Um cliente diz-me qualquer coisa, que não percebi, questionei, mas não me respondeu e continuou a falar.
Pensei que me podia estar a pedir alguma coisa, então disse: "desculpe, não percebi"! É quando a pessoa responde, tirando o cabelo que tapava o auricular. " não estou a falar consigo!"
Não é fácil fazer um atendimento por mímica para não incomodar!
A propósito do assunto dos supermercados mais baratos, a Proteste fez um estudo que comparou três cabazes de compras em várias superfícies comerciais de todo o país. E agora até existe um simulador, feito pela DECO para nos ajudar a escolher o supermercado mais barato, experimentem…
Já aqui disse algumas vezes que uma das coisas que gosto neste trabalho é o atendimento ao publico. Hoje enquanto passava por uma situação desagradável, concluí, que a característica que gosto mais, é por vezes a característica que gosto menos.
Passo a explicar: Perguntei ao cliente no final do registo se tinha cartão Modelo. A resposta foi o mais inesperado possível: " Para que é isso? Seus mentirosos! Dizem que dão descontos! Vocês são como o governo, prometem mas roubam aos pobres! Seus filhos da mãe!" Depois deste discurso todo, pensei que o cliente não me ia dar o cartão Modelo e fiz o pagamento porque já me tinha dado a nota. Acontece que passados uns segundos, atira-me com um molho de chaves, onde estava incluído aquela chapinha do cartão Modelo, para frente. Já não dava para passar, porque eu já estava a fazer o troco. Pensei mesmo em fugir dali a correr. Lá arranjei coragem e disse :" desculpe, pensei que não tinha o cartão!" Nem me deixou terminar agarrou nas chaves, no troco e foi embora todo zangado.
Este cliente tinha mesmo ar de mau, pois tinha aquelas patilhas no rosto ( é uma associação minha, pronto). Além da aparência que metia medo, deve ser um bruta montes! Custou-me muito esta situação, não é justo ter de aturar isto! Este atendimento não!
Esta imagem tirada da internet, é quase uma cópia do dito senhor...
Estava a atender um Sr., muito bem parecido, na casa dos cinquenta anos. Na fila estava uma senhora, suponho que na mesma faixa etária. Ela estava em bico de pés, quase saltava, fazia sinais que eu não percebia. Até pensei que estava algo errado comigo. Quando este senhor sai, ela então desabafa. Pergunta-me se eu não reparei quem era o Sr.. Eu respondi que não. Ela disse " não me diga que não o conhece, ele é um deputado, costuma aparecer no parlamento..." a senhora até me disse o partido, mas eu sinceramente como não ligo muito a politica, não faço a menor ideia quem seja o senhor.
Posso dizer que foi muito cordial e simpático. Mas aquela mulher estava eufórica, parecia uma das fãs do Tony Carreira!
Não é para me gabar, que nem ligo a isso, mas já atendi outras pessoas famosas. Se voltar a atender este senhor, não o vou reconhecer, como já vos disse, não sou boa fisionomista!
Não podermos atender pais, marido, irmãos, filhos, namorado, etc., na nossa caixa, é uma norma da empresa. Acredito que seja assim na Sonae e em todas as empresas concorrentes do ramo. Há dias, estava a atender uma colega minha que levava o filhote, e disse-lhe " mostra lá um sorriso à tia!" Na verdade eu não sou tia do menino, mas é um hábito que tenho com as minhas amigas, chamar-mos sobrinhos e tias no nosso ciclo de amizades. No momento deste episódio fiquei com a sensação que alguém ficou com dúvidas, pois vi um olhar focado em nós. Mas como nada me disseram, deve ter sido apenas impressão minha!
Ainda assim, acho que é melhor não usar estes termos, pois não quero confusões!
Não existe qualquer lei que regule o atendimento prioritário. Ter esta caixa é opção da empresa e é a esta (empresa) que compete regular o seu cumprimento... É a operadora ou a cliente que tem de pedir permissão á fila (delicadamente) para que lhe cedam lugar.
Encontrei este escrito algures e queria partilhar com os visitantes e amigos…
Como já tenho referido diversas vezes, o respeito e consideração pelo cliente faz parte não só da minha personalidade, mas também é regra do meu trabalho. É o que chamamos um atendimento Sonae.
Há poucos dias um jovem casal com o seu carrinho de compras coloca os artigos no tapete, e passa com uma velocidade relâmpago para o outro lado levando no carrinho alguns artigos. Assim que passam a Sra. coloca o seu casaco sobre os packs de leite que lá estavam. Até parecia que estavam á espera do momento em que eu tivesse a olhar noutra direcção. Ainda pensei " será que isto é um teste para medir a minha atenção"!? No carrinho iam 4 packs de leite meio gordo mais dois packs de leite com chocolate cada uma com 27 pacotinhos. Eu fiquei a fitar a situação, para ver se eles diziam alguma coisa… mas nada! Estavam com uma atitude normal e descontraída. Eu já estou nisto a alguns anos e sei que estavam a ver se passava. Muitos clientes pensam que nós somos umas totós que ali estamos. E não pensem que é ao tio Belmiro que estão a "tirar" algo, ou que ele é muito rico e que não lhe faz falta! Pois é a mim que estão a prejudicar e a enganar, pois essa tentativa é para mim uma ofensa á minha função e ao meu trabalho. Não permito que me façam de parva! Levantei-me e perguntei por os artigos que ali estavam. Eles na maior das descontracções disseram" está lá ao fundo um exemplar de cada artigo!" Pois na verdade estava, mas eu adivinhava a quantidade sem eles me mostrarem?!
Há um hipermercado da concorrência que obriga os clientes a colocarem todos os artigos em cima do tapete, nós damos aos clientes a oportunidade de um menor esforço e pedimos para que coloquem nos artigos mais pesados apenas um e depois multiplica-mos. Mas para isso tem de esperar para vermos e contabilizar as quantidades, não é "correr" o carrinho para o outro lado com tantapressa!