Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Carrinho sem freguês não guarda vez!

supermercadofila.jpg

Mais uma vez esta situação aconteceu. Uma senhora deixou o seu carrinho na fila e foi falar com alguém, como havia filas eu chamava e ninguém vinha, porque estava ali aquele carrinho. Eu disse à pessoa para vir, pois não ia ficar ali parada quando havia tanta gente para atender. Então veio um senhor,  e,  como a dita senhora do carrinho continuava ausente, veio também a pessoa que estava a seguir e começou a colocar as coisas. É aí que chega a dona do carrinho abandonado e começa a discussão. Eu ainda disse que tinha sido eu a chamar, mas a senhora continuou a ralhar.

Quando chegou a vez dela e a outra senhora ia a sair, ouvi a dona do carrinho abandonado, a que estava sem razão, dizer para direccionado para a outra senhora "Vá derreto Satanás!" Acho que isto é o se chama rogar uma praga. Há que anos que não ouvia esta frase!

Isto vai de mal a pior. As pessoas não têm paciência, não têm tempo. Não há guerras, nem epidemias, nem pós de África, nada faz com que as pessoas sejam mais tolerantes, pacientes, civilizadas ou solidárias!

PS

Pode não ter nada  a ver, mas, isto parece aquela situação de Moisés, do faraó e das 10 pragas do Egipto, até o faraó dar a libertação ao povo escravizado, aos hebreus!

Os clientes que não gostam de mostrar os sacos que trazem de casa

Estava a atender um casal, talvez na casa dos 65 anos.

A senhora passou para o lado de saída para arrumar os artigos, o senhor ainda estava com o carrinho no lado de recepção dos artigos. Quando este estava a empurrar o carrinho para a esposa, e como levava os sacos em formato de balão uns sobre os outros, levantei me para espreitar o seu interior. O senhor, muito ofendido, pergunta-me se estou a achar que ele leva coisas lá escondidas. Digo-lhe que estou a fazer o meu trabalho e aponto para um escrito que lá está, onde pede para os clientes colocarem todos os sacos, inclusive os que trazem de casa, em cima do tapete.

Mas ele continua a reclamar. E pergunta de novo se  acho que alguém ia levar lá alguma coisa. Como já estava a ser desagradável e não respeitar uma regra da empresa, respondo "não seria  nem o primeiro, nem o segundo, nem o décimo!" E ele volta a dizer mas "Mas eu!?"

Eu respondo que não o conheço, e mesmo que conhecesse é uma norma igual para todos.

A esposa disse- lhe "deixa não vale a pena"! Como se eu é que estivesse errada na atitude!

Também lhe disse que não percebia a atitude dele e que quem não deve não teme. 

Uma colega viu a situação, e até lá foi perguntar se estava tudo bem e se eu precisava de alguma coisa. Talvez tenha sido aí, que o senhor baixou a guarda.

Não sei quem era o senhor, se calhar alguém famoso ou conhecido, mas não para mim. Para mim era um cliente. Um cliente que não gosta de respeitar regras, pessoas, que não teve uma boa formação. Mal educado, mesmo. 

Mas esta situação acontece muitas vezes. Ainda há dois dias uma senhora me disse que as pessoas do Cartaxo são muito desconfiadas dos clientes. Respondi, "pois infelizmente temos razões para isso"! E ela respondeu que em Santarém confiam nas pessoas.

As pessoas não sabem, ou não querem saber, ou até lhe dá jeito que não se observem os sacos.

Também há dias, se eu não tivesse pedido para ver os sacos, a cliente levava peixe sem pagar, pois só quando fui ver os sacos é que me disse " ah também está aqui o peixe"! E já estava no lado de saída. Se eu fosse aqui a enumerar os artigos que já tentaram passar sem pagar, infiltrados nos sacos...

Se todos os supermercados tivessem esta norma, iam se surpreender com a quantidade de artigos que se infiltram por baixo dos sacos, por dentro, de lado e até entre os que estão dobradinhos. Quem nos dera que os clientes mostrarem os sacos fosse uma norma geral e obrigatória em tos os supermercados. Iam ver o número de roubos/quebras a descer.

Até parece que nós é que somos os desconfiados, os cliente têm sempre razão, são sempre corretos, bem formados, bem educados e nunca levam nada sem pagar, a não ser que o artigo lá vá cair...

Enfim, haja paciência!

sacossobreotapete.jpg

O atendimento ao público é uma fonte de inspiração

Estou tranquilamente a registar os produtos a uma senhora, que está acompanhada de outra jovem, talvez filha. Cada uma tinha um saco, e iam embalando os artigos.

A dada altura diz-me: "escusa de estar com pressa, que eu vou arrumar as coisas ao mesmo ritmo"!

Digo: "desculpe!?" ela diz: " escusa de estar com pressa, que eu vou arrumar as coisas ao mesmo ritmo, está bem?"

Respondo:  "está bem"!

Ela diz em tom altivo, "obrigado"!

Ora se há coisa que eu sempre tenho em atenção é registar em função do cliente. Nunca fui de registar e atirar os artigos à pressa, porque quando me fazem isso (e há sítios que o fazem), e eu sou cliente, não gosto, ninguém gosta. Acelero um pouco se vejo que o cliente está com mais pressa e a acompanhar o meu ritmo.

Mas enfim, esta senhora certamente vinha mal disposta de casa e precisou de aliviar o stresse em alguém, tadinha!

IMAGEJPG34578.jpg

No supermercado: existe o tapete de receção de artigos e o tapete de saída

Estou a atender um jovem casal. A dada altura a senhora pergunta se pode colocar determinados artigos no tapete de saída e contabilizar dali. Digo que não. Quer saber porquê! Digo que para aquele lado só vão os artigos depois de registados. Continua a perguntar porquê. Respondo que são normas da empresa e digo onde está escrito que é assim o procedimento!

Responde que mesmo sendo normas da empresa, estando tantas pessoas na fila, eu tinha de facilitar para ser tudo mais rápido  (na perspectiva dela, da maneira dela, as coisas seriam mais rápidas)! Diz-me também que é promotora e que é ela quem trata do registo dos nossos furtos, e que nós não somos assim tão eficazes a evitar roubos.

Há ainda tanta gente que não entende que existe o tapete de receção de artigos e o tapete de saída e que cada um tem um propósito!

tapetesupermercado.jpg

Depois de fazer o pagamento, entrego-lhe os talões e os selos. Diz-me se posso registar-lhe uns copos que   já me dá a caderneta. Entretanto, vê que os copos estão perto e que eu estando envolta em acrílico não consigo lá chegar,  passa pelo cliente que já está com os produtos em cima do tapete, trás os copos. Quando peço a caderneta, diz que ainda tem de colar os selos. O cliente que tem os produtos no tapete ainda pergunta se não lhe posso registar os produtos, peço desculpa, digo para aguardar só um bocadinho. Porque estando ela lá, o outro cliente não podia avançar.

Era esta a pessoa que achava que eu tinha de quebrar regras para facilitar, porque estava muita gente à espera. Foi esta criatura que empatou  a fila, com as suas ideias, arrogância, e superioridade! Fez os outros esperar mais tempo ainda. Grande lição de moral! Calada, era o que devia ter ficado!

Quando ela saiu o cliente a seguir até disse " e é ela doutora"! E disse mais umas coisas nada abonatórias.

Realmente estas pessoas não se enxergam, não têm humildade alguma. É este tipo de clientes e de situações que me deixam indignada! Haja paciência!

A quexinhas...

 

rolinhoscaixza.jpg

Como podem ver nesta imagem, existe no tapete de saída de artigos, estes rolinhos, que servem de ajuda para que os produtos desçam  para o topo, onde está o cliente e assim se manter o distanciamento entre funcionária e cliente. É um facto que objetos cilíndricos fazem um certo barulho, mas não se estraga nada, nem estraga outro tipo de produtos.

Eu passo o dia a fazer este movimento, tanto que por vezes ao fim do turno até me doem os braços. Felizmente a maioria dos clientes percebe a utilidade dos rolinhos, e alguns, em jeito de brincadeira, até acham graça ao nosso movimento, e até dizem que estamos como se fosse num ginásio a ganhar músculos!

Já tive há uns meses uma senhora que me pediu para lhe passar os artigos com mais cuidado e mais devagar, porque aquele barulho a incomodava.

Mas hoje, a situação foi diferente. Uma cliente não gostou que passasse assim os artigos e pediu-me que não os passasse dessa forma e que os passasse mais devagar. Respondi que sim, fui passando os artigos, mas a dado momento e devido a este hábito já estar tão vincado em mim, esqueci-me e passei uns ambientadores cilíndricos pelos rolos. Ela sai da caixa, dirige-se ao balcão, e vai fazer queixa  .  Chega acompanhada de alguém superior, para me advertir que passasse  as coisas mais cuidadosamente. Então passei o resto dos artigos em câmara lenta, ao gosto da madame.

Confesso que senti pena da senhora, coitada, tanto azedume, deve ser alguém com algum problema e com necessidade de atenção!

No entanto, com tantos clientes implicativos, birrentos, indisciplinados, mal educados, incivilizados, começo a achar que esta empresa ainda tem de criar um gabinete de psicologia para ajudar os funcionários que atendem ao público!

Porque tiram alguns clientes a máscara na caixa do supermercado

EVl9DIcWAAIAQm_[1].jpg

Estou a finalizar o atendimento a uma casal de clientes na casa dos sessenta anos. Vejo o senhor colocar a máscara no pescoço. Peço-lhe educadamente que coloque a máscara. Responde-me "já ponho"! Pega num maço de notas que tinha na carteira, lambe os dedos para contar o dinheiro, entrega-me. Põe a máscara correctamente e diz-me "pronto já estou mascarado"! Se eu não tivesse máscara, ele  teria reparado, na minha cara de nojo, por ter de pegar nas notas, por ele salivadas! Fiz questão que ele visse a quantidade de álcool gel que utilizei em seguida!

errado.jpg

Numa outra ocasião, aconteceu com uma senhora da mesma faixa etária, uma situação semelhante. Só que esta senhora a colocação da máscara no pescoço não foi para contar as notas, mas para lamber os dedos e abrir os sacos. Quando lhe pedi para colocar a máscara, respondeu que tinha deixar de ali ir, porque a estavam sempre a chatear com a máscara, quando aquilo a sufoca!

E assim acontece dia sim, dia sim!

Gente insolente

Há uma cliente habitual, uma senhora que ainda não se deu conta o estado em que o pais está, por isso continua com as mesmas atitudes incorretas que sempre teve. Só a conheço dali, e parece-me uma pessoa mal formada e teimosa por natureza.

Sempre teve o costume de não reparar que existem pessoas à sua volta que não têm que levar com as suas atitudes. Ela leva um trolley, dentro do mesmo tem imensos sacos, alguns em estado lastimosos, leva também um balde, daqueles que as crianças brincam na praia, que mete um saco e depois aí coloca o peixe.

Antes da chegada do vírus, depois de a atender, ela ficava a ocupar o tapete com toda a sua tralha, eu chegava a atender umas três pessoas, e ela não saia dali, pois não se despachava e ainda se punha primeiro a confirmar o talão e só depois é que pegava nas tralhas e ia embora.

 Agora queria fazer o mesmo só que eu fiquei parada a olhar para ela e disse-me "pode continuar o seu trabalho", ao que eu respondi "não, não posso, tem de sair!" La retirou  as coisas, de má cara, e foi!

Mas da última vez, tirou-me mesmo a paciência.  Quem me conhece no trabalho, sabe como eu sou pessoa calma, tolerante, compreensiva. Ainda eu estava a atender uma pessoa, quando lhe disse para ela ir colocando os seus artigos. Mal os coloca, passa pro outro lado, roçando na senhora que ainda estava a digitar o código do multibanco. Já do outro lado, e com a outra cliente ainda a ser atendida, começa, a tirar os seus sacos sebentos,  o  balde e tralhas do trolley e a espalhar pelo tapete. Vai eu digo: " olhe desculpe, mas não pode fazer isso, ainda aqui está esta senhora!" A outra senhora abanou a cabeça também indignada. Mas esta só barafustou, e manteve-se no mesmo sitio! E pela idade que tem, devia de ter algum respeito pelo vírus. Deve de achar que isto é tudo uma brincadeira, que não há perigo. Será que não tem família!? É que nós temos, e se não nos respeita, não faz ali falta alguma!

É uma falta de noção e de respeito que indigna qualquer um! Esta pessoa nunca vai aprender, pois, de certo que o seu feitio é bem vincado, e deve de achar que já sabe tudo! Não aceita as normas, ainda goza! É uma insolente! Não há paciência!

imageminsenta.jpg

O Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho

respeitarsinais.jpg

Estava a atender uma cliente que cismava em entregar artigos em mão, porque lhe dava mais jeito. Obrigava-me a fazer um grande esforço físico e a aproximar-me demasiado. Disse-lhe que visse as cores no tapete, para que ela colocasse os artigos na zona verde, seguindo as normas da empresa.

Pergunta-me se sigo sempre as normas da empresa. Disse-lhe que uma vez que a empresa está a fazer um tão grande investimento, em regras, para nossa segurança, só tinha era que respeitar. Até seria uma grande falta da minha parte, ignorar as normas da empresa!

Quando fizeram esta sinalética, disseram-me como eu tinha de fazer, e além de ter concordado porque fazia sentido, era mais correto, também era mais seguro, pensei, se eu não cumprir e tiver algum azar, a culpa será minha. Por exemplo, dizem para não aceitar artigos em mão, e eu vou aceitar uma caixa de cervejas pesada como é, dou um jeito ás costas, lesiono-me, vou ter de ir para o seguro. Mas eu é que não usei as normas de segurança impostas pela empresa, como fica a situação!? E quantas caixas destas passam-me pelas mãos durante o dia!? O tapete rolante existe para facilitar a vida, porque rola!

«O objetivo deste dia é chamar a atenção das empresas e dos trabalhadores para a importância de tomar medidas preventivas que garantam a segurança no trabalho.

Prevenir acidentes de trabalho é uma responsabilidade de todos, assim como a prevenção é um direito transversal a todos os trabalhadores.

A prevenção de riscos profissionais é uma preocupação a consolidar pelas empresas que exige também o esforço dos trabalhadores, dos cidadãos em geral, dos inspetores e das instituições de autoridade. »

Por tudo isto eu me esforço para fazer a minha parte!

O cliente que não sabe inserir o multibanco

Infelizmente para mim, de vez em quando lá aparece uma pessoa desestabilizadora. Um senhor de boa aparência e de meia idade, no momento de fazer o pagamento com o multibanco, quando eu digo para inserir o cartão e confirmar,  ele diz que eu é que tenho de fazer isso, porque ele não pertence ao continente, porque é o meu trabalho e  ele não tem formação para fazer isso. E depois ainda continua a desbobinar a dizer que é só no continente que isto acontece.

 

Mantive a calma expliquei o motivo de ser assim, mas ele  não entendeu. Acho que não tinha capacidade para esse entendimento. Só faltava ser também eu marcar o código secreto dele, ou mesmo a tirar o cartão da sua carteira. Será que este senhor quando vai fazer um  levantamento ao multibanco, também exige que o banqueiro faça a operação e lhe entregue o dinheiro em mão!?

desestabilizadora[1].jpg

Sem razão pra tanta reclamação

grumpycliente.jpg

Era dia 10 eu sabia que ia ser um cheio com muitos velhotes, como de costume nestes dias.

 

Não contava era que a primeira cliente, não fosse uma velhota, mas sim uma senhora que está sempre com criticas, com reclamações, parece sempre mal disposta. Não sei da vida da senhora, nem se aquela disposição é por algum motivo. Pois até eu não estava no meu melhor dia, pois o meu filho estava adoentado, mas tento sempre que nada reflita no meu trabalho. Mas aquela senhora não é um dia, é habitual.

 

Então,  para começar ela veio logo pra caixa sem respeitar a ordem de fila, teve sorte que um velhote não se importou. Mas, a seguir  deixou lá as coisas e foi ao carro buscar os sacos, Depois quando digo o valor diz-me que o dinheiro não chega e tenho de descontar. Pergunto "descontar como"? Responde: "ora se eu lhe disse que a carteira ficou lá em cima ( não faço ideia a que - lá em cima -  se referia), e não tenho dinheiro, tem de descontar nas coisas"! Então começa a tirar coisas de dentro do saco e a entregar-me. Supostamente seriam as coisas para eu anular, e começo a anular. Vai daí, que as coisas que me estava a dar, eram as que queria levar. Começa a ralhar comigo, a dizer que estou com pressa e que não a estou a entender e ameaça fazer reclamação no livro amarelo.

 

Depois pedia para anular uma coisa para colocar outra, uma confusão. Eu estava a passar-me e foi o velhote  que estava na fila que foi de uma amabilidade e gentileza comigo, tentado  apaziguar e chamar à razão a mulher. Quando a senhora saiu, muitas pessoas da fila preocupadas comigo, a dizerem que nós, temos de aguentar muito, ali.

 

A senhora saí começo a atender o velhote, e já estou noutra pessoa, quando aquela senhora volta à minha caixa, porque lhe faltava uma coisa que estava registada e não levava. Pelos vistos aconteceu, mas também a confusão que ela armou...Imagino que saiu de lá ainda mais convencida da sua razão e da minha incompetência!