Só quando temos por perto, alguém que conhecemos e estimamos, com deficiência visual, é que percebemos, que muitas vezes, há locais, que ainda lhes falta alguma coisa, para estarem mais acessíveis a pessoas com esta particularidade.
Um supermercado mais acessível, teria, por exemplo:
Na entrada, sinalização sensorial no chão, vi algo do género numa passadeira na estrada aqui .
Poderia estar no inicio de cada corredor, no chão algo escrito em braille que identificasse o corredor, por exemplo, "produtos de higiene" , "massas", "cafés" onde, suponho que com a ajuda da bengala de apoio, desse para se conseguir de forma mais fácil, obter essa informação.
Nos produtos, também em braille, rótulos com os nomes dos produtos, características e até datas de validade.
Para quem vê mal, seria bom haver rótulos com letras grandes e legíveis
As prateleiras com fácil acesso, com espaço confortável de aproximação frontal e lateral.
Talvez sinais/voz sonoros para os ajudar a perceber quando os caixas estão livres.
E a operadora de caixa de caixa teria formação para tratar, com paciência e leveza, cada tipo de situação.
Assim a ida ao supermercado já se tornava mais fácil, e poderiam ser mais autónomos.
Certamente, estes clientes especiais, os seus familiares e pessoas próximas ainda teriam mais algumas coisas a acrescentar. Se quiserem deixem ideias!
Encontrei numa pesquisa, um carrinho de compras, que auxilia invisuais
A notícia não é de agora, mas acho que este carrinho ainda não deve ter chegado a Portugal. O carrinho conta com uma barra sensível ao toque na qual a pessoa põe as mãos para o mover. O cliente pede e segue instruções através de inteligência artificial por uns fones no ouvido e microfone. Ao chegar às prateleiras, o consumidor terá o nome dos produtos escritos em braile. O carrinho também conta com sensores para obstáculos ou até ou pessoas.
Existem nos super e hipermercados do continente (e não só), uns carrinhos especiais que encaixam nas cadeiras de rodas.
No caso do continente onde trabalho, que é de média dimensão, existe apenas um, que não está perto dos carrinhos normais, está num sitio mais acessível. O facto de estar num local mais acessível, faz com que algumas pessoas que não usam cadeiras de rodas, achem que também os podem usar. É de lamentar o número de pessoas que não entendem que aquele carrinho é apenas destinados a pessoas que precisam deles, para fazerem mais comodamente as suas compras.
Infelizmente, já tive discussões com as pessoas que dizem "eu vou num instante", ou então " mas se não está aqui ninguém em cadeira de rodas, porque não posso usar!?"
As pessoas não entendem, ou não querem entender, que aquele carrinho é de uso exclusivo para pessoas que se deslocam em cadeira de rodas!
Nem sempre, as pessoas com mobilidade reduzida, usam cadeira de rodas, e nem sempre essa reduzida mobilidade, é permanente, pode ser temporária.
Por vezes , pode ser uma pessoa que passou por uma cirurgia, e está a usar canadianas, e, dessa forma, tem prioridade na fila do supermercado. Também é importante, haver sinalização de quando o piso está molhado, porque se a pessoa tem mobilidade reduzida, também está mais sujeita, a quedas, e não queremos que nada de mal, aconteça.
Também pode ser uma pessoa idosa, ou deficiente, e o uso de uma muleta, também lhe dá prioridade.
No entanto, aconteceu que uma pessoa com alguma idade, pediu prioridade por estar com uma muleta, mas a esposa de do sr. que iria dar prioridade, (também eles já idosos) disse que o marido era coxo e que caminhava com dificuldade. Nesse caso, como havia duas pessoas com a mobilidade reduzida, o atendimento foi feito um a seguir ao outro. pela ardem de chegada à fila!
Nem sempre é fácil, é preciso sempre ter o cuidado de ouvir as pessoas, e ter bom senso. Por vezes, passam-se dias que ninguém pede prioridade, ou que não há pessoas nesta situação, mas depois há dias, que surgem logo duas situações, ao mesmo tempo, e é preciso tomar decisões!
Certa vez, estava a atender uma jovem mulher, percebi que ela não me entendia, julguei que fosse estrangeira.
Falei mais devagar e palavras simples, mas a situação, não se alterou.
Entretanto, chegou outra pessoa que a acompanhava e comunicou com ela por gestos, linguagem gestual. A pessoa que acompanhava esta jovem mulher era portuguesa.
Pensei para comigo, “se sei as palavras básicas em francês e inglês ou até espanhol”, porque nunca tentei aprender o básico da linguagem gestual, assim pessoas como esta cliente, poderiam ser compreendidas e melhor ajudadas!
Como já referi , todas as caixas são prioritárias, e qualquer pessoa que tenha prioridade pode pedir para ser atendida em qualquer uma das caixas. No entanto, há caixas aptas a cadeiras de rodas, no continente modelo, onde trabalho, existe uma e é logo a primeira.
Apenas tem maior acessibilidade porque a passagem é mais larga, mas estas cadeiras também passam nas outras caixas, a não ser que seja uma mais larga.
Há uma cliente que costuma ir sozinha, e encaixa na sua cadeira um carrinho especial que temos para esse efeito; há uma outra cliente que normalmente vai acompanhada pelo marido e é ele leva um carrinho comum. Ainda assim, pelo menos, comigo, nenhuma das duas pediu prioridade por estarem numa cadeira de rodas.
É habitual existir no supermercado, pelo menos nos continentes, existe, consoante a dimensão do espaço, uma ou mais caixas "aptas a cadeiras de rodas", ou seja, o sitio onde o cliente faz o pagamento com o cartão multibanco está no final do tapete e mais baixo, para que uma pessoa estando sentada numa cadeira de rodas possa lá chegar!
No entanto, apesar de estar sempre a explicar ás pessoas porque o sitio está mais distante, parecem não entender. Ainda há dias uma cliente dizia "estão sempre a mudar o sitio disto, ainda no outro dia estava aqui"! Ou então dizem "ah agora meteram isto lá ao fundo!"
Enfim, eu por vezes já nem explico, não vale a pena!