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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Pessoas com uma grande falta de noção e civismo

Como já aqui disse, apesar de existirem clientes mais desafiantes, gosto do que faço, pode parecer um trabalho ás vezes monótono, mas há sempre situações caricatas, que nos despertam, que nos incomodam, que nos ensinam alguma coisa, e até que nos dão vontade de fugir...

Há uma senhora, que até é educada e simpática, mas que para mim, é a empata filas, pois quer venha sozinha ou acompanhada, tem quase sempre a tendência de empatar, ou porque se esquece de alguma coisa,  e deixa  os artigos no tapete e desaparece, ou porque tem de ir buscar um carrinho, ou porque se esqueceu de imprimir cupões, ou porque está na conversa e não me responde ás perguntas. Enfim...

Desta vez já tinha pago e tinha os sacos sobre o tapete quando lhe toca o telemóvel. Decide atender, encostar-se e não retirar os sacos que estavam a ocupar todo o tapete de saída, impedindo que eu atendesse os clientes seguintes.

Ainda aguardei alguns segundos, mas ela continuava no corte e costura da sua conversa. Até que o cliente seguinte lhe diz já um pouco impaciente e com toda a razão: "importa-se de retirar os sacos daqui, que as pessoas estão à espera!" Ao que ela responde, achando-se no direito disso "olhe,  educação e boas maneiras nunca fizeram mal a ninguém!"

A pessoa ainda acha que os outros é que tinham de esperar pacientemente ela acabar o telefonema, para terem o espaço livre para serem atendidos! É caso para dizer "mas que grande lata!"

Haja paciência!

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São as pessoas e as causas que me movem e não o dinheiro!

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Pode até haver, clientes mais difíceis ou desafiantes, ainda assim, é por eles toda  a minha dedicação e empenho.

São as pessoas e as causas que me  movem e condicionam e não o dinheiro!

Será dos clientes, das nossas conversas, da empatia, da simpatia, das risadas, ou até dos mais desafiantes, que poderei vir a sentir saudades, um dia, daqui a mais uns anos, espero!

O atendimento ao público é um treino da paciência

Uma cliente pede um saco de ráfia dos maiores.

Dou-lhe o saco e ela pergunta: "Quanto é que este saco mede?" Penso que é uma pergunta retórica e não respondo! No entanto, a   senhora insiste:" Mas quanto é que isto mede!? Eram maiores, já estão mais pequenos!?" Respondo que aqueles sempre tiveram o mesmo tamanho!

A cliente que estava a seguir, estava de queixo caído a ouvir a conversa e quando a senhora se vai embora, diz-me " Ai eu não tinha paciência para estar aqui, estava capaz de dar uma abanão à mulher! Mas ela queria que você medisse o saco!?" Respondi que já nem ligava, que já estava há muitos anos no atendimento ao público e que havia sempre clientes assim e até piores! A resposta foi: "ai coitadas de vocês!"

Haja alguém que nos perceba!

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No palco, só havia a cliente e a operadora de caixa

Uma cliente, está ao telemóvel, enquanto mexe nos artigos  no lado do tapete de saída. A distração era de tal forma, que parecia não saber, que tinha de colocar as compras no carrinho, uma vez, que não queria usar sacos.

Não sei se foi por causa da conversa, que se lembrou que  lhe faltava o pão. Disse que o  ia buscar. Fui passando os artigos mais devagar, pois já estavam duas pessoas, à espera.

Entretanto, a cliente voltou, trazia mais artigos, além do pão, e pediu desculpa, porque,  pelo caminho,  encontrou uma pessoa que já não via há muito tempo, e esteve a cumprimentá-la.

Acho que teve sorte, por os outros clientes serem civilizados e não reclamarem.

Por vezes, há pessoas assim, que no momento do atendimento, têm uma máquina, que faz apagar todas as outras pessoas, ficando apenas a operadora de caixa e a cliente!

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O cliente que queria ter uma reunião

reuniao.jpgEstou a atender um cliente que trás um artigo que é necessário ser retificado o preço. Pergunto ao cliente seguinte se ele pode aguardar só um bocadinho, porque sabia que seria algo rápido de resolver.

O cliente, aparentemente muito zangado, responde:" A sério ? Não me diga!Logo agora que estou em cima da hora para  para uma reunião de trabalho!"

Ao que eu respondo: " Então eu ponho a conta em espera e..."

É quando ele me diz:" Calma, eu estava a brincar! Eu espero sem problema!"

Foi um alívio, e a situação foi logo resolvida e o cliente seguinte atendido. Já que ele estava a brincar, também me despedi, dizendo! "Obrigada, bom dia e boa reunião!" É então que ele responde, com alguma amargura: "Antes fosse, antes fosse!"

Fiquei sem saber o que responder, pois pensei que se certamente, estaria  sem trabalho!

A uva que foi operada

Por vezes temos  no continente vários tipos e cores de uvas.

Em relação ás de cor branca, houve uma altura que tínhamos, uva branca com grainha e uva branca sem grainha. No continente onde trabalho, sendo continente modelo, a pesagem é feita na caixa, por isso temos  de ter algum conhecimento, em frutas e legumes.

Quando os clientes trazem as uvas na embalagem , ou seja, num  saquinho de papel, é mais fácil de distinguir, (até porque sabemos que quando não está escrito que é sem grainha, é porque é com) mas quando o cliente, as põe num saco de plástico, fica mais difícil perceber se a uva tem ou não grainha, porque  apesar de parecidas, têm preços e códigos diferentes.

Então, num certo dia,  chegou um cliente com uvas dentro do saco de plástico, olhei para elas, tive dúvidas e perguntei ao cliente se eram uvas com ou sem grainha, para esclarecer a minha duvida, mas o cliente, também não sabia, perguntei à minha colega de trás se ela sabia, ela foi até até á minha caixa olhou, tirou uma uva do caixo, abriu-a, ou seja, operou a uva, e aí percebemos que não tinha grainha. Primeiro fiquei preocupada, não fosse o cliente ficar zangado, mas felizmente levou na brincaderira e a situação até divertiu a plateia!

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Eles sabem, mas perguntam na mesma

Seja quando estamos a entrar ao serviço, seja quando o estamos a largar, precisamos de pelo menos dois minutos.

A pergunta "Vai abrir?" causa um certo stresse. Se estamos a chegar, porque precisamos, abrir as moedas, ver se está tudo a funcionar, para além do atendimento, nessa altura ser, por ordem de fila. Imaginem que o tapete não está a funcionar, que está sujo e precisa de limpeza, que a impressora não está a funcionar!? Parece que não podem esperar um bocadinho! Quando estamos a fechar, estamos a fazer limpeza, a cancela está fechada, ou se ainda estamos a terminar o último cliente avisamos que a caixa está a fechar!

É só preciso um bocadinho de calma e compreensão!

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Já estou sem ele!?

Uma cliente está a fazer o pagamento pelo multibanco e a dada altura surge este dialogo:

Cliente:  Já estou sem ele?

Penso para mim:" ah está a se referir  ao dinheiro"!

Operadora de caixa: Sim , o seu dinheiro já passou para este lado!"

Cliente: Então pode deitar o talão fora. Obrigada e tenha um bom dia!

Eu: obrigada, bom dia!

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