquelas caixinhas de comida para cão, quadrada toda mordiscada. Não é que a criança provou aquela coisa. Será que gostou?
Não podia deixar de contar este episódio. É algo de inédito, suponho! Quase todas as crianças adoram doces, costumo presenciar os pedidos aos pais, as birras, os desejos enfim... Este bebé que tinha quase dois aninhos não pediu um doce, simplesmente assim que a mãe colocou a alface dentro do carrinho ele tirou uma folha e trincou com uma tal satisfação. Eu chamei a atenção da cliente, e ela disse que ele era assim por alfaces. Ela até disse:" tenho de ir à casa de banho lavá-la porque até chegar a casa ele vai comer mais e mais"!
Ora digam lá se já viram um gosto assim numa tão tenra idade!?
Acabou hoje dia 6 a Feira do Livro a decorrer nas lojas Modelo. Foi interessante perceber que os portugueses ainda gostam de ler. Alguns dos clientes compravam para oferecer. O local da feira estava sempre muito habitado. As crianças também tinha muito por onde escolher, além dos livrinhos de leitura, também tínhamos livros de actividades e de pintar… Havia livros para todos os gostos e idades. Deixo um exemplo de cada categoria: Literatura “ Pedaços de Ternura”
Kendra regressa a Inglaterra, fugindo de velhas magoas e em busca de um novo começo. Um terrível encontro com o passado obriga-a a enfrentar os seus fantasmas.
Desenvolvimento pessoal e bem-estar
RONALDOLÂNDIA Sobre os segredos do futebol, o Euro 2008. Ronaldo e a velha táctica 4-4-2, falam neste livro.
Juvenil COLECÇÃO “Uma Aventura” O que começou por ser uma pequena subida á falésia para ver o nascer do sol transformou-se numa grande aventura que levou o grupo dos cinco amigos até ao mundo mágico do continente gelado, o pólo sul.
Infantil COLEÇCÃO RUCA O Ruca constitui hoje um dos mais significativos fenómenos de popularidade do mundo infantil. Um dos segredos dessa popularidade tem a ver com o facto de o Ruca fazer sentir exactamente as mesmas coisas que qualquer criança normal, pois também ele é uma criança absolutamente normal.
P.S.
A data que escrevi este post não corresponde ao dia em que a publiquei peço desculpa pelo facto...