Cerca de dois anos a usar álcool gel nas mãos e tudo sempre a correr bem. Até que comecei a ficar com borbulhinhas nas mãos e o álcool a arder. Acho que me está a fazer alergia.
Tento usar luvas, mas é complicado. Estão sempre a cair, estou sempre a puxar. Quando estou a entregar o troco, deixo as moedas caírem, quando estou a tirar os selos, ficam colados nos dedos. Acho que são demasiado grandes para mim, ou então é mesmo falta de jeito. Já experimentei dois tamanhos.
Queria mesmo era não ter de usar luvas e não fazer alergia ao álcool!
Uma cliente estava na fila muito agitada. Estava só a pedir à filha para estar quieta. Sempre que eu olhava, a pequena parecia tão sossegadinha!
Entretanto quando acabo de atender a ultima cliente desinfeto o tapete e essa cliente passa para o tapete de saída com a filha. Começa a arrumar os produtos nos sacos que trazia de casa. A dada altura diz: "cheira-me a lixívia"! Vai, tira alguns dos produtos que já tinha arrumado para fora do saco, tira a máscara e começa a cheirar tudo! Eu digo-lhe que o nosso desinfetante parece cheirar a lixívia, mas não é lixívia, porque caso fosse, as nossas fardas estariam todas manchadas! Já estava outra cliente na fila que também estava a olhar para esta cliente com surpresa.
A dada altura a mulher explode, despeja os artigos de todos os sacos e diz : "Não vou levar nada disto! Isto cheira a lixívia! Não vou dar esta comida à minha filha!"
Foi se embora, e lá fiquei eu com uma data de produtos, para arrumar. Tive de arranjar um carrinho para as por, porque precisava do espaço livre para atender a próxima cliente. Cliente essa que estava tão aparvalhada quanto eu!
Certamente aquela senhora teve algum surto, não estava bem, só pode!
Não consegui ficar indiferente, a um episódio que aconteceu em Rio Tinto, devido à questão do distanciamento.
A briga começou na fila, e foi entre um senhor já alguma idade e outro na casa dos cinquenta. Ao que parece, um dos senhores pediu ao outro distanciamento, e o outro disse estando ambos de máscara não era preciso. A discussão começou e resolveram ir continuar a mesma no parque. Já no parque um com um machado de cozinha e outro com uma garrafa de azeite, começaram a agredir-se e tiveram de ser separados. A noticia está aqui e tem até vídeo e reportagem!
É como eu digo, a pandemia não melhorou em nada os hábitos das pessoas, se já eram incorretos, assim continuam. O que custava respeitarem o espaço do outro.
Ainda há pouco tempo, chamei a atenção a alguém, porque a pessoa precisava de privacidade para marcar o código. A pessoa ainda questiona "mas porquê?", digo que é porque a pessoa tem de marcar o código e a senhora está a ver. E a pessoa ainda tem o desplante de dizer " Mas e que veja o código! Posso ver o código, mas não tenho o cartão! Que mal tem!?"
Enfim, isto cada vez está pior. Haja paciência infinita!
Estamos no ponto de situação, em que para a maioria das pessoas a pandemia já se foi embora e temos de voltar ao normal. Cada um é livre de ter a sua opinião, mas se ainda há algumas regras, tem de respeitar!
O número de pessoas dentro do supermercado, já não é limitado. Em relação ao distanciamento já é mais complicado, porque nós já não insistimos muito com isso. Mas ainda há pessoas que o fazem e pessoas que até pedem para que haja distanciamento.
Eu tento até com o separador do cliente seguinte, travar o andamento do tapete, para que as pessoa fiquem ao lado dos seus artigos e não avancem demasiado, mas por vezes não funciona, pois os próprios clientes, tiram o separador e avançam. As pessoas tem "fome" de estarem umas em cima das outras, nem a pandemia as civilizou. É que não havia necessidade, não é por estarem mais próximas que se vão despachar mais depressa. Aliás se der confusão, só vão é demorar ainda mais tempo!
Pedi a uma senhora para se chegar só um pouco atrás, e ela responde: "Porquê!? O que tem estar aqui?!" Ao que eu respondi: "É que o código do multibanco é suposto ser secreto, e a senhora está a espiar"! Lá se chegou.
É que já nem pedimos os habituais dois metros ou um metro e meio, é mesmo o espaço necessário para não estarem a tocar no outro. É uma questão de respeito, de civismo.
Uma senhora, recentemente, disse-me que achava que em dezembro voltaríamos ao confinamento, porque as pessoas já andam completamente à vontade. Eu disse-lhe que esperava que não. E realmente se tivermos de voltar ao inicio com todas as regras e os clientes, sempre, sempre a desrespeitá-las, não sei onde irei buscar energia para aguentar a situação!
Desde o início de outubro, que trabalhar no supermercado ao fim de semana, tem momentos que é um verdadeiro pesadelo!
Já não há limite de pessoas no supermercado, algumas pessoas já não querem fazer distanciamento , outras acusam-nos de não haver distanciamento. As pessoas estão mais impacientes, mais conflituosas, mais arrogantes. É uma falta de civismo e de respeito uns com os outros e para connosco!
Chegam a entrar sem máscara, algumas pessoas por distração, outras porque achavam que já não era preciso, outras dizem que "vão agora comprar"!
Hoje houve um problema com a minha impressora, era preciso tempo para arranjar. As pessoas viam que estávamos lá a tentar solucionar, mas ainda assim, perguntavam se demorava muito, se ia abrir outra caixa. Imaginem o que é estarem com um problema e ainda estarem a fazer perguntas, a pressionar!
Entretanto a caixa reabriu, as pessoas vieram a correr, já tinha três ou quatro clientes com as compras no tapete, veio outro cliente que pediu a vez aos outros, e passa com os produtos na mão do lado de fora, em vez de estarem sobre o tapete. Se não estivesse atenta, passava no meio da confusão, sem pagar!
Parece que o aliviar das medidas, ainda veio trazer mais falta de civismo!
Não entendo porque há tantas pessoas a terem estas atitudes! As pessoas estão sempre com tanta pressa!
Há dias, estava a controlar, como sempre, o distanciamento. Isto porque, ao fim de ano e meio desta situação, as pessoas ainda não cumprem , nem aceitam.
Estava a atender uma cliente, e a cliente seguinte já tinha os produtos sobre o tapete. Chega outra senhora e encostando-se a esta última, vai para colocar os produtos dela. Peço-lhe que aguarde um bocadinho, porque só podia estar um cliente do lado da saída e outro do lado da recepção dos artigos. Pergunta porquê, digo-lhe que é para fazer o distanciamento. Aliás, bastava a pessoa olhar à volta para as outras caixas para ver que aquele era o procedimento, além do cartaz que está à sua frente, da direção da sua visão (já nem falo dos cartazes pendurados no alto, nem das recomendações pela rádio)!
Entretanto, zangada, vai para outra caixa. A dada altura, eu estava a atender outra cliente, e do lado da recepção de artigos estava um casal. A senhora que se tinha ido embora zangada, vai à minha caixa e pergunta: "Então, mas não era só uma pessoa de cada lado!? Agora estão duas!?" Respondo: "Pois, mas estas duas pessoas são da mesma casa!" Ao que ela diz: "E qual é a diferença, é a mesma coisa! Não dá para perceber"! Ao que eu respondo: "Se a senhora não percebe, eu só posso lamentar, não a posso ajudar!"
Vai chegar uma altura, em que vai deixar de ser preciso fazer o distanciamento. Já recebi comentários, emails e mensagens a pedir que se continue a fazer o distanciamento, até por uma questão do direito da privacidade no atendimento, mas se as pessoas em quase dois anos disto não assimilaram, agora que as medidas estão a acabar, muito dificilmente, esta medida se irá manter.
Como já aqui disse, as pessoas andam danadinhas para se encostarem umas nas outras, não sei porquê!
De certo modo, para nós até vai ser um alívio, porque é constrangedor, termos de estar constantemente nesta luta! Peço desculpa às pessoas que sempre cumpriram esta medida e que até queriam que ela ficasse para sempre!
Passe o tempo que passar, uma grande parte das pessoas continua a ignorar o distanciamento.
Ainda achei que a pandemia tinha tornado as pessoas um pouco mais civilizadas e que as tinha feito ter comportamentos mais corretos, mas não!
Desejo que chegue o dia em que me digam assim: "olha é para deixar as pessoas à vontade com o distanciamento, se elas quiserem estar umas em cima das outras, deixa! Não te stresses mais com isso!"
Não é fácil para quem ali está, estar a atender um cliente, dar a devida atenção com as questões necessárias, e ter de estar com um olho não no cliente seguinte, mas no que está logo após o seguinte, pois é esse que está sempre desertinho para que encostar e roçar no outro.
Hoje, ao ver um cliente a encostar-se logo, sem aguardar quer o espaço, quer o tempo, chamo atenção e ele pergunta o porquê, mesmo vendo que até a outra pessoa se estava a sentir incomodada com tanta proximidade. Peço educadamente para aguardar só um pouco até o cliente que estou a atender, sair. Vejo a cara de espanto, e digo que o tempo que demora é o mesmo. Ao que ele responde que deixou os carapaus a assar e que assim eu vou fazer com que os deixe queimar!
Se foi mesmo verdade, é impressionante a irresponsabilidade das pessoas e a facilidade em que colocam nos outros a culpa pelos seus erros!
Um problema que parece difícil de solucionar, é o facto de as pessoas, quando não fazem compras saírem pela linha de caixas, principalmente quando lá estão pessoas e carrinhos! Nem sabendo do distanciamento social dos dias de hoje, mudam de atitude!
Acredito, que haja supermercados, onde a saída sem compras seja pelas caixas, mas, a meu ver, é algo que não está correto! E depois a tendência das pessoas é acharem que é por ali, que é tudo igual. Algumas pessoas até sabem que a saída é pelo local onde entraram, que é mais espaçoso, mas só por teimosia querem sair pelo sitio errado!
Um destes dias estava a atender uns clientes, cujo carrinho estava lá no devido espaço, e tinham um bebé no ovo que estava atravessado. Vem um cliente, que ao principio ainda pensei que fizesse parte da família, mas não. Então a criatura empurrava o carrinho para passar, quase fazendo cair o ovo com o bebé e os pais não diziam nada. Lá tive de intervir e dizer ao senhor que a saída não era ali, e ainda lhe disse que nem um bebé respeitavam, para ele ouvir, quando já ia a dar a volta!
Fico stressada com estas atitudes. As pessoas não têm o bom senso de entender que estão a invadir o espaço do outro, que estão a incomodar. Que falta de civismo!
Hoje, logo o primeiro cliente que atendi às 8.30h, diz-me que está muito aborrecido pelo facto de os supermercados estarem a pedir o certificado de vacinação. Respondi ao senhor, que esse certificado, não era para supermercados, mas sim, cafés, restaurantes, salas de espectáculos. Mas, o senhor disse: "não, não, inclui também supermercados, saiu hoje na comunicação social"!
Respondi, que não tinha conhecimento, mas que a ser verdade, também era uma coisa fácil de arranjar, estando a pessoa vacinada. Ele disse que estava vacinado, mas que não ligava a esses papeis e internet e que não era justo estarem a pedir isso num supermercado. Disse até que se assim for, deixa de ir.
As pessoas não podem deixar de ir, só se fizerem as compras on line, mas se a este senhor levar o papel o incomoda porque não sabe "mexer com essas coisas", compras pela internet, não deve também ser fácil.
Fui perguntar à colega que tinha entrado antes de mim se ela sabia alguma coisa deste assunto. Ela também estranhou, porque nos outros lugares as pessoas permanecem por algum tempo, enquanto, no supermercado, as pessoas supostamente, não ficam muito tempo!
Andei a pesquisar se a noticia era mesmo verdadeira, porque o senhor, já não era novo e podia ter feito confusão, mas é verdade, é uma possibilidade. Não sei quando, nem como vão fiscalizar isso, mas se calhar, está para breve. Vi aqui . Certamente para quem não tem a vacinação, devem ter um teste negativo, digo eu, sem ter conhecimento de causa.