Devido à situação actual de pandemia, é concedida em 1º lugar, prioridade a pessoas sujeitas a um dever especial de proteção; a profissionais de saúde; elementos das forças e serviços de segurança, de proteção e socorro, pessoal das forças armadas e prestação de serviços de apoio social, só depois, em 2º lugar, estão os outros habituais (grávidas, pessoas com crianças de colo até 2 anos, idosos com mais de 65 e com incapacidade, pessoas com deficiência).
Esta situação aplica-se essencialmente á entrada do supermercado.
Já por duas vezes que tive de me conter para não dizer nada em relação à prioridade.
A primeira foi com um velhote, que de repente, chegou e colocou as coisas sobre o tapete ignorando todos os outros que estavam atrás na linha e não aguardando as instruções da operadora para avançar. Quando lhe disse, que tinha de aguardar e que tinha de esperar atrás da linha vermelha, começou logo a dizer: " mas eu sou velho, tenho quase 90 anos, e o que o nosso presidente disse é que posso passar à frente!" Ao que eu respondi:" mas até esses senhores com 90 anos, têm de respeitar as regras!"
Noutro dia, foi uma senhora que tinha uma canadiana, chegou e atirou as coisas para cima do tapete, passando por cima da sinalética, onde estavam e muito bem, clientes devidamente instalados atrás da linha e com o espaço correto entre eles. A senhora mesmo com prioridade , custava alguma coisa, dar uma palavra, fazer uma pergunta!? Faltou educação, civismo, e concideração pelos outros. È demais!
Acho que podiam ter prioridade na entrada, mas depois nas filas, esperavam como toda a gente. Caso fosse mesmo urgente passar, tinham de dizer, informar os doutros!
A primeira caixa da linha tem uma sinalética que diz "caixa apta a cadeiras de rodas". Um cliente pergunta se a caixa é prioritária, ao que respondo ser uma caixa igual ás outras, simplesmente estar adequada a pessoas com cadeira de rodas por ser mais larga e por ter o multibanco mais em baixo!
Falamos um pouco sobre o assunto e percebi que o cliente não queria era ir para uma caixa onde tivesse de deixar passar alguém, porque estava com alguma pressa. Expliquei-lhe que agora todas as caixas são prioritárias, e ter de dar a vez, podia acontecer em qualquer caixa, em qualquer supermercado, sempre que a pessoa prioritária solicitasse. Julgo que apesar da norma já ser conhecida por este cliente, ele não concorda muito com a mesma.
Cerca de dois anos depois da nova lei, mesmo já tendo acontecido situações desagradáveis, umas de incompreensão, outras de intolerância e outras ainda de abuso, julgo que tenha sido uma boa opção! As pessoas precisavam era de tempo para se habituarem, e talvez falte ainda "limar algumas arestas"!
Era sábado. Havia filas. Nestes momentos a minha preocupação é ser o mais profissional possível e ser despachada.
Quando chega a vez de uma jovem (acompanhada por uma senhora mais velha) diz-me :
Jovem - Você tem de ter mais cuidado, porque agora não dar prioridade é crime!
Olhei para a jovem que me pareceu normal, supus que fosse gravidez, e disse-lhe:
Eu - Sim, mas se conhece a lei, também deve saber que é o cliente prioritário que tem de se manifestar, principalmente se o facto não é visível.
Ela a rir-se responde:
Jovem - Não é visível!? Oh por favor!
É quando olho para o chão e vejo que tem uma ligadura na perna do joelho para baixo, e respondo:
Eu - Pois é, mas eu não estou a olhar para baixo. Não custava nada pedir...
Mesmo sabendo que tem de ser o cliente a solicitar a prioridade, já muitas vezes, ao ver alguém nestas condições, eu pergunto ( e uma vez um senhor disse-me que eu não podia perguntar, que tinha de deixar que me pedissem, porque era assim que estava na lei), mas neste caso não vi...
Acho que não havia necessidade deste tratamento por parte desta jovem, parecia que me estava a ameaçar. Será que agora, além de todas as tarefas que estou a fazer, tenho de estar a ver se há alguém prioritário? Ainda há dias uma outra jovem que tinha um bebé, disse que não queria prioridade...
Creio que faz todo o sentido que seja a pessoa a se manifestar. Aliás se repararem, em muitos locais junto ao cartaz do aviso de prioridade, há um pedido para que avise o funcionário, porque ele não adivinha se é prioritário e se quer usar esse direito...