Nem dois anos de pandemia, fizeram com que as pessoas mudassem de hábitos. Nem o facto de haver um acrílico à frente fez com que as pessoas percebessem que os artigos pesados e principalmente os pesados, são para colocar sobre o tapete.
Será que o cliente não entende, que para ele pode ser só uma caixa de cervejas, mas para a operadora de caixa, são dezenas ao longo do dia, e que o esforço que tem de fazer à coluna, pode provar alguma lesão!?
Resta-nos continuar a tentar, a arranjar formas de contornar estes e outros obstáculos, para continuarmos a poder trabalhar com saúde e segurança. Se estivermos saudáveis, seremos mais produtivos. Se estivermos bem, não precisaremos de baixas médicas!
Saúde para todos nós trabalhadores para que possamos continuar, a atender bem os clientes! E vós clientes, colaborem um pouco mais connosco, porque também será positivo para vocês!
Cá estou novamente para relembrar que este é o dia da segurança e saúde no trabalho. Agora, devido à pandemia, é ainda mais importante que se assinale este dia. Mais do que nunca, a sensibilização para a adoção de práticas seguras no local de trabalho é importante e pode até salvar vidas.
Na minha perspectiva, de operadora de caixa, há medidas que são essenciais continuar a ter em conta, nomeadamente o levantamento e movimentação de pesos, o distanciamento social, o uso da máscara, a lavagem das mãos e o álcool gel ( medidas de higiene), o respeito pelos espaços (não invadir para além das barreiras acrílicas), o respeito pela sinalética .
Nós trabalhadores estamos na linha da frente, os clientes precisam de nós e nós precisamos dos clientes, por isso é uma missão em conjunto!
Estou a terminar o atendimento a um cliente, digo ao próximo para avançar. A cliente avança, mas não coloca logo as compras no tapete. Quando olho para o atapete já está todo molhado. A senhora tinha um frasco grande de spray na gabardina, e tal como um agente secreto ia dando ao gatilho do sray e deixando tapete todo desinfetado. Perguntou se eu ia secar ou se queria que ela limpasse. Claro que eu disse que limpava. Já do outro lado, a senhora desinfectava as mãos, fê-lo umas duas ou três vezes. Reparei que tinha um crachá que dizia "distanciamento social de 2 metros"!
Há de tudo "neste " supermercado, pessoas que se estão nas tintas para o vírus e que querem é despachar-se, e pessoas assim, de extremos! Também existe o meio termo, claro!
Olá a todos! Como têm passado nestes dias tão difíceis!?
Na rua , muitos estabelecimentos estão fechados, há poucas pessoas, e muitas dessas, usam luvas, máscaras, lenços ou cachecóis. Finalmente as pessoas estão a perceber que esta pandemia, que é o covid-19, é real, é muito grave, e estamos todos juntos no mesmo barco.
No supermercado, desde que foram tomadas novas medidas, a situação está bem melhor. Agora a entrada é controlada à porta, há um número de clientes dentro da loja, só quando alguém sai, outro alguém entra. Acredito que o mais aborrecido é mesmo ter de esperar na rua para entrar, mas a maioria das pessoas entende. E dentro do supermercado, nas filas para a caixa, há uma sinalética no chão, como eu sempre defendi, só que por outras razões, e o cliente seguinte só avança quando a operadora chama ou faz sinal. Chamamos, quando as compras do cliente que estamos a atender já estão quase todas registadas. Assim, nem o cliente atual nem o seguinte, estão próximos nem a operadora está cercada de clientes, já que as caixas abertas, são caixa sim, caixa não. Nas outras secções também existe a mesma sinalética no chão. Nós podemos usar luvas e gel desinfectante com álcool, alguns clientes também andam de mascaras e luvas.
Tem corrido bem, as pessoas respeitam, pois também já entenderam que as medidas são para o bem de todos. Acho que os portugueses estão mesmo a habituarem-se a uma nova forma de vida!
Uma senhora que levava dois maços de rolos de papel higiénico, fez questão de me explicar que um era para ela e o outro para a sua mãe, porque a senhora não foi aconselhada a sair de casa. A cliente até disse que vinha buscar os seus produtos do costume e que não levava mais que isso!
No entanto, notei alguns clientes a levarem carrinhos bem cheios ou até dois carrinhos, contas de duzentos e trezentos euros. Alguns disseram mesmo que se estavam a precaver para o caso de os obrigarem a ficar em casa.
Muitos clientes despediam-se amavelmente desejando-me saúde, que tudo corresse bem. Uma cliente que estava com a filha foi encantadora disse "e obrigada a vocês por estarem aqui para nós!"
Nem sei se agradeci devidamente, porque fiquei agradavelmente surpreendida. Pois são pessoas assim que nos fazem sentir bem, sentir úteis! A elas também a minha gratidão!