Já é habitual as pessoas andarem sempre com muita pressa, e nesta época, a pressa ainda aumenta mais .
Quando tenho clientes com mais idade, tento sempre ter o cuidado de andar ao ritmo do cliente, e ajudar no que for preciso, principalmente, quando são aqueles clientes castiços, e simpáticos.
Um senhor, estava a fazer o pagamento com multibanco, mas estava atrapalhado, então eu estava a explicar ao senhor devagarinho, como ele tinha de fazer, e o cliente que estava a seguir disse "tanto conversa"! Ao que eu respondo "mas, o senhor está na vez dele! "Responde ainda:" pois é, mas eu estou cheio de pressa!"
Não respondi, ignorei, e prossegui . E o velhote ainda pediu desculpa a este!
Uma senhora com duas crianças, avó moderna, chique, deixa alguns artigos dentro do carrinho e passa com as crianças e os outros artigos para o outro lado. Eu ainda não tinha concluído a conta da pessoa que estava a atender. Quando lhe digo que ainda tem coisas no carrinho que não colocou no tapete, ela responde: "não tenha medo que eu não vou roubar nada! Não vê que estou com duas crianças!? Já lhe dou as coisas!"
É isto tipo de pessoas, que se acham importantes, mas são arrogantes, soberbas! Então, a criatura tinha alguma coisa que estar a passar para o outro lado quando a outra pessoa ainda não tinha saído, e, ainda por cima, com artigos dentro do carrinho!? Não consegue dar conta, cuidar e ter controlo, de duas crianças e fazer compras de forma respeitosa, ao mesmo tempo? Qual era a intenção!? Qual era a pressa!? Vive na civilização ou na selva!?
Tantas pessoas que estão com crianças e não fazem tais figuras! Grande exemplo para estas crianças!
Uma cliente andava só de um lado pro outro, julguei que estava com a senhora que eu estava a atender, pois estava justamente frente ao terminal de pagamento automático, parecia que tinha estado a ver o registo dos produtos e ia ser ela a pagar!
Digo o total a olhar para ela, e ela fica a olhar para mim sem pestanejar. A dona, por assim dizer, da conta, diz que estava a ver se a senhora lhe queria pagar a conta. Percebo que afinal não estavam juntas. Peço à intrusa/emplastra para dar licença. Ela ainda responde: "faça favor" , mas não se mexe, nem saí do lugar. Eu digo "tem de se afastar um pouco, e ela ainda responde: "está aí muito espaço!" Respondo: "Mas esse espaço não lhe pertence, pertence à pessoa que está a ser atendida, e ela tem o direito de pagar a conta sem que a senhora veja o código secreto do cartão!"
Lá se afasta de trombas. O tempo que a estive a atender, só lhe disse as palavras que um robô lhe diria!
Certamente, esta pessoa, não tinha a intenção de espiar o código da outra cliente, certamente é só totó e incivilizada!
Aqui há uns anos, talvez no inicio de começar a trabalhar neste supermercado, havia uma placa a dizer saída sem compras, agora já não existe.
Muitas vezes, os clientes ficam sem saber por onde sair quando não compraram nada, porque não há uma indicação, e porque em alguns supermercados a saída é pela linha de caixas. As pessoas que estão a ser atendidas têm que se desviar, para o cliente sem compras passar!
Embora, a maioria das pessoas nem reparem nem respeitem indicações, cartazes ou informações, se calhar fazia falta. Quando as pessoas perguntam, logo respondo. Também, por não saberem ou por influência de outros supermercados, vão com cuidado e pedem licença, mas a maioria nem pergunta, empurra quem estar a ser atendido e passa!
Voltei a este assunto, porque vi recentemente um cliente sem compras a esbarrar na cliente que estava com o carrinho encostado ao tapete, não havia ali espaço para passagem, mas a pessoa quase atirou com a senhora ao chão e saiu sem pedir pelo menos, desculpas!
Um destes dias, ainda a cliente que estava a atender não tinha arrumado uns dois ou três produtos, quando a cliente seguinte coloca o seu saco em cima dos produtos da cliente anterior e diz-me para lhe registar os seus produtos. Eu digo "espere só um bocadinho"! A senhora dos produtos tem de pedir licença para alcançar os seus produtos. A outra diz "mas tenho esperar porquê, estou com pressa!" Eu digo que é uma questão de civismo e que ela está a ocupar o espaço que ainda não está livre.
Ela responde "somos todos cívicos, passe lá os artigos, que eu tenho pressa"! A outra senhora diz "deixe lá , é o pais que temos, cada vez as pessoas estão piores"! E foi embora desanimada!
A senhora diz-me "vá deixe lá isso, não se enerve"! Ao que eu respondo"pois nem vale a pena, se nem uma pandemia civilizou as pessoas, quem sou eu!"
Acho que ela ficou sempre a achar que ela é que estava certa!
Uma senhora deixou o carrinho próximo do tapete, e outra senhora chegou e colocou as suas compras sobre o tapete. Quando a dona do carrinho chegou, começou a questionar a outra senhora o porquê de ter colocado as suas compras, e além disso, disse à outra senhora "retire imediatamente as suas compras, não viu que estava aqui um carrinho"! A senhora, pessoa já de idade, disse que não retirava as compras.
Eu, calmamente disse à senhora que o carrinho não guardava a vez, ao que ela respondeu que tinha ido ajudar uma senhora de idade a encontrar uma coisa. Respondi "a senhora foi porque quis, eu não ia ficar parada à sua espera" ,vai ela responde: " mas as regras são para se cumprir!" Ao que eu respondi: "é o que estamos a fazer, a cumprir regras, além do mais, esta cliente tem meia dúzia de artigos que já estão sobre o tapete, a senhora tem um carrinho cheio!"
Foi um circo, uma falta de bom senso, uma falta de noção, uma falta de tudo!
Até quando as pessoas vão continuar com esta falta de respeito!? Tudo por mais uns dois minutos na fila!? Porquê tanta pressa? Passam por cima uns dos outros!
E desta cliente, não esperava estava atitude tão errada! Bem fez a outra senhora, que não retirou os seus artigos, pois estava no seu direito!
Quando numa destas manhãs cheguei ao meu "continente" e vi que tinham retirado todos os acrílicos, a sensação foi de alivio e felicidade. Já não seria mais necessário falar a gritar!
No entanto, minutos depois de estar a trabalhar sem os acrílicos, já os desejava de novo!
Os clientes ficam em cima de nós, alguns até se debruçam à frente, outros tiram-nos os artigos das mãos antes de nós os registarmos, arranham-nos, invadem o nosso espaço, atiram as moedas para a nossa frente, não posso ter nem a caneta ali que mexem. Houve um senhor que eu tive de pedir para não me tirar as coisas das mãos porque não me deixava registar, ao que ele respondeu que não estava a tirar-me nada das mãos. Houve uma cliente que colocou o saco dela em frente ao meu scanner e registou-o de novo, pedi que se chegasse um pouco mais para o lado e respondeu "já chego, deixe-me só acabar aqui". Tento empurrar os artigos mais para o fundo, mas os clientes não saem de cima de nós! Faz-me aflição!
Caramba que não aprenderam nada com a pandemia, não perceberam que a pandemia tinha vindo para tornar as pessoas mais civilizadas, com hábitos mais corretos. Que invasão!
Nem que seja só uns centímetros, voltem a colocar uns acrílicos ou alguma barreira ali, por favor!
Há filas nas caixas com uma média de três clientes em espera. Estou a atender uma cliente habitual. Toca o telemóvel. Atende.
Era uma conversa não urgente, e até de cusquice. A sra deixa de arrumar as compras no carrinho, encosta-se ao fundo de braço encostado à barriga a falar. Ás tantas ouço-a dizer "Ai foi!? Então e mais!?" Ou seja ainda estava a puxar pela outra pessoa para a conversa continuar. Peço cartão continente, não responde, pergunto se quer contribuinte, também não responde!
Eu olho para a senhora e já em stresse começo a contar em voz alta, mas achando que estava em voz baixa "um, dois, três..."!
É quando ela diz à outra pessoa que já lhe liga. É aí que vê toda a gente a olhar para ela, e começa a apressar-se e a pedir desculpa!
Um casal de clientes depois de colocar os seus artigos sobre o tapete, levava um casaco pendurado no carrinho e uma caixa, que na altura não percebi do que era, dentro do carrinho. Então debrucei-me para ver melhor o interior do carrinho e perguntei o que era aquela caixa.
O senhor pega na caixa e atira-me para cima, e diz "é isto que você quer"! Era uma caixa de pastilhas elásticas vazia. Fiquei a olhar para o senhor e disse-lhe que não precisava de me atirar assim a caixa e ele respondeu: "você faça mas é o seu trabalho e deixe de desconfiar dos clientes!" Respondi: " é justamente o que estou a fazer, o meu trabalho!"
A esposa estava só a dizer "deixa, não ligues", mas ele continuava a barafustar. Ainda o ouvi dizer "não limpam os carrinhos"!
Uma senhora ainda não tinha embalado todas as compras nem tinha pago, quando outra pessoa, já estava a passar para o tapete de saída, abriu inclusive o saco para me mostrar o que tinha lá dentro.
A principio, julguei que estava a acompanhar a senhora cujo atendimento ainda não tinha acabado e que a ia ajudar a embalar. Tirou até um livro de dentro do saco para me entregar para eu registar, quando a outra senhora, a olha de forma estranha.
Foi aí que entendi que eram duas desconhecidas, onde uma estava certamente, perdoem-me se ofendo, atordoada.
Nesse momento, eu disse que ela tinha de esperar, porque ali eu só atendia uma pessoa de cada vez!
A senhora que estava a ser atendida, na sua educação e humildade ainda diz "ah desculpe, se calhar sou eu que estou a demorar demasiado tempo!"
Ao que eu respondo imediatamente: "não, não, a senhora está no seu tempo, esta senhora é que tem de esperar!"
A outra senhora, a tal que aqui chamei de atordoada, respondeu dizendo: "abrissem mais caixas !"
Nem um pedido de desculpa, nem o reconhecimento do erro. Nada!