Estava a atender duas pessoas que julguei estarem juntas já que a mulher estava quase colada ao jovem rapaz. Acontece por vezes duas pessoas estarem juntas e cada uma ter a sua conta.
A dada altura quando o rapaz ia pagar e a mulher estava mesmo ao lado, ele diz "olhe desculpe, eu estou a incomodar?!" E a senhora olha para mim e depois para ele, mas não se afasta . Foi a aí que percebi que não estavam nada juntos. Claro que se eu soubesse que não estavam juntos, não tinha permitido aquela proximidade.
Quando percebi, pedi à senhora para se afastar e disse ao rapaz em voz alta, para que a senhora ouvisse e percebesse o erro: " peço desculpa julguei que estavam juntos, já que esta senhora estava tão perto. Infelizmente as pessoas ainda não perceberam que têm de fazer distanciamento, é um abuso!"
A senhora nem se importou nem enfiou a carapuça! E depois do rapaz sair, ainda criticou, mas eu disse que as pessoas tinham de fazer o distanciamento!
Quando surgiu a pandemia e estas medidas, na altura eu pensei "olha dentro de tanta coisa má desta pandemia, pelo menos trouxe para as pessoas a civilização, agora é que elas vão aprender como é incorreto estarem umas em cima das outras, agora a pessoa já vai conseguir marcar o código do multibanco sem pressões ou sem a preocupação de estarem a observar o código!"
Pois estava enganada! Nem esta pandemia corrigiu esta enorme falha das pessoas. A pandemia vai acabar, e vai voltar tudo à mesma, eu como operadora vou deixar de me enervar com estas atitudes, querem andar todos em cima uns dos outros, a roçar uns nos outros que andem, se são mais felizes assim!
Mas quando eu estiver no papel de cliente, não vou permitir ninguém em cima de mim.Vou fazer barulho! Enquanto não tiver confortável não pago e o cliente seguinte ou se mete no lugar dele ou fica à espera, horas! Tenho o direito à minha privacidade, para fazer pagamento com multibanco ou de que forma for, todos temos!
Continua esta invasão de espaço, esta falta de respeito pelo acrílico, os fura-acrílicos, não nos dão descanso! Já não sei onde esconder o meu álcool gel. Porque será que está ali um acrílico? Porque será que a empresa investiu na colocação de barreiras acrílicas? Para ficar bonito!? Não! é para não ser transposto!
Até para passarem o cartão continente enfiam-se por ali a dentro, quando podiam passar do lado de fora. É que assim, prefiro passar eu o cartão do que ter de levar com a invasão.
Ao longo do dia, quer na rádio do continente, quer ao nosso som, a funcionária que está no balcão, vai pedindo aos clientes para respeitarem a sinalética, o espaço de dois metros entre pessoas e para serem breves nas compras, para permitirem a entrada de outras pessoas.
Estava uma colega a fazer o dito pedido, enquanto eu atendia uma senhora que estava com a sua mãe, era um momento até de acalmia. Entretanto a senhora mais nova (a filha) diz: "Vá mãe despacha-te, não ouviste!? Vão fechar para almoço e estão a pedir ás pessoas para saírem!"
Percebi logo que as pessoas nem prestem atenção ao que dizemos, elas ouvem o que lhes convém, ou o que acham por bem, o que lhes apetece. É impressionante!
Lá expliquei o que tinha sido dito, e que o continente não fechava para o almoço, como alguns supermercados na zona.
Estou a atender uma senhora na casa dos trinta anos, logo a seguir está outra senhora que podia ser a sua mãe. A senhora mais velha andava irrequieta de um lado para o outro. Cheguei a pensar que estavam juntas.
Quando chega a hora da senhora que estava a atender querer pagar com cartão multibanco, a outra senhora estava plantada atrás dela e a olhar, tirando a privacidade. A senhora que estava a pagar começou a falar ”entre dentes”, julguei que estava a falar comigo, mas era mesmo a criticar o facto de a outra estar colada a ela.
Eu sei que já por diversas vezes repeti este episódio, mas é uma situação demasiado frequente. Falta ensinamento e formação às pessoas. Há tantos cartazes na loja com avisos, de publicidade, de informações, fazia falta um que remetesse para esta situação, para que existisse mais civismo, para que alertassem as pessoas. Uma sinalética no chão, embora quase ninguém olhe para o chão! Sei que por vezes, nem têm esta atitude por mal, muitas vezes até é distracção, ou falta de noção. Mas, se há pessoas que por si, não conseguem entender, têm de ser ensinadas, alertadas!
Sei que me torno repetitiva, por voltar a este assunto, mas faço-o porque o facto também se repete inúmeras vezes!
As pessoas que estão na fila a aguardar a vez, chegam a roçar-se na pessoa que estou a atender, chegam a olhar o visor para ver os preços das compras que não lhe pertencem, chegam a pisar-se, chegam a atropela-las com o carrinho, chegam a ficar atrás quando a outra estão a marcar o código do multibanco! É impressionante!
Se nas finanças, nos bancos, na segurança social, etc respeitam a privacidade dos outros, porque é que no supermercado é isto!?
Já vi casos de quase haver agressões, parecem crianças do jardim de infância, mas até essas são mais educadas e civilizadas...
Uma fita de demarcar, ou uma sinalética no chão, ou ainda um apito se passarem a linha, seria uma solução, já que o civismo não impera!
Ainda não terminei o atendimento a um senhor, e a cliente que está a seguir, como já colocou os seus artigos no tapete, está a tentar passar com o carrinho para o outro lado, roçando no senhor que ainda estava a ser atendido. Intervenho dizendo para a senhora esperar um bocadinho porque ainda ali está uma pessoa. Ela responde "ah está bem", entretanto o senhor desvia-se para ir colocar o cartão multibanco de modo a efetuar o pagamento e ela volta a roçar das costas do senhor. E o senhor diz-me: "não vale a pena, as pessoas não têm educação nenhuma"!
Só naqueles breves minutos um senhor levou dois toques nas costas, por causa da pressa de uma mulher!
E se houvesse um sensor no chão que tocasse em forma de alarme, para as pessoas se afastarem daquele lugar e só avançarem quando o outro já lá não estivesse!?
Com esta campanha da "Star Wars", nós temos de ter naquele espaço diminuto, as saquetas para dar aos clientes. Esse espaço está envolvido pelo acrílico, mas mesmo assim, uma criança foi lá tirar as saquetas, e o pai, ao invés de repreender a criança, disse-me que eu é que tinha de arranjar outro ligar para colocar aquilo. Ora o miúdo é que mexeu naquilo que não lhe pertencia e invadiu o meu espaço...
Mas não só as crianças, há adultos que também gostam de tocar/mexer nas coisas que estão lá. Por vezes apetecia-me ter lá um mata moscas!
Continuo a presenciar situações de falta de civismo entre os clientes, principalmente no que diz respeito ao espaço. Ainda não terminei de atender um cliente e já o outro está a roçar neste. Chegam a dar com o carrinho nos calcanhares ou nas costas do outro; chegam a ficar a observar o outro a marcar o código do multibanco, chegam a ocupar o tapete com os seus sacos quando ainda está na vez do outro.
Talvez um dia andem à chapada, pois já faltou mais. Talvez depois se pensa numa solução, uma marca no chão, sensores, cartazes, advertências na rádio do continente...
Nos últimos dias, tenho notado as pessoas muito stressadas, apressadas, impacientes. Parece que andam numa correria enorme para chegar não sei onde. E os dias de maior afluência ainda não chegaram...
Uma senhora, depois de colocar alguns artigos no tapete, pega na sua grande carteira aberta e coloca-a em frente ao scanner onde eu tenho de registar os artigos. Digo:" olhe deixou aqui a sua carteira, e assim, não consigo registar", lá a tirou... Deixa-me indignada este abuso do espaço da operadora de caixa que já é tão pequeno!
Não quero parecer desconfiada, mas uma vez, eu tinha os selos dos copos à minha frente e um senhor estava debruçado em cima do meu ecran, com as mãos quase a chegar aos selos, e a tapar-me a visão para o ecran.
De outra vez, uma senhora estava ainda a arrumar os seus produtos, já uma das clientes seguintes estava a colocar sacos abertos, no tapete de saída.
De outra vez ainda, estava uma senhora a querer marcar o código do multibanco e tinha um senhor mesmo colado a ela , de forma que a senhora estava só a enganar-se no código, tive de pedir ao senhor que se desvia-se um pouco, ficando este todo ofendido!
E um senhor que levou literalmente com o carrinho de outro nas costas, pois o outro vinha de costas a empurrar o carrinho e não viu que a pessoa ainda não tinha saído dali!?
Faz tanta falta umas marcas no chão para que o cliente que está a ser atendido fique protegido quer dos encontrões, quer da privacidade no pagamento e embalamento das suas compras, bem como, um novo sistema de caixas onde as operadoras não sejam invadidas pela ocupação indevida dos clientes incivilizados, que mexem nas nossas coisas, e invadem o nosso espaço!
Imaginem que estão do vosso trabalho de caixa de supermercado, e que um cliente está à vossa frente debruçado/pendurado sobre o visor com as mãos de forma que quase vos acerta nos olhos e que não vos deixa ver o visor...