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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Não se despacha, parece que tem ovos debaixo dos braços

Estou a atender um jovem pai,  que está acompanhado pela  sua filhota, que terá cerca de cinco ou seis anos. A menina muito simpática e conversadora. O pai em silêncio, vai arrumando as compras muito devagar. 

A dada altura,  a menina quer ajudar o pai e vai lhe dando os artigos, mas o pai diz, "calma, espera". O pai além de estar a embalar de modo muito calmo, ainda muda artigos de um saco para o outro. Reparo que na fila, já há clientes com alguma impaciência. É que era um jovem, não era um velhote debilitado. Certamente estava ali em alguma missão, porque não era um ritmo normal!

Quando termina e vai embora, o homem,  apenas diz obrigado, mas a filha despede-se de forma efusiva e simpática! Vai uma cliente diz:" é bem mais simpática e despachada que o pai, caramba, não se despachava, parecia que tinha ovos debaixo dos braços!" Ora eu nunca tinha ouvido esta expressão, então anotei logo para não me esquecer e a partilhar aqui!

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Em modo segunda-feira

A segunda-feira, por vezes, é um dia difícil. Uma cliente estava um bocado atrapalhada, e a esquecer-se de por o código do multibanco. Então ela disse:"desculpe, parece que ainda estou a dormir"! Ao que eu respondo" deixe lá é segunda-feira!"

É então que ela  responde: " há um ditado que diz: não sábado sem sol, domingo sem missa e segunda sem preguiça!"

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Está tudo explicado!

Já estou sem ele!?

Uma cliente está a fazer o pagamento pelo multibanco e a dada altura surge este dialogo:

Cliente:  Já estou sem ele?

Penso para mim:" ah está a se referir  ao dinheiro"!

Operadora de caixa: Sim , o seu dinheiro já passou para este lado!"

Cliente: Então pode deitar o talão fora. Obrigada e tenha um bom dia!

Eu: obrigada, bom dia!

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Carrinho sem freguês, não guarda vez!

No início das novas medidas, as pessoas respeitavam, como já aqui referi, mais as regras. Porque ao saberem que havia mais pessoas na rua à espera para entrar, levavam logo os sacos, o carrinho, os cupões.

No entanto, já se voltaram a desleixar. Já são capazes de ao meio do registo ou mesmo no fim, irem imprimir cupões, ou pedirem para ir buscar um carrinho, ou irem ao carro buscar sacos, ou ainda irem buscar artigos que se esqueceram. Faz-me confusão isto. Parece que vão parar ao supermercado sem querer, e só se lembram que lá estão, quando estão na fila.

Aconteceu uma senhora deixar lá o carrinho e ir buscar algo que se tinha esquecido. Como eu já tinha o tapete vazio, e o carrinho não marca vez, chamei o próximo. Deu tempo desse cliente colocar todas as suas compras no tapete e de eu registar umas duas ou três, quando a cliente do dito carrinho chegou. Começou a reclamar que estava à frente da outra pessoa.  Eu digo que fui eu que chamei. Ela reclama de novo que só foi num instante. É quando eu digo "mas aqui, carrinho sem freguês, não guarda vez" eu não posso ficar parada, quando tenho pessoas para atender! Lá se calou!

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Rolamentos que funcionam a caroços de azeitona

Um cliente depois de ensacar as compras e pagar, sai deixando lá tudo. Tive de o chamar bem alto, porque ele não ouviu à primeira. Quando ele volta e chega à minha caixa para apanhar os sacos diz "isto quando os rolamentos funcionam a caroços de azeitona, é no que dá!"

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Mais uma expressão nova para mim, e mais um momento divertido!

A vidinha do reformado

Estavam dois senhores já de alguma  idade, mas muito bem dispostos e divertidos na fila. Conheciam-se e lá iam conversando, até que um pergunta ao outro se ele ainda tinha o seu negocio, ao que o primeiro lhe responde: "Eu agora já estou na fase do Baltazar, de noite é para dormir, e de dia é para descansar"!

 

Lá está mais uma frase/rima, daquelas que eu apanho dos clientes, e colecciono aqui neste blogue. E para mim esta é nova, sempre a aprender alguma coisa!

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Pagar e morrer o mais tarde que puder ser

Pergunto ao cliente se quer descontar o valor da compra do cartão continente, ele pergunta se  tem saldo suficiente. Digo que sim e ele responde: " Então quero,  pagar e morrer o mais tarde que puder ser"!

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Já tinha ouvido uma frase semelhante, mas sem rimar.  Agora, analisando bem, se o mais tarde que puder ser, significar ficar a dever dinheiro, não combina muito comigo!

Embrulho (carrinho) sem freguês, não marca vez!

Como já aqui referi, costumo estar atenta, a ditos, provérbios, expressões ou frases que os clientes costumam dizer no contexto do universo do supermercado.

 

Já por diversas vezes, aconteceu clientes deixarem carrinhos ou cestos a marcar lugar na fila. Sempre lhes disse que os carrinhos não marcavam vez e nem sempre aceitaram o facto.

 

Mas agora, através de um cliente que ao ver um cesto sem dono, proferiu a seguinte frase: "embrulho sem freguês, não marca vez!" percebi que  tinha um ponto a favor, e  da próxima vez que surgir a situação, vou eu também usar esta máxima!

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Já conheciam?