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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

E esta hien!?

Hoje quando estava quase a terminar o atendimento a um cliente, ele diz-me: "Ah hoje está bem dispostas!?" Ao que respondo que tento estar sempre bem disposta para os clientes . E ele diz-me: "mas da última vez que me atendeu, eu estava ao telemóvel e você não me queria deixar  terminar a conversa! É que estava a falar com um colega e não podia desligar assim, sem mais nem menos! As conversas não se acabam assim, não é!?"

Eu não fixo bem as caras, mas recordo, de estar a pedir a um cliente o cartão ou o dinheiro, e ele não me "atender" porque estava ao telemóvel. Agora percebo que esta pessoa ainda achou que eu é que estive mal, não foi ele que  estava a fazer-me esperar (a mim) e ás outras pessoas, nós é que tínhamos todos de esperar que sua excelência terminasse a conversa, não urgente, com o seu colega!

Que vontade eu tive de lhe dizer umas quantas coisas, mas apenas lhe disse que em Portugal ainda era permitido as pessoas na caixa estarem ao telemóvel, mas que felizmente na Alemanha não era, e que tinha esperança que também chegasse cá! Ao que ele disse "isso é uma estupidez!"

Quero agradecer à Ligia Rodrigues, pela imagem e pela explicação:

«Tenho conhecimento da Alemanha, mas penso que é coisa de países nórdicos, tendo em conta a mesma mentalidade cívica, mas posso-lhe dizer que à minha frente uma operadora se recusou a atender o cliente até ele desligar a chamada.
Já em UK uma situação similar deu queixa da operadora .»
 
Se mais alguém fora de Portugal tiver algo do género, diga,  porque já uma cliente me disse que vivia num pais onde havia mesmo um sinal de proibido na linha de caixas, tenho ideia de ser no Luxemburgo, mas posso estar enganada!

nalemanhaeassim.jpgContinuo a precisar de doses extra diárias de paciência!

Não tem um paninho!?

Um dia de muito movimento e clientes no supermercado, não me incomoda, até dá a sensação que  o dia passa mais depressa.

No entanto, chegar ao ponto de não conseguir limpar o tapete, ( o mesmo estar molhado de peixe ou sujo de farinha, por exemplo) e o cliente dizer: "não tem um paninho?" Confesso que fico stressada, pois é como se me dissesse,  "sua desleixada e badalhoca, não limpa isto?!"

Não é desleixo é falta de tempo, o tapete tem sempre artigos em cima, não o consigo limpar. Se ao menos ele se limpasse sozinho enquanto rola!

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A reclamar é que a gente se entende

Estava um cliente (da 3º infância) no corredor a falar alto, a barafustar,  com dois ou três artigos na mão e mesmo assim, gesticulava. 

Como olhei para ele, ouvi ele dizer "empregadas" e depois "café". Deduzi que procurava o corredor do café, e dei indicação nesse sentido. Respondeu "Ah, está neste aqui!?Mas onde, não a vejo!"

É então que a cliente que estava a atender, a rir-se me diz "ele está é a dizer que não encontra empregadas, porque foram todas ao café!"

Lá peguei no telefone,  para pedir apoio. A colega que atendeu, ouviu o senhor a falar alto e perguntou o que se passava, e disse-me calmamente que o senhor não encontrava ninguém porque a loja é grande. O que não deixa de ser verdade. Se o senhor tivesse procurado mais um pouco teria encontrado!

Lá veio alguém ajudar o senhor. E lá foi ele cheio de pressa. Entretanto, que ele pediu uma empregada e quem o acompanhou foi um empregado!

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As pessoas por vezes acham que passamos o tempo todo no café, de férias, a almoçar, etc. Não percebem que esses momentos, não são feitos na hora do trabalho! Parece que querem ter ao seu dispor várias empregadas ao mesmo tempo, sempre à sua volta, para responder a perguntas, para os levar ao corredor certo, para dizer o preço, para segurar nos artigos. Claro que há situações que precisam mesmo de ajuda, mas há outras que até nem era assim tão preciso!

O lunático dos sacos

Quando o cliente chega à minha caixa pergunto se precisa de sacos. Nessa altura o senhor começa a olhar para cima, depois gira, e de seguida sai da minha caixa e vai a duas caixas à frente, onde não estava nenhuma operadora, mas estava lá um monte de sacos, e tira um. Volta para a minha caixa.

 

Eu digo: "mas eu tinha aqui sacos, esses são da colega"! Ao que ele responde: "mas o patrão não é o mesmo"!?

 

Habitualmente eu não tenho os meus sacos em cima do tapete, à vista, tenho-os dobrados num cesto logo à mão de os tirar quando o cliente precisa. Eu organizo-me melhor assim, mas algumas colegas preferem ter logo ali em cima do tapete. Felizmente cada um sabe como se organizar melhor e  tem essa liberdade.

 

lunatico1236.jpg

Situação de impaciência

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Uma cliente já depois de ter pago a conta na caixa de uma colega que já tinha saido, foi ter comigo à minha caixa com um talão.

 

Cliente: Olhe estes biscoitos não estão em promoção!?

 

Eu: Não sei, só vendo...

 

Cliente: Estão pois, venha lá comigo ver!

 

Eu: Eu não posso sair daqui sem autorização, aguarde só um momento que vou chamar alguém!

 

Naquele momento não estava a conseguir chamar a minha colega.

 

Esta cliente vê um colega da Worten a passar e diz:

 

Cliente: Aquele colega, não pode lá ir!?

 

Eu: Não, aquele colega é da Worten!

 

Nisto passa uma colega de trabalho com um carrinho, que tinha um casaco por cima da farda...

 

Cliente: Está ali uma senhora, não pode chamá-la!?

 

Eu: Não, aquela colega está na hora de almoço!

 

Cliente: Ah,  também ia lá num instante, mas está bem!

 

Nisto chega a minha colega, chamo-a e esta senhora vai logo na sua direção

 

Foram uns breves momentos, mas stressantes , esta senhora, queria...porque queria alguém, não era capaz de esperar, parecia que queria mandar, e afinal, o preço dos biscoitos estava correto!

 

O cliente nunca se engana!?

Estou a atender um casal. Entretanto o marido foi andando com o carrinho das compras para o parque e a senhora  ficou na caixa a tratar do pagamento. Entrega-me, entre outros,  um cupão que tem escrito "em produtos da marca fula". O cupão não faz o desconto. Pergunto se leva mesmo o artigo, ao que a cliente me responde,  sim, que leva óleo. Tiro uma impressão do talão onde vejo que o óleo que a senhora leva é da marca  continente. Digo-lhe que o cupão só dá no óleo da marca fula.

E quem fica fula é a cliente que começa a dizer, que " isto é tudo um engano", rasga o cupão à minha frente e ainda diz que devia era de deixar (deixar, porque trocar, não) ali o óleo! Respondi: " neste caso, o engano foi da senhora que não trouxe o óleo que estava mencionado no cupão"!

Nem me disse mais nada!

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O espaço entre o cliente e o operador de caixa

No outro dia num supermercado da concorrência, fiquei com uma certa inveja das operadoras de caixa de lá! Elas têm a sorte de ter a parte em acrílico que separa o cliente do operador muito mais segura, mais alta, maior. É tipo uma barreira onde assim o cliente não poderia fazer certas coisas como nos fazem. Porque muitos clientes invadem o nosso espaço, mexem nas nossas coisas, como por exemplo na esferográfica, arrancam-nos os artigos das mãos antes de nós os registara-mos, tiram-nos os sacos da frente. Um dia tinha lá notas de cinco euros que a colega do balcão me tinha trazido e como eram novas, um cliente resolveu pegar-lhes, fiquei impressionada!

 

Era previsível

Uma cliente pergunta-me se lhe posso dar sacos grandes. Eu dou, mas digo que não tenho muitos porque os ditos sacos, são destinados a artigos grandes. A senhora diz que lhe dá mais jeito aqueles e até diz com um ar severo que se for preciso paga-os, porque assim coloca tudo lá e até poupa em sacos, uma vez que dois lhe  bastam. Antes que houvesse chatices dei-lhe logo os sacos grandes. Começa a ensacar as latas de comida para animais. Quando acaba de encher o saco e o vai pegar para colocar no carrinho, diz: "ah...está tão pesado...eu não posso com isto!" Não me ofereci para ajudar, porque aquele peso ia me deixar com uma valente dor de costas. Mas a senhora, decide então tirar as coisas do saco grande e dizer que  afinal quer antes sacos pequenos. Era previsível, mas enfim! O tempo que demoramos enquanto outras pessoas tiveram de esperar, podia ter-se evitado!