Deixo aqui um testemunho de alguém que esteve no "meu" continente e que ficou muito agradado.
«Estive no teu continente e fiquei muito surpreendido, pela positiva. Vocês estão numa espécie de fortaleza. Não só nas caixas como nos balcões, destaco a peixaria, também muito segura, embora estivesse lá um sujeito a invadir o espaço, mas foi logo posto no lugar! Assim dificilmente o vírus passa! O vosso patrão investiu muito na vossa proteção. O continente é o melhor a esse nível! E a pessoa que me atendeu na caixa tinha o tapete limpinho.
Também estive no PD, e não tem nada a ver, só tinham cerca de um metro de acrílico à frente do operador, não tinham o cuidado de desinfetar o tapete, na altura que lá estive, até estava com receio de lá colocar as minhas coisas, pois estava muito sujo, por isso esperei ficar vazio na esperança que o limpassem, mas não o fizeram!
Estive antes em outros supermercados, e parecia tudo normal, como se não existisse o covid, ninguém fazia distanciamento, estava tudo ao molho, muita gente dentro, uma grande confusão!
Se existisse um prémio para o supermercado que mais protege os seus funcionários, e até os clientes, o continente estaria em 1º lugar!»
É mesmo verdade, sempre disse isso aqui, o continente tem uma exelente proteção, o problema é mesmo fazer com que os clientes respeitem e aceitem as normas.
Devido ao covid-19, estamos num ponto da situação onde o acrílico é um dos nossos maiores aliados e protectores nas lojas, hotéis, supermercados, serviços e até na praia!
Mas do que vale tanto investimento neste produto, se depois os clientes não o respeitam!? Dão encontrões, tentam contornar, invadir, seja à volta seja por cima. Parece que o produto para eles é invisível ou sem importância!
O acrílico, tem importância semelhante ao álcool gel, à máscara e até ao distanciamento. Tudo isto junto forma um melhor escudo protetor!
Chega uma senhora à minha caixa, uma senhora simpática, bem parecida, com um casaco muito chique .
Queixasse do calor que está ali na zona das caixas. Disse-lhe que era normal estar ali calor. É aí que começa a nossa conversa, numa altura de acalmia, enquanto registo as compras.
Cliente: Sim, e também deve ser da vacina , que levei ontem.
Eu: Vacina!? Mas a do covid!?
Cliente: Sim, sim
Eu: E então correu tudo bem? Doeu?
Cliente: Sim, correu. Não doeu. Esperei o tempo devido, sempre bem. Já em casa tive um pouco de febre, dor de cabeça, calor. Mas é tudo normal, tudo que era aspectável, porque na verdade estão a injectar-nos um vírus e é normal que tenhamos alguns sintomas do covid. Se não tivéssemos qualquer sintoma, era porque a vacina não estava a fazer efeito.
Eu: Não sabia. Ainda bem que correu bem. Sem medos, não é!?
Cliente: Eu confio, eu tenho esperança. Se a classe cientifica se uniu, para erradicar o vírus, temos de acreditar. Tenho esperança!
Neste momento já as pessoas da caixa atrás estavam de olho na conversa.
Foi uma conversa agradável, foi bom ouvir um testemunho cara a cara.
Todos queremos o mesmo, que isto acabe, e que voltemos todos a ser livres!
Estava eu a falar do Banco Alimentar a um casal de clientes, estava focada neles, não dei conta do aumento da fila, quando olho para o lado da fila, estava um monte de gente todos em cima uns dos outros, ainda perguntei se estavam todos juntos (apesar de se pedir para não virem em família, está sempre a acontecer), mas não, estavam ali num empurra-empurra, para decidir quem tinha lá chegado primeiro. Pareciam uns miúdos da escola primária.
Um membro do outro casal até disse em voz bem alta "não respeitam nada"! Ao que respondi : " infelizmente é o prato dia"! Ao ouvirem isto, lá dispersaram.
Quando esta pandemia começou, e vi as pessoas contidas a cumprirem, até pensei que, pelo menos, a pandemia, ia tornar as pessoas mais civilizadas, porque mesmo sem pandemia, as pessoas sempre gostaram de invadir o espaço do outro, inclusive no momento de marcar o código do multibanco. Mas foi sol de pouca dura, e quando a pandemia acabar, vão voltar a andar de novo todos a se encostarem uns nos outros. Parece que gostam!
Nessa altura, já não vou poder dizer, nem fazer nada! Enfim... é triste que não se mude de hábitos nem com esta ameaça!
É frustrante, estar dia após dia, sempre a bater nesta tecla, porque assim que apanham uma brecha, chegam-se logo. (Sim , há exceções)
Por vezes dá vontade de os deixar todos ao molho, se eles não se preocupam, se não querem saber, se só o fazem porque está alguém a impor, é porque não se preocupam com a saúde deles, nem com a nossa, nem com a das pessoas com quem vivem!
Estou a terminar o atendimento a um cliente, digo ao próximo para avançar. A cliente avança, mas não coloca logo as compras no tapete. Quando olho para o atapete já está todo molhado. A senhora tinha um frasco grande de spray na gabardina, e tal como um agente secreto ia dando ao gatilho do sray e deixando tapete todo desinfetado. Perguntou se eu ia secar ou se queria que ela limpasse. Claro que eu disse que limpava. Já do outro lado, a senhora desinfectava as mãos, fê-lo umas duas ou três vezes. Reparei que tinha um crachá que dizia "distanciamento social de 2 metros"!
Há de tudo "neste " supermercado, pessoas que se estão nas tintas para o vírus e que querem é despachar-se, e pessoas assim, de extremos! Também existe o meio termo, claro!
Afinal, parece que o covid-19, pode ter como um dos sintomas, diarreia. Cheguei a essa conclusão recentemente, depois de algumas conversas com quem teve essa experiência , e pude comprovar através das minhas pesquisas, incluindo esta do site da TVI24:
«Segundo as conclusões do estudo, a covid-19 tende a começar com febre, progride para tosse e dores musculares, seguem-se as náuseas e vómitos e, por fim, diarreia. »
Será que foi por este motivo que se deu no início da pandemia a corrida ao papel higiénico!?
"Pode começar a registar já as minhas coisas!" Pede uma cliente mesmo vendo a pessoa que terminei de atender, ainda a retirar os sacos no tapete e a colocá-los no carrinho!
"Tem só esperar só um bocadinho - digo eu de spray e o pano na mão - para o espaço ficar livre e limpo"! Ao que ela me responde em tom de segredo : " Mas é que eu estou com muita pressa!"
Encolho os ombros e respondo "pois!" Naquela altura, não me ocorreu dizer mais nada!
Já passaram 6 meses da chegada deste malvado vírus, já passei por varias fases.
Logo no inicio, a minha maior preocupação era levar o covid-19 para casa, já que era a única que tinha de continuar a trabalhar. Andava muito preocupada e cheia de receios, tinha 1001 cuidados. Mas depois, quando vi as medidas que a empresa implementou, e depois de perceber que os clientes estavam solidários connosco, consegui alguma tranquilidade.
A primeira semana que a máscara foi de uso obrigatário, foi horrível para mim, sentia-me a sufocar, tinha pesadelos. Felizmente tive conhecimento de um outro tipo de máscara, que não a cirúrgica, e mais uma vez, consegui alguma tranquilidade.
Também me fazia alguma confusão estar cercada de acrílico, mas depois adaptei-me e até já conseguia esquecer que estava ali, prisioneira, porque me sentia mais protegida e segura.
Entretanto, o tempo vai passado, e a desilusão com o comportamento de alguns clientes foi crescendo.
Passado o susto inicial e o estado de emergência, muitos clientes relaxaram, convenceram-se que não havia mais perigo, ou que o mesmo, já tinha passado.
Começou a tornar-se uma espécie de luta todos os dias. Os clientes não querem fazer distanciamento, tiram a máscara ou andam com o nariz de fora, não respeitam a sinalética que está no tapete, no chão, querem entregar artigos em mão, querem, muitos deles, ter as suas próprias regras.
Os clientes saturam-nos a paciência, acham que algumas medidas não fazem sentido, questionam tudo. Não entendem que uma vez que entram naquele supermercado têm de seguir as normas nele imposto, e não aquilo, que em seu ponto de vista, lhes parece mais correto. Estão constantemente a ignorar as regras, quando está tudo tão bem sinalizado, escrito, com cartazes, sinaléticas, etc.
Por exemplo, um destes dias, disse a uma cliente que estava mesmo encostada a outra, para se afastar um pouco e ela respondeu " pois aqui na fila querem distanciamento, mas nos corredores anda tudo ao monte". Mas será que era preciso andar algum segurança atrás das pessoas nos corredores a impor que se distanciem, será que as pessoas não são capazes de ter essa responsabilidade!? Como é possível que em 6 meses não tenham aprendido nada, não tenham mudado nada!?
Mais uma vez digo, que a empresa tem boas medidas, e que o problema são os clientes que não as querem cumprir, aceitar, que as questionam, que implicam com tudo! Não percebem que as ditas regras são para o bem deles e nosso!
Os últimos dois dias (9/10 de julho) foram muito complicados e cansativos. Os principais problemas: as pessoas não aceitam manter o distanciamento e insistem, muitas delas, em andar com o nariz fora da máscara.
Uma pessoa chega ao fim do turno esgotada psicologicamente, por estar sempre a dizer e a pedir a mesma coisa: espere um pouco, afasta-se um pouco, olhe tem a máscara a cair. Até parece que as pessoas andam desertinhas por se roçarem umas nas outras. Gostam de sentir o suor, o calor uns dos outros, só pode ser isso!
Sempre aqui disse que gostava de fazer o trabalho que faço, e continuo a gostar, mas assim sempre, nesta luta, nesta falta de respeito por parte de muitas pessoas, só tenho vontade é que chegue a hora de sair ou de fazer uma pausa, para desanuviar. Está muito pior agora do que no inicio da pandemia, porque muita gente acha que isto tudo agora já era desnecessário.
Uma senhora de certa idade estava tão junto ás pessoas que estavam à sua frente, que as mesmas fizeram queixa e até disseram que iam chamar a policia. A senhora foi avisada e ainda respondeu que o carrinho dela é que estava encostado ás pessoas não era ela! Barafustou sempre e não admitiu o erro.
Outra senhora também de idade avançada, quando lhe pedi para esperar um pouco na fila porque tinha já duas pessoas para atender primeiro, responde: " Ó menina com a minha idade já não tenho medo de virus"!
Conclusão: os jovens acham que a malta é jovem, quer é divertir-se e não tem medo do vírus; os velhotes já não têm nada a perder porque já viveram muito e o vírus não os assusta!
Cabe, se calhar, a nós, o grupo intermédio (e que trabalha no atendimento ao público) ter algum bom senso e andar a lutar contra estes pensamentos e atitudes idiotas!
Quando ouvi nas notícias que na China os enfermeiros e os médicos tinham rapado o cabelo por causa do risco do contagio do Covid 19, resolvi, uma vez que tenho cabelos compridos, andar sempre com o cabelo apanho ou até com um carrapito para minha proteção.