Um cliente depois de ensacar as compras e pagar, sai deixando lá tudo. Tive de o chamar bem alto, porque ele não ouviu à primeira. Quando ele volta e chega à minha caixa para apanhar os sacos diz "isto quando os rolamentos funcionam a caroços de azeitona, é no que dá!"
Mais uma expressão nova para mim, e mais um momento divertido!
Estavam dois senhores já de alguma idade, mas muito bem dispostos e divertidos na fila. Conheciam-se e lá iam conversando, até que um pergunta ao outro se ele ainda tinha o seu negocio, ao que o primeiro lhe responde: "Eu agora já estou na fase do Baltazar, de noite é para dormir, e de dia é para descansar"!
Lá está mais uma frase/rima, daquelas que eu apanho dos clientes, e colecciono aqui neste blogue. E para mim esta é nova, sempre a aprender alguma coisa!
Pergunto ao cliente se quer descontar o valor da compra do cartão continente, ele pergunta se tem saldo suficiente. Digo que sim e ele responde: " Então quero, pagar e morrer o mais tarde que puder ser"!
Já tinha ouvido uma frase semelhante, mas sem rimar. Agora, analisando bem, se o mais tarde que puder ser, significar ficar a dever dinheiro, não combina muito comigo!
Como já aqui referi, costumo estar atenta, a ditos, provérbios, expressões ou frases que os clientes costumam dizer no contexto do universo do supermercado.
Já por diversas vezes, aconteceu clientes deixarem carrinhos ou cestos a marcar lugar na fila. Sempre lhes disse que os carrinhos não marcavam vez e nem sempre aceitaram o facto.
Mas agora, através de um cliente que ao ver um cesto sem dono, proferiu a seguinte frase: "embrulho sem freguês, não marca vez!" percebi que tinha um ponto a favor, e da próxima vez que surgir a situação, vou eu também usar esta máxima!
A propósito do supermercado estar em obras, em remodelação, em mudança, todos os dias ouvimos comentários dos clientes, uns agradáveis e outros nem tanto. Enfim, a falta de paciência, a intolerância, é factor comum a muitas pessoas.
Uma cliente disse-me: "porque é que não contrataram aquelas empresas que fazem as coisas da noite pro dia?" Fez-me lembrar o programa "querido mudei a casa", mas esquecem-se que a magia da televisão tem certos truques, e que mostram as coisas como se aquelas obras se fizessem num passo de mágica!
Surgem igualmente situações em que os clientes dizem gostar da mudança, e de a mesma dar a sensação de o espaço estar mais amplo...
Também aconteceu uma cliente, brincar com a situação, e por não encontrar os produtos nos sítios habituais, dizer que precisa de um croqui e usar um dito que eu não conhecia, mas que ficou registado: Em casa mudada, não se acha nada!
Pelo que me consta, quando tudo estiver acabado, quando os clientes tiverem tempo para decorar onde estão os produtos e já não andarem perdidos à procura de um qualquer artigo, vão perceber que a mudança foi para melhor!
Por vezes passa algum tempo sem que ouça ditados ou expressões novas dos clientes, no entanto, no espaço de dois dias, aprendi duas coisas novas, e ambas tendo ver com poupança, com gastos...
A primeira, tive de pedir ao senhor (um velhote queixoso dos gastos) para repetir, e espero tê-la apreendido bem:
Valha-me Santa Quitéria
Prima do tio Joaquim
Eu a fugir da miséria
E ela sempre atrás de mim
A outra foi uma senhora que vinha a dizer a frase para o marido:
Lembram-se que no inicio deste blogue , eu falava muito do sr. Provérbios. Um senhor que é cliente habitual, que nos visita diariamente, apesar de ir mais em passeio do que ás compras. Mas assim, vai curtindo a reforma, que segundo ele, é boa. Um senhor que costuma ter sempre um provérbio, uma frase, uma rima, algo assim do género.
Este senhor anda sempre de bicicleta, a quem chama de "o meu Mercedes". Ao que parece gosta mesmo muito de bicicletas.
Hoje quando lhe perguntei se queria contribuinte na fatura, e talvez porque acredite, que as faturas ainda são premiadas e que o prémio é um carro. Responde que não quer carros, porque só gosta de bicicletas. E remata com isto:
Como já aqui disse, tenho o hábito de colecionar provérbios, expressões e ditos dos clientes. Um destes dias falava do dinheiro e da falta dele com uma cliente, e até usei uma expressão que aprendi há uns tempos. E a cliente diz que a sua mãe tem uma outra teoria que é " O dinheiro na casa de certas pessoas é fêmea, mas na minha é macho" - porque não se reproduz ou multiplica, não faz filhos, não dá frutos!