Estamos numa altura de férias escolares, há muitas crianças, a acompanhar as famílias no supermercado. Ouvem-se a brincar, a correr, às gargalhadas, a pedirem coisas, algumas birras. Faz parte.
Por vezes, quando elas também querem, tenho grandes e animadas conversas com as crianças. Aprendo sempre tanto. São tão genuínas e divertidas.
Uma pequena reguila, mas um ar de anjo, até fez surpreender a mãe, porque ela não costumava ser tão faladora, e estava a contar-me que aquela caixa, que tinha cervejas, era para o pai. Denunciou a situação e fez-nos rir, porque devia ter uns três aninhos e já era inteligente o suficiente, para saber, a quem se destinava aquele artigo!
Estou a atender uma família já habitual. Uma mãe, uma avó e um menino, o netinho. É o menino da família!
Das últimas vezes, que os atendi , o menino não estava. Por isso quando o vi disse-lhe "olá , já algum tempo que não te via por cá!" Ao que ele me contou que esteve doente, tinha sido operado a um apêndice.
E ali fui conversando com o menino, enquanto atendia as senhoras. O menino estava a olhar fixo para o ecrã, e diz-me "estou a ver quantos selos a mãe vai ganhar", digo o total, que por acaso era 190€, ele olha para mim, e pergunta-me quantos selos dá, eu que sou zero a matemática, fico em silêncio por uns segundos e ele responde: "9 selos"! Impressionante porque é um menino bastante novo. "És bom a matemática", digo-lhe. Pergunto se vai para o quarto ano, ao que ele responde: "vou para o segundo, só tenho 7 anos!" Respondo admirada: "só tens 7 anos?" E ele diz "então que idade pensavas que eu tinha!? " Respondo: "Pensei que tinhas mais, tens uma maturidade tão grande, és tão inteligente, pensei que tinhas mais!" E a mãe confirmou a idade!
A nossa conversa continua. Ele conta-me que já tem uns quantos pratos, uns quantos copos. Então digo-lhe: "Ena já tens enxoval, já podes casar, tens namorada"! Responde de imediato: "Tenho sim, dança comigo no racho! " E depois ainda conta mais alguma coisa, sobre a namorada.
Diz a mãe a sorrir : "conta a vida conta"! E continuou a falar, a falar. Foi uma lufada de ar fresco que eu tive naquele dia, naquele momento. Há crianças mesmo especiais, e tenho tido a sorte, e o privilegio de poder de socializar com elas!
Depois de uma situação menos boa com uma cliente, eis que chega uma mãe com dois filhos um bebé de dois anos sentadinho e outro menino de seis anos.
Só posso dizer que já não me ria assim de gosto há algum tempo. O menino era um tagarela, mas era uma graça. Por vezes tinha dificuldade em acompanhar a sua conversa, mas ele repetia o que eu não percebia.
A mãe só o mandava calar, mas ele estava elétrico, se se calava por uns segundos, logo retomava a sua narrativa. Contudo, foi sempre muito educado, só tinha muita energia acumulada, com certeza!
São também estas situações engraçadas e estas crianças que nos alegram o dia!