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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Os portugueses estão a habituar-se a uma nova forma de vida

Olá a todos! Como têm passado nestes dias tão difíceis!?

Na rua , muitos estabelecimentos estão fechados, há poucas pessoas, e muitas dessas, usam luvas, máscaras, lenços ou cachecóis. Finalmente as pessoas estão a perceber que esta pandemia, que é o covid-19, é real, é muito grave, e estamos todos juntos no mesmo barco.

No supermercado, desde que foram tomadas novas medidas, a situação está bem melhor. Agora a entrada é controlada à porta, há um número de clientes dentro da loja, só quando alguém sai, outro alguém entra. Acredito que o mais aborrecido é mesmo ter de esperar na rua para entrar, mas a maioria das pessoas entende. E dentro do supermercado, nas filas para a caixa, há uma sinalética no chão, como eu sempre defendi, só que por outras razões, e o cliente seguinte só avança quando a operadora chama ou faz sinal. Chamamos, quando as compras do cliente que estamos a atender já estão quase todas registadas. Assim, nem o cliente atual nem  o seguinte, estão próximos nem a operadora está cercada de clientes, já que as caixas abertas, são caixa sim, caixa não. Nas outras secções também existe a mesma sinalética no chão. Nós podemos usar luvas e gel desinfectante com álcool, alguns clientes também andam de mascaras e luvas.

Tem corrido bem, as pessoas respeitam, pois também já entenderam que as medidas são para o bem de todos. Acho que os portugueses estão mesmo a habituarem-se a uma nova forma de vida!

Uma senhora que levava dois maços de rolos de papel higiénico, fez questão de me explicar que um era para ela e o outro para a sua mãe, porque a senhora não foi aconselhada a sair de casa. A cliente até disse que vinha buscar os seus produtos do costume e que não levava mais que isso!

No entanto, notei alguns clientes a levarem carrinhos bem cheios ou até dois carrinhos, contas de duzentos e trezentos euros. Alguns disseram mesmo que se estavam a precaver para o caso de os obrigarem a ficar em casa.

Muitos clientes despediam-se amavelmente desejando-me saúde, que tudo corresse bem. Uma cliente que estava com a filha foi encantadora disse "e obrigada a vocês por estarem aqui para nós!"

Nem sei se agradeci devidamente, porque fiquei agradavelmente surpreendida. Pois são pessoas assim que nos fazem sentir bem, sentir úteis! A elas também a minha gratidão!

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