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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Quando o alarme toca

Quando o alarme apita, os olhares direccionam-se logo para o local. Numa das ultimas vezes que isto aconteceu, uma senhora já com alguma idade queria se despir, dizendo : " eu dispo-me"! Começou a levantar a camisola, disseram-lhe: " não é preciso, deixe estar", mas ela insistia em se despir. Uma coisa que até podia passar despercebida, pois descobriu-se que era uma etiqueta numa camisola, tornou-se palco de uma espécie de revista à portuguesa, tal não foi o espectáculo que a senhora fez a falar alto e a teimar em se despir!

O alarme tocou e o cliente parou!

Os alarmes tocam tantas vezes! Aquele som incomodativo, barulhento, irritante, mas necessário! Hoje o senhor já estava tão atrapalhado, pois tirou a carteira, o telemóvel e o som persistia. Foi lá o segurança, perguntou se tinha alguma peça de roupa nova, e o cliente respondeu que não. No entanto era o seu pulôver, mesmo não sendo novo (e já tendo passado pela máquina de lavar, certamente) que ainda tinha o alarme. De imediato o segurança retirou o alarme,  o cliente voltou a passar e o alarme já não apitou.

São muitas vezes as peças de roupa,  que provocam estas situações embaraçosas. Por isso,  quando vestirem alguma peça nova rectifiquem se não está por lá algum alarme!

A mais pura inocência...

 

Um velhote que apenas trazia como artigos umas frutas e uns legumes, faz o alarme tocar. Como já neste dia tinha acontecido uma situação duvidosa, o segurança chegou logo à minha caixa. Este senhor era daquelas pessoas tão pacatas que nem se dava conta do que se estava a passar.

 

"Mas então isto está apitar, e faz diferença que apite a vocês?" - Dizia

 

" Só temos de ver porque apita! Tem telemóvel?" - Respondíamos

 

" Não uso cá isso! Tenho é uma navalhita (canivete)!" -  Continuava

 

O segurança observou de todas as formas possíveis , com carteira sem carteira, com canivete sem canivete, até sem cinto. Pobre homem, tive tanta pena do velhote. Não se conseguiu descobrir o que este senhor tinha para accionar o alarme, mas dava para perceber pela sua atitude, pelo seu vestir, e pelo seu falar que estava completamente inocente. Até acredito que ele não tenha chegado a entender o significado do tocar do alarme...

 

O tema gripe é notícia todos os dias

Nos   últimos dias, as noticias sobre o aumento da gripe, têm dominado os nossos dias. Acredito mesmo que há um certo medo nas pessoas.  No meu local de trabalho, já estão afixados uns folhetos, na parte restrita a colaboradores. Ensina e aconselha-nos nos princípios básicos de higiene. Eu noto as pessoas mais atentas e até desconfiadas. Ontem quando uma colega  deu um espirro, colocou  inconscientemente a mão á frente da boca... o cliente que estava na sua frente  reprimiu-a logo dizendo que agora é o braço que se coloca á frente e não a mão.
 
Outro assunto que falamos lá entre colegas é que agora se alguém de nós for de férias para o estrangeiro, temos de avisar a empresa. Fiquei a pensar...mas nós estamos mais expostas ali em frente dos clientes, já que os próprios clientes podem ter viajado, não será?
Num outro lugar (fora do supermercado), encontrei uma informação que dizia assim:
 
Cuidados a ter nas compras:
  • Fazer compras fora das horas de ponta para evitar grupos de pessoas.
  • Utilizar luvas no manuseamento dos carrinhos de compras e dos artigos á venda que poderão estar contaminados; as luvas só deverão ser retiradas em casa, e deitadas de seguida no lixo.
É nestas alturas ao ler estas coisas que reflicto e penso... estou num local de risco. Mas enfim, não se pode estar a pensar muito nisso, afinal ainda não há motivo para alarme, não é?

 

Quando as antenas apitam

 

É um facto que desorienta e perturba muito os clientes o apitar das antenas. Já assisti a muitos episódios destes, mas hoje fiquei cheia de pena de uma cliente. Ela estava completamente inocente. Pelo sotaque não era portuguesa, devia de ser inglesa. Quando o alarme começou a apitar o segurança aproximou-se logo, e como sempre, tudo o que rodeava aquela caixa parou! Todos os olhos se direccionavam para a senhora. Ela tinha uma mala enorme o segurança ia pedindo para ela tirar as coisas para o tapete. Nem imaginam a quantidade de objectos que ela trazia dentro da mala, fraldas, toalhitas, caixas, enfim mas notava-se que não era nada daquilo que apitava. A senhora tremia por todos os lados, de súbito o segurança lá descobriu uma embalagem de pilhas vazia que nem sequer eram vendidas lá no supermercado. Quando o segurança saiu e eu comecei a passar os artigos, a senhora desabafou dizendo que estava desorientada. Olhei para ela, disse para se aclamar que eram situações absolutamente comuns.

 

Já tinha os olhos com lágrimas, mas lá se conseguiu conter...Imaginem  o desespero dela num país que não era o dela, mesmo sabendo-se inocente todo aquele aparato deve-a ter assustado. Como eu lamentei a situação. Infelizmente este procedimento é necessário, digo infelizmente, porque se as pessoas fossem mais honestas, não haveria esta necessidade de vir logo a segurança, a chefia, enfim...tudo poderia ser mais discreto...

 

Há situações difíceis de perceber...

 

Tocou o alarme quando uma senhora passava depois de colocar os artigos no tapete... O segurança de serviço naquela hora dirige-se á senhora de forma rude e pediu-lhe, depois de constar que o que tinha accionado o alarme vinha da sua mala, que tirasse tudo da mesma.

 

O que me impressionou foi a falta de delicadeza por parte do segurança, parecia um polícia já com a certeza de ter apanhado um criminoso. Depois de despejar tudo em cima do check-out descobrimos que a senhora tinha lá algo já usado mas que ainda tinha o selo de alarme. Então e de novo sem qualquer subtileza ele perguntou á cliente se necessitava de usar a embalagem, e como a senhora disse que sim, ele rasgou o selo que accionava o alarme e devolveu o artigo á senhora, No final nem um pedido de desculpa. Disse simplesmente obrigado! A senhora depois de tudo isto disse-me que jamais voltaria ali, por causa da vergonha que a haviam feito passar. Eu ainda tentei remediar a situação, mas creio que não foi suficiente.

 

A senhora até vinha com uma bata identificada, creio que deve trabalhar em algum hospital, clínica ou algo do género. Foi uma situação lamentável, é lógico que os seguranças têm de fazer o trabalho deles, mas um pouco de mais civismo não caìa nada mal, já que como se costuma dizer até prova em contrário todos são inocentes...e o cliente merece todo o nosso respeito...