Não consegui ficar indiferente, a um episódio que aconteceu em Rio Tinto, devido à questão do distanciamento.
A briga começou na fila, e foi entre um senhor já alguma idade e outro na casa dos cinquenta. Ao que parece, um dos senhores pediu ao outro distanciamento, e o outro disse estando ambos de máscara não era preciso. A discussão começou e resolveram ir continuar a mesma no parque. Já no parque um com um machado de cozinha e outro com uma garrafa de azeite, começaram a agredir-se e tiveram de ser separados. A noticia está aqui e tem até vídeo e reportagem!
É como eu digo, a pandemia não melhorou em nada os hábitos das pessoas, se já eram incorretos, assim continuam. O que custava respeitarem o espaço do outro.
Ainda há pouco tempo, chamei a atenção a alguém, porque a pessoa precisava de privacidade para marcar o código. A pessoa ainda questiona "mas porquê?", digo que é porque a pessoa tem de marcar o código e a senhora está a ver. E a pessoa ainda tem o desplante de dizer " Mas e que veja o código! Posso ver o código, mas não tenho o cartão! Que mal tem!?"
Enfim, isto cada vez está pior. Haja paciência infinita!
Estamos no ponto de situação, em que para a maioria das pessoas a pandemia já se foi embora e temos de voltar ao normal. Cada um é livre de ter a sua opinião, mas se ainda há algumas regras, tem de respeitar!
O número de pessoas dentro do supermercado, já não é limitado. Em relação ao distanciamento já é mais complicado, porque nós já não insistimos muito com isso. Mas ainda há pessoas que o fazem e pessoas que até pedem para que haja distanciamento.
Eu tento até com o separador do cliente seguinte, travar o andamento do tapete, para que as pessoa fiquem ao lado dos seus artigos e não avancem demasiado, mas por vezes não funciona, pois os próprios clientes, tiram o separador e avançam. As pessoas tem "fome" de estarem umas em cima das outras, nem a pandemia as civilizou. É que não havia necessidade, não é por estarem mais próximas que se vão despachar mais depressa. Aliás se der confusão, só vão é demorar ainda mais tempo!
Pedi a uma senhora para se chegar só um pouco atrás, e ela responde: "Porquê!? O que tem estar aqui?!" Ao que eu respondi: "É que o código do multibanco é suposto ser secreto, e a senhora está a espiar"! Lá se chegou.
É que já nem pedimos os habituais dois metros ou um metro e meio, é mesmo o espaço necessário para não estarem a tocar no outro. É uma questão de respeito, de civismo.
Uma senhora, recentemente, disse-me que achava que em dezembro voltaríamos ao confinamento, porque as pessoas já andam completamente à vontade. Eu disse-lhe que esperava que não. E realmente se tivermos de voltar ao inicio com todas as regras e os clientes, sempre, sempre a desrespeitá-las, não sei onde irei buscar energia para aguentar a situação!
No passado sábado, dia 9 de outubro, o supermercado estava com uma grande afluência de clientes.
Nós ainda tentamos que haja algum distanciamento, mas as pessoas agora tendem ainda mais, a não aceitar! Dizem "mas agora já se pode, o governo já aliviou as medidas"! Outras diziam: "então e as discotecas e as esplanadas?"
Parecia o regresso à selva!
Entretanto andava uma senhora a passar de um lado para o outro, ora saía e ia à casa de banho e voltava, ora saía e ia ao multibanco. Chamei à atenção, porque senti que as pessoas que estavam a ser atendidas se estavam a sentir incomodadas, mas de nada valeu!
Uma situação que dei conta aqui há cerca de uns meses, foi que enquanto no continente a saída sem compras se faz por onde se entra, porque é um espaço largo, no PD as pessoas sem compras saem pelas caixas, mesmo que estejam lá pessoas a ser atendidas, mesmo que se rocem uns nos outros. Inacreditável, como nem com a pandemia mudaram essa situação. É claro que depois os clientes acham que é igual para todos os supermercados. Ficam surpreendidos quando dizemos que a saída não é por ali. Não lhes fazia confusão terem de se encostar aos clientes que estavam a ser atendidos, quando havia um espaço grande por onde saírem sem compras!
Acho que cada supermercado tem o direito de ter as suas normas, mas também acho que algumas dessas normas poderiam ser universais de forma a "educar" os clientes a terem comportamentos mais corretos, mais civilizados! Menos confusão com as regras, mais união!
Há dias, estava a controlar, como sempre, o distanciamento. Isto porque, ao fim de ano e meio desta situação, as pessoas ainda não cumprem , nem aceitam.
Estava a atender uma cliente, e a cliente seguinte já tinha os produtos sobre o tapete. Chega outra senhora e encostando-se a esta última, vai para colocar os produtos dela. Peço-lhe que aguarde um bocadinho, porque só podia estar um cliente do lado da saída e outro do lado da recepção dos artigos. Pergunta porquê, digo-lhe que é para fazer o distanciamento. Aliás, bastava a pessoa olhar à volta para as outras caixas para ver que aquele era o procedimento, além do cartaz que está à sua frente, da direção da sua visão (já nem falo dos cartazes pendurados no alto, nem das recomendações pela rádio)!
Entretanto, zangada, vai para outra caixa. A dada altura, eu estava a atender outra cliente, e do lado da recepção de artigos estava um casal. A senhora que se tinha ido embora zangada, vai à minha caixa e pergunta: "Então, mas não era só uma pessoa de cada lado!? Agora estão duas!?" Respondo: "Pois, mas estas duas pessoas são da mesma casa!" Ao que ela diz: "E qual é a diferença, é a mesma coisa! Não dá para perceber"! Ao que eu respondo: "Se a senhora não percebe, eu só posso lamentar, não a posso ajudar!"
Vai chegar uma altura, em que vai deixar de ser preciso fazer o distanciamento. Já recebi comentários, emails e mensagens a pedir que se continue a fazer o distanciamento, até por uma questão do direito da privacidade no atendimento, mas se as pessoas em quase dois anos disto não assimilaram, agora que as medidas estão a acabar, muito dificilmente, esta medida se irá manter.
Como já aqui disse, as pessoas andam danadinhas para se encostarem umas nas outras, não sei porquê!
De certo modo, para nós até vai ser um alívio, porque é constrangedor, termos de estar constantemente nesta luta! Peço desculpa às pessoas que sempre cumpriram esta medida e que até queriam que ela ficasse para sempre!
Passe o tempo que passar, uma grande parte das pessoas continua a ignorar o distanciamento.
Ainda achei que a pandemia tinha tornado as pessoas um pouco mais civilizadas e que as tinha feito ter comportamentos mais corretos, mas não!
Desejo que chegue o dia em que me digam assim: "olha é para deixar as pessoas à vontade com o distanciamento, se elas quiserem estar umas em cima das outras, deixa! Não te stresses mais com isso!"
Não é fácil para quem ali está, estar a atender um cliente, dar a devida atenção com as questões necessárias, e ter de estar com um olho não no cliente seguinte, mas no que está logo após o seguinte, pois é esse que está sempre desertinho para que encostar e roçar no outro.
Hoje, ao ver um cliente a encostar-se logo, sem aguardar quer o espaço, quer o tempo, chamo atenção e ele pergunta o porquê, mesmo vendo que até a outra pessoa se estava a sentir incomodada com tanta proximidade. Peço educadamente para aguardar só um pouco até o cliente que estou a atender, sair. Vejo a cara de espanto, e digo que o tempo que demora é o mesmo. Ao que ele responde que deixou os carapaus a assar e que assim eu vou fazer com que os deixe queimar!
Se foi mesmo verdade, é impressionante a irresponsabilidade das pessoas e a facilidade em que colocam nos outros a culpa pelos seus erros!
Um problema que parece difícil de solucionar, é o facto de as pessoas, quando não fazem compras saírem pela linha de caixas, principalmente quando lá estão pessoas e carrinhos! Nem sabendo do distanciamento social dos dias de hoje, mudam de atitude!
Acredito, que haja supermercados, onde a saída sem compras seja pelas caixas, mas, a meu ver, é algo que não está correto! E depois a tendência das pessoas é acharem que é por ali, que é tudo igual. Algumas pessoas até sabem que a saída é pelo local onde entraram, que é mais espaçoso, mas só por teimosia querem sair pelo sitio errado!
Um destes dias estava a atender uns clientes, cujo carrinho estava lá no devido espaço, e tinham um bebé no ovo que estava atravessado. Vem um cliente, que ao principio ainda pensei que fizesse parte da família, mas não. Então a criatura empurrava o carrinho para passar, quase fazendo cair o ovo com o bebé e os pais não diziam nada. Lá tive de intervir e dizer ao senhor que a saída não era ali, e ainda lhe disse que nem um bebé respeitavam, para ele ouvir, quando já ia a dar a volta!
Fico stressada com estas atitudes. As pessoas não têm o bom senso de entender que estão a invadir o espaço do outro, que estão a incomodar. Que falta de civismo!
Era um casal na casa dos quarenta anos, que não queria fazer distanciamento, e tivemos uma troca de palavras. Quando respondi que este procedimento já durava há mais de um ano, eles disseram que agora já não era preciso tanta coisa. Voltei a dizer que, ainda assim eles tinham de cumprir as regras como os outros.
E o homem diz para a mulher: " Deixa estar que o covid está acabar!"
Parecia querer dizer, que "a minha diversão, estava a acabar!" Porque devia de achar que me diverte fazer os clientes cumprirem regras! Até parece que fui eu, e era a única, a exigir distanciamento! Porque eu faço o que me apetece e não o que a empresa manda!
Estava a atender duas pessoas que julguei estarem juntas já que a mulher estava quase colada ao jovem rapaz. Acontece por vezes duas pessoas estarem juntas e cada uma ter a sua conta.
A dada altura quando o rapaz ia pagar e a mulher estava mesmo ao lado, ele diz "olhe desculpe, eu estou a incomodar?!" E a senhora olha para mim e depois para ele, mas não se afasta . Foi a aí que percebi que não estavam nada juntos. Claro que se eu soubesse que não estavam juntos, não tinha permitido aquela proximidade.
Quando percebi, pedi à senhora para se afastar e disse ao rapaz em voz alta, para que a senhora ouvisse e percebesse o erro: " peço desculpa julguei que estavam juntos, já que esta senhora estava tão perto. Infelizmente as pessoas ainda não perceberam que têm de fazer distanciamento, é um abuso!"
A senhora nem se importou nem enfiou a carapuça! E depois do rapaz sair, ainda criticou, mas eu disse que as pessoas tinham de fazer o distanciamento!
Quando surgiu a pandemia e estas medidas, na altura eu pensei "olha dentro de tanta coisa má desta pandemia, pelo menos trouxe para as pessoas a civilização, agora é que elas vão aprender como é incorreto estarem umas em cima das outras, agora a pessoa já vai conseguir marcar o código do multibanco sem pressões ou sem a preocupação de estarem a observar o código!"
Pois estava enganada! Nem esta pandemia corrigiu esta enorme falha das pessoas. A pandemia vai acabar, e vai voltar tudo à mesma, eu como operadora vou deixar de me enervar com estas atitudes, querem andar todos em cima uns dos outros, a roçar uns nos outros que andem, se são mais felizes assim!
Mas quando eu estiver no papel de cliente, não vou permitir ninguém em cima de mim.Vou fazer barulho! Enquanto não tiver confortável não pago e o cliente seguinte ou se mete no lugar dele ou fica à espera, horas! Tenho o direito à minha privacidade, para fazer pagamento com multibanco ou de que forma for, todos temos!
Cá estou novamente para relembrar que este é o dia da segurança e saúde no trabalho. Agora, devido à pandemia, é ainda mais importante que se assinale este dia. Mais do que nunca, a sensibilização para a adoção de práticas seguras no local de trabalho é importante e pode até salvar vidas.
Na minha perspectiva, de operadora de caixa, há medidas que são essenciais continuar a ter em conta, nomeadamente o levantamento e movimentação de pesos, o distanciamento social, o uso da máscara, a lavagem das mãos e o álcool gel ( medidas de higiene), o respeito pelos espaços (não invadir para além das barreiras acrílicas), o respeito pela sinalética .
Nós trabalhadores estamos na linha da frente, os clientes precisam de nós e nós precisamos dos clientes, por isso é uma missão em conjunto!
Estou a atender um casal, já está outro cliente com os artigos sobre o tapete do outro lado, quando mais um avança. Peço-lhe que aguarde. Pergunta porquê! Respondo: para manter o distanciamento!
Então responde-me: "ah mas no intermaché, já não ninguém faz isso!" Ao que eu respondo: "pois é coitados, mas o continente é um sitio seguro!" E depois mostrei-lhe o "nosso" selo covid safe e disse-lhe que o outro supermercado não o tinha conquistado!
«A marca “Covid Safe” é apenas atribuída a organizações que respeitem as orientações da Direcção-Geral da Saúde (DGS), da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e da Organização Internacional de Trabalho (OIT).»
Ainda esta manhã precisei de ir a um intermaché, e constatei isso! A pessoa que estava atrás de mim, nem me deixou pagar em paz, nem retirar os artigos, veio logo encostar-se! E ninguém (funcionário) disse nada! Mas eu disse e olhei-a nos olhos!
Felizmente no continente o distanciamento é obrigatório! É uma luta todos os dias para que alguns clientes o façam, mas a maioria já sabe e cumpre!