Estava a atender um cliente, já na fase do pagamento, onde é necessário fazer algumas perguntas, sobre o saldo do cartão, sobre a fatura e até divulgar alguma campanha.
No entanto, o cliente seguinte, já está a chamar, resolvi ignorar, porque naquela fase, não podia estar a responder. Mas como esta pessoa devia de "estar com o rabo a arder", começa aos murros no acrílico para me chamar atenção. Olhei para a pessoa com um olhar assustado, e fiz sinal com a mão para esperar. A pessoa só queria saber uma indicação que bastava ler o rótulo do artigo!
Não consegui ficar indiferente, a um episódio que aconteceu em Rio Tinto, devido à questão do distanciamento.
A briga começou na fila, e foi entre um senhor já alguma idade e outro na casa dos cinquenta. Ao que parece, um dos senhores pediu ao outro distanciamento, e o outro disse estando ambos de máscara não era preciso. A discussão começou e resolveram ir continuar a mesma no parque. Já no parque um com um machado de cozinha e outro com uma garrafa de azeite, começaram a agredir-se e tiveram de ser separados. A noticia está aqui e tem até vídeo e reportagem!
É como eu digo, a pandemia não melhorou em nada os hábitos das pessoas, se já eram incorretos, assim continuam. O que custava respeitarem o espaço do outro.
Ainda há pouco tempo, chamei a atenção a alguém, porque a pessoa precisava de privacidade para marcar o código. A pessoa ainda questiona "mas porquê?", digo que é porque a pessoa tem de marcar o código e a senhora está a ver. E a pessoa ainda tem o desplante de dizer " Mas e que veja o código! Posso ver o código, mas não tenho o cartão! Que mal tem!?"
Enfim, isto cada vez está pior. Haja paciência infinita!
Um destes dias, presenciei uma situação, que me fez pensar em como as pessoas conseguem arranjar estratégias para contornar as regras, fazendo parecer, que afinal, não estão a fazer nada de errado!
Uma mulher ia a avançar com o seu carrinho de compras para as caixas self-service. As caixas (ditas rápidas/automáticas) que existem, supostamente para quem tem poucos artigos, está com pressa, ou até porque, não lhe apetece falar com a operadora. Está lá uma sinalética que proíbe passagem de carrinhos. Vi uma colega dizer à senhora que ali não dava com carrinho.
Depois assisti lá do meu lugar à cena: a pessoa retirou as coisas do carrinho, levou os artigos , não sei como, lá para o chão ao lado da caixa self, deu a volta e estacionou o carrinho no lado da saída (corredor de passagem), ou seja, fora do espaço das selfs, encostado junto à última self. A disposição deste lugar no "meu" continente é diferente da imagem que aqui está, por isso não sei se o leitor me consegue entender.
Então, a pessoa ia registando e colocando os artigos diretamente no carrinho, fazendo várias contas. Várias vezes bloqueava o sistema e lá tinha de chamar o assistente. Sem exagero, eu atendi uns 10 clientes, e aquela pessoa lá naquele compasso.
Fez bem a coisa: várias contas com poucos artigos e não passou lá com um carrinho de compras. O tempo que lá esteve a ocupar o lugar, não interessa nada, porque estava na vez dela, e a fazer tudo dentro dos conformes!
E eu a olhar para a situação, com vontade de lá ir chamar a senhora de chica esperta !
Era um casal na casa dos quarenta anos, que não queria fazer distanciamento, e tivemos uma troca de palavras. Quando respondi que este procedimento já durava há mais de um ano, eles disseram que agora já não era preciso tanta coisa. Voltei a dizer que, ainda assim eles tinham de cumprir as regras como os outros.
E o homem diz para a mulher: " Deixa estar que o covid está acabar!"
Parecia querer dizer, que "a minha diversão, estava a acabar!" Porque devia de achar que me diverte fazer os clientes cumprirem regras! Até parece que fui eu, e era a única, a exigir distanciamento! Porque eu faço o que me apetece e não o que a empresa manda!
Uma senhora traz os copos para trocar pela caderneta. Só que na caderneta faltavam metade dos selos, e, ela não estava à espera que lhos desse da actual conta para colar, ela já os tinha, só que, não sei porquê, não os colou. Quando eu disse mas faltam selos, ela deu-me um montinho deles e disse. "estão aqui é só cola-los"! Estava a mandar-me colá-los!? Com filas de gente à espera!?
Ao ver a lata da senhora, respondi "mas nós só aceitamos a caderneta com os selos já colados!"
Ficou irritada, colou os selos , e meteu um completamente fora do sitio, só para me atingir.