Sempre a colecionar tesouros
Disse um cliente " É na compra que está o ganho, não é na venda!"
Isto porque, segundo este cliente, é ele que tem de procurar os descontos, os cupões, para que possa assim, mais poupar!
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Disse um cliente " É na compra que está o ganho, não é na venda!"
Isto porque, segundo este cliente, é ele que tem de procurar os descontos, os cupões, para que possa assim, mais poupar!
No início das novas medidas, as pessoas respeitavam, como já aqui referi, mais as regras. Porque ao saberem que havia mais pessoas na rua à espera para entrar, levavam logo os sacos, o carrinho, os cupões.
No entanto, já se voltaram a desleixar. Já são capazes de ao meio do registo ou mesmo no fim, irem imprimir cupões, ou pedirem para ir buscar um carrinho, ou irem ao carro buscar sacos, ou ainda irem buscar artigos que se esqueceram. Faz-me confusão isto. Parece que vão parar ao supermercado sem querer, e só se lembram que lá estão, quando estão na fila.
Aconteceu uma senhora deixar lá o carrinho e ir buscar algo que se tinha esquecido. Como eu já tinha o tapete vazio, e o carrinho não marca vez, chamei o próximo. Deu tempo desse cliente colocar todas as suas compras no tapete e de eu registar umas duas ou três, quando a cliente do dito carrinho chegou. Começou a reclamar que estava à frente da outra pessoa. Eu digo que fui eu que chamei. Ela reclama de novo que só foi num instante. É quando eu digo "mas aqui, carrinho sem freguês, não guarda vez" eu não posso ficar parada, quando tenho pessoas para atender! Lá se calou!
Um cliente depois de ensacar as compras e pagar, sai deixando lá tudo. Tive de o chamar bem alto, porque ele não ouviu à primeira. Quando ele volta e chega à minha caixa para apanhar os sacos diz "isto quando os rolamentos funcionam a caroços de azeitona, é no que dá!"
Mais uma expressão nova para mim, e mais um momento divertido!
Como já aqui disse, tenho o hábito de registar, frases, máximas, pensamentos, ditos dos clientes.
A de hoje, que até foi dita por um cliente jovem, foi: o dinheiro não se gasta, só muda de mão!
Da próxima vez que alguém me disser que estou a gastar muito dinheiro, já sei que resposta irei dar!
Estavam dois senhores já de alguma idade, mas muito bem dispostos e divertidos na fila. Conheciam-se e lá iam conversando, até que um pergunta ao outro se ele ainda tinha o seu negocio, ao que o primeiro lhe responde: "Eu agora já estou na fase do Baltazar, de noite é para dormir, e de dia é para descansar"!
Lá está mais uma frase/rima, daquelas que eu apanho dos clientes, e colecciono aqui neste blogue. E para mim esta é nova, sempre a aprender alguma coisa!
Pergunto ao cliente se quer descontar o valor da compra do cartão continente, ele pergunta se tem saldo suficiente. Digo que sim e ele responde: " Então quero, pagar e morrer o mais tarde que puder ser"!
Já tinha ouvido uma frase semelhante, mas sem rimar. Agora, analisando bem, se o mais tarde que puder ser, significar ficar a dever dinheiro, não combina muito comigo!
Como já aqui referi, costumo estar atenta, a ditos, provérbios, expressões ou frases que os clientes costumam dizer no contexto do universo do supermercado.
Já por diversas vezes, aconteceu clientes deixarem carrinhos ou cestos a marcar lugar na fila. Sempre lhes disse que os carrinhos não marcavam vez e nem sempre aceitaram o facto.
Mas agora, através de um cliente que ao ver um cesto sem dono, proferiu a seguinte frase: "embrulho sem freguês, não marca vez!" percebi que tinha um ponto a favor, e da próxima vez que surgir a situação, vou eu também usar esta máxima!
Já conheciam?
A propósito do supermercado estar em obras, em remodelação, em mudança, todos os dias ouvimos comentários dos clientes, uns agradáveis e outros nem tanto. Enfim, a falta de paciência, a intolerância, é factor comum a muitas pessoas.
Uma cliente disse-me: "porque é que não contrataram aquelas empresas que fazem as coisas da noite pro dia?" Fez-me lembrar o programa "querido mudei a casa", mas esquecem-se que a magia da televisão tem certos truques, e que mostram as coisas como se aquelas obras se fizessem num passo de mágica!
Surgem igualmente situações em que os clientes dizem gostar da mudança, e de a mesma dar a sensação de o espaço estar mais amplo...
Também aconteceu uma cliente, brincar com a situação, e por não encontrar os produtos nos sítios habituais, dizer que precisa de um croqui e usar um dito que eu não conhecia, mas que ficou registado: Em casa mudada, não se acha nada!
Pelo que me consta, quando tudo estiver acabado, quando os clientes tiverem tempo para decorar onde estão os produtos e já não andarem perdidos à procura de um qualquer artigo, vão perceber que a mudança foi para melhor!
Por vezes passa algum tempo sem que ouça ditados ou expressões novas dos clientes, no entanto, no espaço de dois dias, aprendi duas coisas novas, e ambas tendo ver com poupança, com gastos...
A primeira, tive de pedir ao senhor (um velhote queixoso dos gastos) para repetir, e espero tê-la apreendido bem:
Valha-me Santa Quitéria
Prima do tio Joaquim
Eu a fugir da miséria
E ela sempre atrás de mim
A outra foi uma senhora que vinha a dizer a frase para o marido:
Reduzir e poupar, mandava o Salazar!
Mais um dito de uma cliente para a minha coleção: "o tempo passa a correr, não o perca nem o faça perder"! Quem pode ajudar a interpretar?