Por vezes, os clientes quando me vêem dentro do supermercado, sem a farda, com um carrinho ou cesto a fazer as minhas compras, não entendem que estou em momento de pausa, muitas vezes, cheia de pressa, e vem-me fazer perguntas, sobre produtos, localizações dos mesmos. Coisas que uma pessoa que está na caixa também não sabe logo responder.
É uma falta de consideração, há pessoas que a cada passo que dão precisam de chamar alguém para ajudar, para escolher um produto, para lhe ler os rótulos, para lhe ver as validades, para saber se aquilo engorda ou emagrece.
Era dia 10 eu sabia que ia ser um cheio com muitos velhotes, como de costume nestes dias.
Não contava era que a primeira cliente, não fosse uma velhota, mas sim uma senhora que está sempre com criticas, com reclamações, parece sempre mal disposta. Não sei da vida da senhora, nem se aquela disposição é por algum motivo. Pois até eu não estava no meu melhor dia, pois o meu filho estava adoentado, mas tento sempre que nada reflita no meu trabalho. Mas aquela senhora não é um dia, é habitual.
Então, para começar ela veio logo pra caixa sem respeitar a ordem de fila, teve sorte que um velhote não se importou. Mas, a seguir deixou lá as coisas e foi ao carro buscar os sacos, Depois quando digo o valor diz-me que o dinheiro não chega e tenho de descontar. Pergunto "descontar como"? Responde: "ora se eu lhe disse que a carteira ficou lá em cima ( não faço ideia a que - lá em cima - se referia), e não tenho dinheiro, tem de descontar nas coisas"! Então começa a tirar coisas de dentro do saco e a entregar-me. Supostamente seriam as coisas para eu anular, e começo a anular. Vai daí, que as coisas que me estava a dar, eram as que queria levar. Começa a ralhar comigo, a dizer que estou com pressa e que não a estou a entender e ameaça fazer reclamação no livro amarelo.
Depois pedia para anular uma coisa para colocar outra, uma confusão. Eu estava a passar-me e foi o velhote que estava na fila que foi de uma amabilidade e gentileza comigo, tentado apaziguar e chamar à razão a mulher. Quando a senhora saiu, muitas pessoas da fila preocupadas comigo, a dizerem que nós, temos de aguentar muito, ali.
A senhora saí começo a atender o velhote, e já estou noutra pessoa, quando aquela senhora volta à minha caixa, porque lhe faltava uma coisa que estava registada e não levava. Pelos vistos aconteceu, mas também a confusão que ela armou...Imagino que saiu de lá ainda mais convencida da sua razão e da minha incompetência!
Um senhor chega á minha caixa e pergunta onde está o carvão. Respondo ao senhor, e ele diz-me que não está lá carvão algum. Peço que aguarde, chamo uma colega que vai ao armazém ver se está lá. Não havia. Naquele momento, não havia carvão nem na loja nem no armazém.
O senhor fica zangado. Diz que por causa da falta do carvão não vai gastar 40 euros. Pensei que era por causa da caderneta dos copos, onde entregamos 1 selo por cada 20 euros. Quando lhe falo dos selos, responde longo que não quer nada de selos, nem de copos, que queria era usar os talões que lhe tinham mandado para casa. Vejo a data dos talões que só entram em vigor no dia 9. Fica novamente zangado, e diz "se eu soubesse , não tinha vindo cá hoje". Ora a culpa de ele não ler as datas, era dele, ou do supermercado!?
Quando está para pagar, em multibanco, peço para inserir o cartão, e ele fica novamente zangado, porque, palavras dele, quando tinha loja, ele é que passava o cartão multibanco aos clientes! Ainda tentei falar do lado positivo de a operadora não mexer no cartão do cliente e ele diz "deve ser por causa da gripe"!