Um cliente diz-me qualquer coisa, que não percebi, questionei, mas não me respondeu e continuou a falar.
Pensei que me podia estar a pedir alguma coisa, então disse: "desculpe, não percebi"! É quando a pessoa responde, tirando o cabelo que tapava o auricular. " não estou a falar consigo!"
Não é fácil fazer um atendimento por mímica para não incomodar!
Uma senhora, inclui nas suas compras, algumas covetes daquela comida pronta, que temos para venda.
Depois de pagar, a senhora saiu.
Daí a um bocado, a senhora volta e vai diretamente à minha caixa, pergunta-me se eu me lembro dela. Por acaso lembrava-me, mas podia não lembrar, já que são tantas caras que nos passam à frente, e eu não tenho boa memória visual!
A senhora mostra-me uma covete com "Brás de legumes", e diz-me que comprou aquilo para alguém que é vegan! Eu confirmo que sim, é um prato vegan, mas ela diz "mas a pessoa é mesmo vegan, então não come ovo, e eu fui ver os ingredientes e tem ovo!" Então, encaminho a senhora para fazer a devolução no balcão de apoio ao cliente. É quando ela me diz que não tem o talão. Pergunto se é fatura eletrónica e ela diz: " não, eu não o quis, lembra-se!"? Dessa parte já não me lembrava, mas lá fui remexer o lixo, até o encontrar , sob os olhares atentos dos clientes que tinha na fila, e da cliente que estava a atender! Felizmente, eu ainda mantenho o uso de álcool gel!
Com o talão, a senhora já pode ir resolver a situação. Sei , que por vezes é chato andar com talões e papéis na carteira, mas em casos como este ou semelhantes, dá jeito!
Hoje quando estava quase a terminar o atendimento a um cliente, ele diz-me: "Ah hoje está bem dispostas!?" Ao que respondo que tento estar sempre bem disposta para os clientes . E ele diz-me: "mas da última vez que me atendeu, eu estava ao telemóvel e você não me queria deixar terminar a conversa! É que estava a falar com um colega e não podia desligar assim, sem mais nem menos! As conversas não se acabam assim, não é!?"
Eu não fixo bem as caras, mas recordo, de estar a pedir a um cliente o cartão ou o dinheiro, e ele não me "atender" porque estava ao telemóvel. Agora percebo que esta pessoa ainda achou que eu é que estive mal, não foi ele que estava a fazer-me esperar (a mim) e ás outras pessoas, nós é que tínhamos todos de esperar que sua excelência terminasse a conversa, não urgente, com o seu colega!
Que vontade eu tive de lhe dizer umas quantas coisas, mas apenas lhe disse que em Portugal ainda era permitido as pessoas na caixa estarem ao telemóvel, mas que felizmente na Alemanha não era, e que tinha esperança que também chegasse cá! Ao que ele disse "isso é uma estupidez!"
Quero agradecer à Ligia Rodrigues, pela imagem e pela explicação:
«Tenho conhecimento da Alemanha, mas penso que é coisa de países nórdicos, tendo em conta a mesma mentalidade cívica, mas posso-lhe dizer que à minha frente uma operadora se recusou a atender o cliente até ele desligar a chamada.
Já em UK uma situação similar deu queixa da operadora .»
Se mais alguém fora de Portugal tiver algo do género, diga, porque já uma cliente me disse que vivia num pais onde havia mesmo um sinal de proibido na linha de caixas, tenho ideia de ser no Luxemburgo, mas posso estar enganada!
Continuo a precisar de doses extra diárias de paciência!
Um dia de muito movimento e clientes no supermercado, não me incomoda, até dá a sensação que o dia passa mais depressa.
No entanto, chegar ao ponto de não conseguir limpar o tapete, ( o mesmo estar molhado de peixe ou sujo de farinha, por exemplo) e o cliente dizer: "não tem um paninho?" Confesso que fico stressada, pois é como se me dissesse, "sua desleixada e badalhoca, não limpa isto?!"
Não é desleixo é falta de tempo, o tapete tem sempre artigos em cima, não o consigo limpar. Se ao menos ele se limpasse sozinho enquanto rola!
Estava um cliente (da 3º infância) no corredor a falar alto, a barafustar, com dois ou três artigos na mão e mesmo assim, gesticulava.
Como olhei para ele, ouvi ele dizer "empregadas" e depois "café". Deduzi que procurava o corredor do café, e dei indicação nesse sentido. Respondeu "Ah, está neste aqui!?Mas onde, não a vejo!"
É então que a cliente que estava a atender, a rir-se me diz "ele está é a dizer que não encontra empregadas, porque foram todas ao café!"
Lá peguei no telefone, para pedir apoio. A colega que atendeu, ouviu o senhor a falar alto e perguntou o que se passava, e disse-me calmamente que o senhor não encontrava ninguém porque a loja é grande. O que não deixa de ser verdade. Se o senhor tivesse procurado mais um pouco teria encontrado!
Lá veio alguém ajudar o senhor. E lá foi ele cheio de pressa. Entretanto, que ele pediu uma empregada e quem o acompanhou foi um empregado!
As pessoas por vezes acham que passamos o tempo todo no café, de férias, a almoçar, etc. Não percebem que esses momentos, não são feitos na hora do trabalho! Parece que querem ter ao seu dispor várias empregadas ao mesmo tempo, sempre à sua volta, para responder a perguntas, para os levar ao corredor certo, para dizer o preço, para segurar nos artigos. Claro que há situações que precisam mesmo de ajuda, mas há outras que até nem era assim tão preciso!
Quando o cliente chega à minha caixa pergunto se precisa de sacos. Nessa altura o senhor começa a olhar para cima, depois gira, e de seguida sai da minha caixa e vai a duas caixas à frente, onde não estava nenhuma operadora, mas estava lá um monte de sacos, e tira um. Volta para a minha caixa.
Eu digo: "mas eu tinha aqui sacos, esses são da colega"! Ao que ele responde: "mas o patrão não é o mesmo"!?
Habitualmente eu não tenho os meus sacos em cima do tapete, à vista, tenho-os dobrados num cesto logo à mão de os tirar quando o cliente precisa. Eu organizo-me melhor assim, mas algumas colegas preferem ter logo ali em cima do tapete. Felizmente cada um sabe como se organizar melhor e tem essa liberdade.
Desta vez eu estava do outro lado, ou seja, na fila do supermercado como uma cliente comum, e ouço um cliente a dizer: "Só duas caixas abertas! Aborrece-me tanto estár à espera. As operadoras, também não têm pressa, só devem de sair ás oito!"
Uma cliente já depois de ter pago a conta na caixa de uma colega que já tinha saido, foi ter comigo à minha caixa com um talão.
Cliente: Olhe estes biscoitos não estão em promoção!?
Eu: Não sei, só vendo...
Cliente: Estão pois, venha lá comigo ver!
Eu: Eu não posso sair daqui sem autorização, aguarde só um momento que vou chamar alguém!
Naquele momento não estava a conseguir chamar a minha colega.
Esta cliente vê um colega da Worten a passar e diz:
Cliente: Aquele colega, não pode lá ir!?
Eu: Não, aquele colega é da Worten!
Nisto passa uma colega de trabalho com um carrinho, que tinha um casaco por cima da farda...
Cliente: Está ali uma senhora, não pode chamá-la!?
Eu: Não, aquela colega está na hora de almoço!
Cliente: Ah, também ia lá num instante, mas está bem!
Nisto chega a minha colega, chamo-a e esta senhora vai logo na sua direção
Foram uns breves momentos, mas stressantes , esta senhora, queria...porque queria alguém, não era capaz de esperar, parecia que queria mandar, e afinal, o preço dos biscoitos estava correto!
Estou a atender um casal. Entretanto o marido foi andando com o carrinho das compras para o parque e a senhora ficou na caixa a tratar do pagamento. Entrega-me, entre outros, um cupão que tem escrito "em produtos da marca fula". O cupão não faz o desconto. Pergunto se leva mesmo o artigo, ao que a cliente me responde, sim, que leva óleo. Tiro uma impressão do talão onde vejo que o óleo que a senhora leva é da marca continente. Digo-lhe que o cupão só dá no óleo da marca fula.
E quem fica fula é a cliente que começa a dizer, que " isto é tudo um engano", rasga o cupão à minha frente e ainda diz que devia era de deixar (deixar, porque trocar, não) ali o óleo! Respondi: " neste caso, o engano foi da senhora que não trouxe o óleo que estava mencionado no cupão"!