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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

O tapete rolante do supermercado não é carrossel

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Um destes dias, um casal de avós, teve a ideia peregrina de colocar a netinha pequenina (praticamente bebé) dentro do cestinho de rodas e na ponta do tapete, para a criança andar, como se aquilo fosse um carrossel.

Riam-se muito, divertidos,  sem noção, do perigo, da insensatez. Foi um colega que me chamou a atenção, o que fez com  que eu imediatamente desligasse o tapete rolante, mas o pedaço de tempo que o tapete andou ficou sujo das rodas do carrinho e até riscado. Só lamento ter ficado tão perplexa, que não consegui dizer alguma coisa, mas, ao verem que o tapete não ia andar tiraram a criança!

Ainda devem ter achado que fui uma chata por não ter participado naquela brincadeira! Certamente o meu semblante , falou por mim! Muito gostam os adultos de achar que o tapete serve para colocar lá as crianças! Certamente já viram algo parecido!

Eram uns avós aparentemente todos chiques, mas com esta atitude adolescente e parva! Se acontece um acidente, de quem seria a culpa? Que gente mais inconsciente!

Desculpem o desabafo, mas fiquei indignada!

O homem das cavernas

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Um senhor que levava um só artigo, responde que sim, à pergunta se precisa de saco! Abre o saco coloca o artigo lá dentro, a conta foi €5,09.

Dá-me €5,20. Entretanto diz-me:" Então mas estava lá marcado €4,99!?" Ao que eu respondo " Sim, mas os €0,10 é do saco"! É quando ele tira o artigo do saco e os €0,20 que já me tinha dado e diz: "O quê!? Pagar €0,10 !? Só se eu estivesse maluco! Chame a administração"! E nisto sai, com um cêntimo de troco, deixando o saco, que já estava contabilizado e não foi anulado!

Claro que foi apenas €0,10, mas a atitude deste senhor aí na casa dos 60 anos, parecia de alguém que nunca tinha ido ao supermercado, pois os sacos já são pagos desde 2015 e sempre deste mesmo valor!

Treinadores de bancada - é o cliente que manda

Estava tudo a correr normalmente, mas de um momento para o outro, as filas começaram a aumentar.

O Continente tem o balcão de atendimento, onde quem lá está, consegue perceber, normalmente, quando é altura de chamar mais alguém para as caixas.

No entanto, já por diversas vezes, os clientes me pediram para eu chamar alguém para as caixas. Isso voltou a acontecer. Eu disse que as colegas já iam chamar, porque eu até podia chamar, mas cada macaco no seu galho, e a situação ainda não estava nesse ponto de gravidade!

Por vezes não é possível chamar logo naquele momento, é só preciso terem um pouco de paciência!

Entretanto, um cliente que estava na fila, e que tinha com certeza ouvido uma outra cliente, já lá ter ido pedir para eu chamar alguém, diz-me:" olhe lá, estão ali duas colegas suas na conversa, não as pode chamar para a caixa!?"

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Primeiro, fiquei com o meu ar de espanto a olhar para o senhor, depois procurei ver quem seriam as colegas. Quando percebi disse ao senhor:" olhe aquelas colegas não estão na conversa, é uma chefe , certamente a transmitir uma ordem de tralho à operadora de loja. Nenhuma delas é das caixas. E também é preciso pessoas para colocarem os artigos nas prateleiras!"

Isto é mesmo inacreditável, agora os clientes, querem ser eles a decidir quem vai para as caixas. Certamente metiam todas as pessoas nas caixas e depois não iam ter artigos nas prateleiras!

Haja paciência infinita!

O respeito pelo nosso trabalho continua a evoluir...

Um casal de clientes depois de colocar os seus artigos sobre o tapete, levava um casaco pendurado no carrinho e uma caixa, que na altura não percebi do que era, dentro do carrinho. Então debrucei-me para ver melhor o interior do carrinho e perguntei o que era aquela caixa.

O senhor pega na caixa e atira-me para cima, e diz "é isto que você quer"! Era uma caixa de pastilhas elásticas vazia. Fiquei a olhar para o senhor e disse-lhe que não precisava de me atirar assim a caixa e ele respondeu: "você faça mas é o seu trabalho e deixe de desconfiar dos clientes!" Respondi: " é justamente o que estou a fazer, o meu trabalho!"

A esposa estava só a dizer "deixa, não ligues", mas ele continuava a barafustar. Ainda o ouvi dizer "não limpam os carrinhos"!

Enfim, lá foram com a razão deles!

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Fatura com privacidade, se faz favor!

Não sei se é assim em todos os supermercados, mas, no continente, quando a fatura é com número de contribuinte e o valor é superior a €100, o sistema pede os dados do cliente, tipo, nome, morada, código postal.

Estava a atender um cliente que queria a fatura com contribuinte, e, ao carregar, no sistema, apenas tinha o número de contribuinte já associado e os outros campos estavam preenchidos com um "X". Então, comecei por perguntar ao cliente, o primeiro e último nome, afim de preencher o "quadro". E ele com ar desconfiado, pergunta para que quero eu saber. Então eu digo-lhe que é para para preencher corretamente os seus dados, e até virei o ecrã para ele ver como estava no sistema. Então ele respondeu: " Não quero nome, nem moradas, só o número".   Insisto que é para os dados ficarem corretamente preenchidos, ao que ele responde:" então, mas uma pessoa já não tem direito à sua  privacidade? Não quero mais dado nenhum aí!"

E pronto, desisti. Assim ficou. E este cliente não deve ser o único, há outros clientes que têm campos preenchidos com o tal X, não sei se  o motivo é o mesmo.

No meu caso já não é a primeira pessoa que diz para ficar com o X e não colocar lá os dados!

Não sei bem porque pedem contribuinte, mas querem privacidade!

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Os supermercados têm câmaras de vigilância

Por vezes, há situações que são mesmo embaraçosas. Há quem se esqueça que existem câmaras de vigilância nos supermercados. Fui informada que determinada cliente foi vista  a fazer batota com uns preços de um artigo da peixaria, digo assim, para  não entrar em pormenores e não dar ideias a outros como ela. .

O que fiz foi descolar, retirar o artigo, e registar. A cliente em questão apenas queria pagar umas sardinhas e levar à borla uma posta de outro peixe, que era de um preço bem mais elevado!

Mas a cliente não teve qualquer tipo de incómodo, pois já lá voltou outras vezes e de vez em quando, tenta a sorte.

Será que ela imagina  que já sabemos todos que tem esta atitude e que a vemos da forma que vemos!?

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Não vem ninguém praqui!?

Uma cliente  começa a colocar os artigos  numa caixa sem operadora e começa a gritar: "Não vem ninguém praqui!?Não vem ninguém praqui!?" Ainda achei que tinha percebido mal e da minha caixa pergunto à senhora o que precisa e ela responde que não tem ali ninguém para a atender, ao que lhe respondo, que aquela caixa está fechada e que não tem lá ninguém!

Há dias em que só aparecem cromos!

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O cliente é que sabe! Só que não!

Estou a atender um senhor acompanhado pela esposa. Mas ela parecia estar lá, só para arrumar os artigos, ele é que ia pagar.

Quando pergunto se quer o número do contribuinte na fatura, ele não responde. Então pergunto de novo, mas de novo, não me responde! Só me pede para descontar o saldo do cartão e depois  já está a inserir o cartão para pagar. Quando o talão está a sair diz-me: "então, ponha lá agora o contribuinte"! Respondo que naquele momento já não ia dar, mas disse-lhe que lhe tinha perguntado duas vezes. E ele diz que não respondeu, porque primeiro queria orientar o desconto e o pagamento!

Ora tinha apenas dizer que sim, ou será que isso o impedia a concentração do resto!? Depois foi pedir a fatura ao balcão, todo chateado!

[Qualquer dia vou escrever sobre qual serão as razões de muitas vezes, os clientes, não nos responderem! As vezes que repetimos as perguntas! As vezes que quase gritamos para nos ouvirem!]

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Como se fosse normal...

Estou a registar os produtos a uma senhora. Quase ao fim do registo ela, retira dois snacks de cão pedigree da mala e  diz-me: " Ah espere! Aí que já me ia esquecendo, falta isto !" Eu digo-lhe  que não pode levar as coisas dentro da mala, e ela diz-me que a cadela dela quando a dona  chega vai logo a correr ter com ela porque sabe que ela lhe leva aquele miminho, como se aquela atitude, onde quase se esquecia de pagar não tivesse mal algum! Ainda lhe pedi para não voltar a fazer, mas acho que nem me deu importância!

Esta situação já não é a primeira vez que me surge, só não sei se foi a mesma senhora!

Era só colocar o artigo na mala depois de pago. Isto há com cada uma!

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Continua a falta de respeito pelo espaço do outro

Estavam duas pessoas com os artigos sobre o tapete, julguei pela proximidade, que estavam juntas. Entretanto, quando o homem estava do lado de saída, a outra pessoa passou também para aquele lado.

Nessa altura, o homem pára de arrumar os produtos, e vai para o topo. Estranhei, mas continuei a registar. Então ele cruza os braços. Pergunto se precisa de alguma coisa. Então ele diz : "Preciso de privacidade para arrumar as minhas compras, pois tecnicamente este lugar foi por mim alugado, é um direito que tenho. Se fosse num banco não teria ninguém a espiar-me!" Respondo que tem toda a razão e digo-lhe que pensei que estavam juntos. Pedi à senhora para se afastar daquele tapete de saída, porque o mesmo enquanto o senhor estava a embalar, era dele . A principio não se afastou, ou seja, não aceitou o reparo. Então o senhor, disse que assim também não ia arrumar as compras e ia esperar que a senhora mudasse de atitude. Eu, para que a senhora percebesse que ela estava sem razão, sentei-me e disse "olhe eu também posso esperar, ainda falta bastante para a minha hora de saída!"

Felizmente não estavam mais pessoas no momento!

Foi ao ver-nos ambos parados que se afastou, mas chamou-o de mal educado. A situação já me estava a stressar, então eu disse: " é que nem a pandemia ensinou as pessoas a respeitarem o espaço dos outros"!   Não fazia sentido algum, a mulher estar encostada ao tapete de saída, onde estavavam a ser arrumados artigos, que não eram dela! É que já nem tem a ver com distanciamento social, é mesmo a invasão de espaço!

Haja paciência!

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