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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Se eu mandasse por um dia

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Posso ser mázinha só por um dia!? Vou fazer de conta que sim...

Ou o cliente tem os cupões a jeito, ou esquece, não tem de ser a operadora a "catar" cupões, principalmente se a fila estiver grande!

Se demorar muito a encontrar a carteira ou os cartões,  a conta fica em espera e vou atender outra pessoa. Por vezes, o tempo que o cliente demora a encontrar tudo é imenso. Com esta regra, o cliente vai ter o cuidado de levar tudo preparado e em sítio que fique logo em mão!

Proibido atender e fazer chamadas, se está ao telefone não pode ser atendido, vai recambiado para o fim da fila!

Os sacos que trás de casa, são para mostrar à operadora, e é proibido passar com os mesmo, em formato balão dentro carrinho!

Quando estou a atender um cliente quem está a seguir não pode invadir o espaço do outro, pois há um sinalética no chão a respeitar!

Também é proibido quando estou a atender um cliente, o outros quererem fazer perguntas. Não têm nada que estar a interromper, esperam!

Largar as compras e irem à casa de banho, não! Se sabem que precisam ir à casa de banho vão primeiro e só depois é que vão para a fila. Civismo, que os outros não têm de estar à espera! Há quem tenha esta atitude várias vezes!

O cliente pode ir buscar alguma coisa que se esqueceu, convém é não demorar muito.

Os sacos que temos da fruta na caixa seriam unicamente para produtos que derramem, é que há clientes que querem um saco desses para cada produto que levam, é um exagero que se gasta em plástico!

Um vale de desconto no final para o cliente modelo. O que cumpriu todos os requisitos e teve as atitudes corretas!

Amigo, não empata amigo; cliente não empata cliente!

O cliente modelo: um modelo de cliente

Será que ele existe?

 

O cliente modelo, cumprimenta com um sorriso, e se possível olhos nos olhos;

 

O cliente modelo não reclama da nossa forma de ensacar, a menos que haja uma razão para tal! Juntar artigos, ditos da mesma secção, no mesmo saco que mal tem? A não ser que um seja para o cliente e o outro seja para o vizinho, e a intenção seja levá-los já separados;

 

O cliente modelo, colabora ajudando a operadora a embalar as compras e não fica ali parado à espera que a mesma embale tudo sozinha;

 

O cliente modelo, não está a reparar ou a criticar alguma coisa que o cliente anterior ou posterior fez;

 

O cliente modelo, não está sempre a tirar sacos para levar lá para casa. Leva apenas os suficientes para carregar as compras;

 

O cliente modelo, leva sacos ecológicos de casa;

 

O cliente modelo  ao ouvir o total, não acusa a operadora de se ter enganado ou acusa a empresa de ter as coisas mais caras, pode dizer apenas que o custo de vida está muito caro, pois é a verdade;

 

O cliente modelo não diz que no supermercado tal, as coisas são mais baratas, se é assim porque não foi lá antes?

 

O cliente modelo não atira com o dinheiro ou o cartão para a nossa frente, mas entrega-o nas nossas mãos, tal como nós fazemos no retorno;

 

O cliente ideal não faz queixa à operadora do tempo que esteve à espera em outra secção, ou mesmo de outra (o) colega (a não ser por um motivo realmente sério), pois é embaraçoso;

 

O cliente modelo, despede-se no final com cortesia.

 

Estas são algumas das características que me lembrei, mas certamente há muitas mais. Da minha parte, eu acho que essencialmente um cliente além de comprar e levar as coisas para casa, o que também quer é ser bem atendido.

 

A utopia da “operadora de caixa modelo/ideal” fica par uma próxima vez, onde pedirei a vossa colaboração.